O uso de tokens não fungíveis (NFTs) no Instagram será algo passageiro ou um divisor de águas para está indústria? Especialistas do mercado de criptomoedas opinam sobre o que pode vir a seguir agora que esta tecnologia pode ser usada em uma das maiores redes sociais do mundo.
O assunto ganhou as manchetes após o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciar na última quinta-feira (4) que o recurso destinado para NFTs está disponível para usuários de mais de 100 países – incluindo o Brasil.
Apesar do comunicado não ser uma total surpresa, visto que a equipe responsável pela rede social já estava há meses fazendo testes em relação ao novo recurso, ele sem dúvidas simboliza um novo marco para este segmento. Agora, está nova tecnologia estará disponível para boa parte das mais de 1,4 bilhão de contas registradas no Instagram.
Muita euforia tem sido observada desde então, com o token nativo da rede Flow (FLOW) – blockchain que oferecerá suporte para os NFTs da plataforma – disparando 65% após o anúncio. Porém, alguns acham improvável que a iniciativa seja capaz de reverter o declínio visto no mercado de NFTs nos últimos meses.
Pensando nisso, a equipe do Be[In]Crypto ouviu especialistas no assunto para saber até que ponto está indústria, e seus entusiastas, poderão se beneficiar com a entrada dos tokens não fungíveis no Instagram.
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Qual o peso de NFTs estarem no Instagram?
Primeiramente, vale ressaltar que o Instagram não é a primeira grande rede social a lançar suporte para a utilização de NFTs. No início deste ano, o Twitter passou a permitir que seus usuários usassem seus tokens como foto de perfil em sua plataforma.
Apesar desta iniciativa marcar um grande passo na popularização desses ativos, a adesão por parte do Instagram é ainda mais simbólica na opinião de Jaime Tavares. Para o especialista em tokenização, o anúncio de Zuckerberg é “um dos maiores acontecimentos para a utilização efetiva de NFTs.”
“Desde a popularização de coleções como o Cryptopunks, muitas coleções neste formato geraram muito valor financeiro, mas pouca utilização efetiva que justificasse essa forte valorização. Na minha opinião, o Instagram disponibilizar o uso de NFTs é o maior caso de escalabilidade desses ativos”.
André Giroldo, product manager para projetos de NFT e Web3, concorda. “Isso trará massificação para o negócio. Você estará mostrando para milhões de pessoas a utilidade desta tecnologia. Isso trará volume. Mais pessoas irão buscar entender como esses tokens funcionam, irão querer comprá-los”.
Ele ainda observa que o uso da blockchain Flow ajudará na maior adesão desses ativos, pois na sua visão, ela é uma rede mais fácil e com menores custos de uso. “NFTs e Web3 ainda são difíceis de serem compreendidas no primeiro momento, e a Flow pode ajudar neste sentido”.
O futuro desta indústria
Para Flávia Jabur, jornalista especializada em criptomoedas, a iniciativa do Instagram mostra que a indústria NFT continua viva, mesmo com as turbulências causadas pela queda de preço das criptomoedas nos últimos meses.
“Isso mostra que apesar de ter tido um hype muito grande na busca por NFTs no ano passado, esses tokens ainda continuam em evidência mesmo que a busca por eles tenha diminuído. É justamente neste momento de baixa do mercado que vemos que NFTs com certeza vieram para ficar. A atitude do Instagram em permitir que seus usuários exibam seus tokens mostra o quanto este mercado está cada vez mais consolidado”.
Tavares concorda, ressaltando que o anúncio veio no melhor momento para que este segmento volte a ter grande engajamento. Já Giroldo se mostra ainda mais otimista, acreditando que tokens não fungíveis serão cada vez mais usados por indivíduos ao redor do mundo:
“Na minha visão, daqui alguns anos, as pessoas vão estar usando NFTs sem nem ao menos saber que estão usando NFTs. Assim como hoje todo mundo acessa a internet sem necessariamente saber o que está por trás dela, esta será a evolução deste mercado”.
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