O executivo por trás da área de ativos digitais do Itaú Unibanco, Guto Antunes, afirmou nesta quarta-feira (30), no Web Summit Rio, que “não poder sacar criptoativo é uma evolução”.
A intenção do head de ativos digitais do maior banco comercial do país, segundo o Itaú, foi para proteger o cliente. Isso porque a restrição pode impedir o uso indevido dos criptoativos.
Itaú diz que foco é prevenir lavagem de dinheiro
Publicada pelo Portal do Bitcoin, a notícia caiu como uma bomba no meio do Web Summit Rio e foi comentada até em um dos palcos do evento.
Outro argumento usado para justificar a fala foi a falta de uma regulamentação sobre o tema, em andamento no Brasil. Conforme a assessoria de imprensa do Itaú, o foco não foi apontar que não permitir saques é uma evolução.
Dessa forma conseguirmos ter visibilidade do destino desses valores e prevenir questões como lavagem de dinheiro.
Oficialmente, a posição do banco é aguardar o avanço da regulação para seguir com features, como, por exemplo, o wallet out, de forma segura. A modalidade permite na prática que o cliente do Itaú saque cripto comprada na instituição para uma carteira externa.
A questão de não poder sacar criptoativo é uma evolução. Cripto era objeto de lavagem de dinheiro e financiamento ao crime. Eles usavam essa intermediação das criptos porque era muito fácil: você comprava um ativo e conseguia transferi-lo de qualquer lugar e de qualquer forma 24/7. O crime organizado percebeu isso e começou a usar cripto para essa finalidade. Por isso que muita gente lá atrás falava que ‘cripto é coisa de bandido, cripto é coisa perigosa, disse Antunes.
Riscos e falta de regulamentação
Guto foi questionado sobre a declaração, no entanto, manteve a opinião.
Nós estudamos muito o comportamento do cliente e conversamos com o regulador. […] Ter uma regulação para cripto é muito importante e está acontecendo. A partir do momento que tivermos uma lei em comum, nós saberemos o que pode e o que não pode fazer, complementou o executivo de ativos digitais do Itaú.
“O que nós vemos hoje são grandes volumes de criptoativos sendo usados visando lavagem de dinheiro e financiamento ao crime — isso existe. E, a partir do momento que você facilita saídas, sem uma regulação ou acompanhamento, você começa a ter risco. Quando você vai para uma alta escala, para pagamento transfronteiriço, tem que ser acompanhado mais de perto para que você mantenha o bom uso. Então a preocupação de forma geral é como nós vamos fazer isso de uma forma que não limite a tecnologia, mas também permita que o acompanhamento do que está acontecendo dentro desses casos de abuso”, finalizou Antunes.
Itaú oferta Bitcoin, Solana, USDC entre outras
Desde dezembro passado o banco oferta Bitcoin e Ethereum para os clientes. Na semana passada acrescentou novas criptos como USDC e Solana ao portfólio.
Agentes de investimento com IA do Itaú devem ganhar tração ao longo do ano
Ainda durante o Web Summit Rio, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, anunciou que a instituição está apostando em agentes de investimentos com inteligência artificial (IA). O produto deve estar disponível antes do 2º semestre para a base de 70 milhões de clientes do banco.
A ideia é que esses assessores de investimentos com IA ganhem tração até o final do ano para o público de varejo. O executivo revelou a informação no palco do Web Summit Rio 2025, durante o Corporate Innovation Summit. Maluhy disse que o Itaú já modernizou mais de 70% do ambiente de operações.
A gente espera que nossos clientes tenham bem-estar diante de soluções simples, que resolvam e facilitem a sua vida na interação com os bancos.
Nosso papel é ressignificar o que o setor financeiro fez nos últimos anos e queremos liderar essa transformação via IA, complementou.
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