O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, revelou mais detalhes sobre o real digital e disse que um dos objetivos do projeto é entrar no mundo das finanças descentralizadas (DeFi).
Campos Neto participou na noite desta sexta-feira (25) da última palestra da 31º edição da CIAB Febraban, considerado o maior evento de tecnologia e do setor financeiro da América Latina.
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Em palestra intitulada “O Sistema Financeiro do Futuro”, o presidente do Bacen revelou mais detalhes sobre o real digital e sobre outros aspectos que tem transformado a economia e a forma como as pessoas interagem e fazem negócios.
Real digital e DeFi
Logo no começo da palestra, Campos Neto comentou sobre os estudos e avanços da instituição em implementar o seu CBDC, o real digital.
O economista fez questão de destacar avanço das finanças descentralizadas (DeFi) no Brasil e no mundo, afirmando que grande parte dos projetos acompanhados pelo Bacen atualmente podem se enquadrar neste meio, sem ter um mediador central.
Ele reiterou que essa disrupção nas finanças só está sendo possível graças às moedas digitais, e revelou que parte da intenção do BC em criar um real digital é “conseguir entrar neste setor”.
A fala acompanha uma declaração que já havia sido dada por um executivo do BC sobre moeda digital de banco central (CBDC) brasileira.
O presidente ainda destacou que o futuro CBDC do Brasil irá acompanhar outras tecnologias disruptivas em diversos setores da sociedade.
“O real digital irá fazer parte dos smart contratcs, da internet das coisas (IoT), desse mundo de 5g”.
Quando vem a CBDC brasileira
No entanto, Campos Neto ressaltou que o cenário para a implementação ainda é incerto. Por ora, não há prazo para lançamento do real digital.
“Não há resposta para o prazo, pois precisamos responder perguntas que ainda não temos as respostas”.
Apesar disso, o presidente do Bacen acredita que é possível realizar grandes avanços até o fim de 2022. Ele ainda afirmou que a tecnologia implementada na moeda precisa evoluir para que ela seja de fato segura e confiável para uso.
No entanto, ele destacou que o real digital não seria “uma disrupção do sistema financeiro tradicional”, afirmando que o BC ainda teria o controle e a fiscalização da circulação de moeda no país.
Por fim, ele destacou que bancos e a população em geral irão fazer parte da implementação da moeda. “Avançaremos no projeto sempre com consultas públicas”, disse.
Blockchain e Open Banking
Campos Neto também comentou sobre tecnologia como instrumento para empoderar as pessoas, e destacou a blockchain como um avanço capaz de “descentralizar a forma como as pessoas obtém conteúdo na internet”.
Ele disse que o Bacen possui grande foco em analisar essas mudanças, falando que “a corrida do ouro” atual é em como monetizar os dados, e que cada vez mais as intermediações financeiras serão feitas por algoritmos organizados.
“Não basta ser o regulador do mercado financeiro de agora, tem que ser o do mercado financeiro do futuro”.
Ainda nesse sentido, ele destacou a fusão que mídias sociais estão tendo com o setor financeiro, usando como exemplo o Facebook e o WhatsApp.
Campos Neto também comentou sobre as novas funcionalidades do Pix e o avanço do Open Banking, que já vem sendo chamado de Open Finance em reuniões da instituição por conta do seu potencial de promover bancarização e empreendimentos financeiros pelo compartilhamento de dados.
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