De “oeste selvagem” a “inútil”, os críticos continuam colocando adjetivos pejorativos sobre a indústria cripto.
A pesquisadora Catherine Flick está preocupada que o mercado de criptomoedas possa estar sofrendo de uma “mentalidade colonialista”. Um ambiente que, segundo ela, beneficia entidades centralizadas e mão de obra barata.
E o problema pode não se limitar às próprias criptomoedas, mas a todo o ecossistema que inclui NFTs, metaverso e jogos. A acadêmica disse ao Insider: “Essas pessoas estão meio que navegando em seus navios pelo mar para chegar lá primeiro e fincar suas bandeiras e ganhar dinheiro”.
Explicando ainda mais, ela afirmou que é “às custas das pessoas que fazem o trabalho, que são menos propensas a obter os mesmos tipos de lucros e que são mais propensas a serem exploradas ou não entenderem no que estão se envolvendo”.
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Tecnologia não é a salvadora da indústria cripto?
lick, que é pesquisador da Escola de Ciência da Computação e Informática da Universidade De Montfort, acredita que a tecnologia pode não ser a salvadora com a qual muitos estão contando.
Além disso, um relatório recente também observou que a maior parte do hype em torno das criptomoedas ou da Web3 está sendo gerada pelos participantes já ricos. Portanto, vale a pena mencionar que Bill Gates também alertou ‘investidores com menos dinheiro que Elon Musk’ para ‘provavelmente tomar cuidado’ em relação ao mercado cripto.
Ele havia declarado: “Eu acho que as pessoas são trazidas para essas manias que podem não ter tanto dinheiro de sobra, então não estou otimista com o Bitcoin”.
Com isso dito, Flick também levanta preocupações sobre ser pego nesses hypes e comentou que “vimos a recentralização de muitas coisas teoricamente descentralizadas”.
Por exemplo, Flick acredita que a maioria dos marketplaces de NFT são, de fato, centralizados porque os vendedores individuais acham difícil vender NFTs por conta própria e isso não seria o caso em um ambiente verdadeiramente descentralizado.
Traders desonestos e o varejo
Em um relatório no início deste ano, a Chainalysis observou que 110 traders lucrativos de lavagem de criptomoedas obtiveram quase US$ 8,9 milhões em lucros acumulados, possivelmente de vendas para “compradores desavisados” que acreditam estarem comprando ativos limpos.
Flick afirmou que “as pessoas que ganham são as pessoas que chegaram cedo, o que provavelmente não será você. E as pessoas que perderem serão as que ficarão segurando suas posições.”
Um argumento semelhante de centralização surgiu no ano passado. Foi no contexto da China controlar mais de 60% do poder de hash de mineração, logo antes da decisão política do país de proibir completamente a atividade.
Curiosamente, o grau de “descentralização suficiente” também tem sido o parâmetro de alguns legisladores para decidir se uma criptomoeda pode ser classificada como um título financeiro pela SEC dos EUA.
Na indústria NFT o problema não é tão diferente. “Há um problema maior aqui em toda a estrutura de como essas economias se desenvolvem”, disse Catherine Flick à Wired anteriormente.
Críticos argumentam que Web3 é controlada por poucos
Dito isto, o ex-CEO do Twitter Jack Dorsey, também tem sido um crítico de longa data da centralização da Web3 por empresas de capital de risco.
A respeito disso, o analista de criptomoedas Faisal Khan afirmou que essas empresas estão “obtendo lucros às custas do varejo”.
De acordo com o pesquisador, “Nós vemos a centralização porque as pessoas precisam que seja fácil de usar, e precisam poder ver o que está à venda, e precisam ter interfaces de usuário agradáveis porque não entendem. Eles não querem entender isso. Eles não se importam na maior parte, provavelmente.”
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