O mercado de criptomoedas inteiro está se preparando para o halving do Bitcoin. O evento, ocorre a cada 4 anos, altera a quantidade de moedas recebidas como recompensa por mineradores e sempre causa um terremoto no setor.
O BeInCrypto conversou com o diretor regional para Américas da Coinbase, Fábio Plein, para entender melhor como o halving funciona e o que esperar do evento.
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Por que mineradores recebem recompensas?
Em primeiro lugar, é importante entender como funciona o processo de mineração, pois é ele quem mais precisa se adaptar a cada halving do Bitcoin.
O Bitcoin é uma criptomoeda que funciona de forma totalmente digital, ou seja, não existem notas físicas de BTC. Todas as transações são registradas em um livro razão (ledger). Esse registro é feito automaticamente pelo código, mas, para que isso aconteça, é necessário que alguém execute esse código.
Ao contrário de bancos tradicionais, que possuem seus próprios servidores e sistemas que processam transações, o Bitcoin (e várias outras criptomoedas) usam uma tecnologia chamada blockchain. Em suma, o blockchain opera como um banco de dados, mas com uma diferença importante: ele é descentralizado.
Na prática, isso significa que qualquer pessoa pode se juntar a esse ecossistema, desde que tenha equipamentos adequados. Uma vez que um dispositivo se conecte à rede do Bitcoin, ele passa a registrar as transações da criptomoeda.
Mas por que alguém dedicaria dispositivos, energia elétrica e poder de computação para processar as transações de outras pessoas? A resposta é simples: o sistema está programado para recompensar essas pessoas com uma quantidade pré-determinada de Bitcoin (BTC). É esse processo que chamamos de mineração.
Essa descrição do processo, é claro, foi simplificada, mas há inúmeras explicações mais técnicas sobre o assunto.
O processamento de transações não é feito uma por uma. Elas são agrupadas em conjuntos chamados blocos e a recompensa de mineração é dada a cada bloco minerado. Quando o Bitcoin surgiu, ela era de 50 BTC, mas esse valor é reduzido pela metade a cada quatro anos. Isso é o halving do Bitcoin.
“[O halving] tem um componente importante que é reforçar a tese de que um ativo digital tem uma quantidade escassa de moedas com um componente deflacionário”, diz Plein.
O impacto do halving do Bitcoin
É claro que um abalo sísmico desse tamanho no ecossistema de produção do Bitcoin impacta o mercado como um todo. Foi assim nos halvings anteriores e tudo indica que deve ser assim nesse. E esse abalo afeta também o preço da criptomoeda.
“O que nós vemos é que nos ciclos anteriores sempre teve muita ação de preço, tanto antes quanto logo após. Há uma curiosidade grande no mercado de que sobre como vai se comportar esse momento de rally. Normalmente, há sempre um movimento de crescimento muito forte nos seis meses anteriores e posteriores”, lembra Plein.
Ele acrescenta que um desses movimentos é a queda da quantidade de Bitcoin disponível no mercado para compra. Isso aponta que investidores da criptomoeda acreditam que seu preço deve subir no curto prazo e, portanto, é melhor guardar BTC para vender depois.
De fato, o halving do Bitcoin tem essa mania de fazer com que o preço da criptomoeda cresça. Há vários modelos que preveem valores inéditos para a criptomoeda, alguns deles atingindo US$ 100.000. Plein, entretanto, alerta que é difícil cravar o valor específico.
“Esse é um é um cenário que a gente está começando num momento de alta histórica também, né? Existe a possibilidade de um cenário em que isso [o Bitcoin a US$ 100.000] ocorra. Em 2024, nós vimos que muito desse crescimento veio através do entusiasmo da aprovação dos ETFs de Bitcon”, explica.
Por fim, para Plein, o halving é uma oportunidade de aprender mais sobre os valores do Bitcoin e se preocupar menos com seu preço.
“O que nós podemos fazer, agora, é estimular as pessoas para que utilizem essa curiosidade sobre o halving do Bitcoin para aprender mais sobre as criptomoedas. Ler o white paper, entender os fundamentos e o valor do BTC no longo prazo”, finaliza.
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