O banco Itaú está preparando um novo produto no setor de criptomoedas após se surpreender com alta procura de clientes pelo ETF HASH11, o primeiro da bolsa brasileira a acompanhar um índice de criptoativos.
Ao Valor, o diretor da área de Produtos de Investimentos do Itaú Unibanco, Cláudio Sanches, revela que está em preparativos um novo fundo de ações compostos por empresas que atuam no setor de criptomoedas e blockchain. Segundo o executivo, a ideia é oferecer um investimento que consiga capitalizar em cima do sucesso de companhias do ramo.
Ações de empresas de mineração de criptomoedas, por exemplo, acumulam fortes ganhos nas bolsas pelo mundo e estão entre as ações estrangeiras mais procuradas por brasileiros. Um dos destaques é a Riot Blockchain. O Itaú, no entanto, ainda não revela quais empresas comporiam o fundo.
“Nesse novo produto, você não vai pegar a alta nas cotações das criptomoedas, mas vai capturar a valorização das empresas que estejam trabalhando com coisas relacionadas. [O novo fundo] deve sair em breve, estamos trabalhando nisso atualmente”, explica Sanches.
O Itaú também mira no mercado de tokenização, que envolve a digitalização de ativos financeiros tradicionais ou bens físicos na blockchain. O setor caminha para alta concorrência de empresas especializadas em cripto que já atuam no setor, como o Mercado Bitcoin e a Liqi.
Segundo Sanches, fará cada mais sentido distribuir ativos tokenizados para os clientes, e a um ritmo mais rápido do que as próprias criptomoedas.
Clientes do Itaú correram para o ETF de criptomoedas
A incursão do Itaú no mundo das criptomoedas não é por acaso. O executivo admite que o mergulho do banco no novo setor se deve primeiro ao pedido de vários clientes e, depois, à forte procura pelo primeiro ETF de criptomoedas do Brasil, gerido pela Hashdex e com coordenação conjunta de Itaú, BTG Pactual e Genial. Até o Banco do Brasil entrou.
Somente até a última segunda-feira (10), o Itaú já capturou mais de R$ 114,5 milhões em aplicações de 6.111 clientes do segmento Personnalité. Embora a participação ainda seja pequena quando levados em conta os mais de um milhão de clientes dessa categoria, o banco se diz surpreso com a procura. Na oferta inicial da B3, o Itaú foi responsável por cerca de 20% dos R$ 615,2 milhões levantados.
Sanches explica que “existiu uma demanda grande, com muitos clientes pedindo algum ativo de criptomoeda”. No entanto, confessa que o ETF é “bastante difícil de entender e três vezes mais arriscado do que a bolsa”, e por isso o banco não recomenda ativamente o investimento.
Hashdex capta investimento da Coinbase
O bom desempenho do ETF também reflete na Hashdex. A gestora brasileira anunciou nesta quarta-feira (12) a captação de US$ 26 milhões em investimento para reforçar time local e iniciar expansão internacional.
A rodada foi foi liderada pelo fundo Valor Capital em conjunto com gigantes como a exchange americana Coinbase, o conglomerado japonês Softbank, que também investe na Ripple, além de Igah, Canary, Globo Ventures, Alexia, Fuse Capital e Endeavor.
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