A Bluesky, iniciativa criada por Jack Dorsey, anunciou um protocolo descentralizado que visa limitar as ações governamentais e corporativas nas principais plataformas de mídia social.
A ideia surgiu em 2019, quando Dorsey ainda atuava como CEO do Twitter. Na época, ele formou um grupo com outros funcionários da companhia para criar um projeto que pudesse ser usado como base para trazer mais descentralização para as redes sociais.
O empresário, que atualmente comanda a Block e é conhecido por ser um grande entusiasta do Bitcoin (BTC) e dos conceitos por trás do mundo cripto, se afastou da iniciativa. Porém, isso não impediu que a Bluesky avançasse em seus projetos.
Nesta terça-feira (18), o grupo lançou um site para o seu protocolo de redes sociais descentralizadas, chamado Protocolo AT. Juntamente, foi divulgada uma lista de espera para o seu aplicativo, que está sendo classificado como um navegador para acessar o futuro protocolo.
O projeto chamou a atenção, com uma grande quantidade de usuários se inscrevendo para serem os primeiros a terem contato com esta nova forma de mídia social.
Colocando os algoritmos na linha
Segundo a Bluesky, o Protocolo AT funcionará independente das ações externas de órgãos reguladores e grandes corporações. Outro diferencial do protocolo será a sua maior proteção aos dados de seus usuários, que são usados como base para a criação de diversos algoritmos.
“Algoritmos ditam o que vemos e quem podemos alcançar. Devemos ter controle sobre nossos algoritmos se quisermos confiar em nossos espaços online”.
Nos últimos meses, a Meta se envolveu em uma grande polêmica após uma ex-funcionária expor que a empresa fazia vista grossa para a disseminação de fake news e demais conteúdos que mantivessem seus usuários conectados em suas plataformas. Esse rastreio era feito por meio de algorítmicos, que identificavam quais indivíduos estavam mais suscetíveis a buscar por esses conteúdos falsos ou polêmicos.
Conexão entre redes sociais
Outro objetivo da Bluesky é estimular a compatibilidade mútua entre as redes sociais. Com isso, conteúdos do Instagram, por exemplo, poderão ser compartilhados e usados no TikTok e vice-versa – desde que as duas plataformas aderissem ao Protocolo AT.
Para realizar essa interoperação entre plataformas, a equipe desenvolveu uma estrutura chamada Lexicon, responsável por facilitar a conexão entre os aplicativos e sites de cada mídia social.
“O mundo precisa de um mercado diversificado de serviços conectados para garantir uma competição saudável”, disse a equipe da Bluesky. “A interoperação precisa parecer uma segunda natureza para a Web.”
Vale ressaltar que descentralização e o uso de protocolos baseados em blockchain já têm sido apontados como a próxima revolução da internet, batizada de Web3.
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Twitter pode aderir a iniciativa
Mesmo estando longe do projeto, Jack Dorsey fez questão de parabenizar a equipe da Bluesky pelo seu lançamento. Anteriormente, ele havia dito que “o objetivo é que o Twitter seja um cliente desse padrão”.
Porém, o futuro da rede social segue incerto, apesar de Elon Musk ter se aproximado da compra em definitivo da empresa. Há alguns meses, foi revelado que Dorsey trocou mensagens com o CEO da Tesla, incentivando o bilionário a introduzir um protocolo de código aberto na rede social.
O antigo CEO ainda teria alertado sobre os perigos que uma rede social que busca apenas o lucro enfrenta, dizendo que o Twitter “não pode ter um modelo de publicidade” e “uma entidade centralizada por de trás”. Na visão de Dorsey, isso fará o Twitter continuar sujeito as ações de grandes empresas e de governos.
O lançamento da Bluesky surge em meio a debates em torno das decisões tomadas pelas empresas responsáveis pelas maiores redes sociais do mundo. Há uma divisão entre aqueles que acreditam que é necessário uma maior regulação e fiscalização em torno dessas plataformas e aqueles que defendem o direito de livre expressão, mesmo que em níveis extremos.
Nesta semana, foi anunciado que Kanye West será o novo proprietário da Parler, plataforma considerada um Twitter sem censura. O rapper teria tomado essa decisão após ter as suas contas no Twitter e no Instagram por comentários considerados antissemitas. Com isso, o artista se junta a Mark Zuckerberg, Donald Trump e possivelmente Musk no grupo cada vez maior de bilionários que são donos dessas plataformas.
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