Um trio de funcionários do banco Bradesco é acusado de golpe com dinheiro de uma cliente após convencê-la a investir em Bitcoin. A suposta vítima entrou com uma ação na Justiça, que já acionou a CVM para investigar o caso.
Segundo a cliente, ela foi convencida por um terceiro, identificado como Bruno Medeiros da Silva, a investir na criptomoeda. Diz ela que foi convencida principalmente porque os administradores do dinheiro já trabalhavam no mercado financeiro. Além disso, o fato de serem funcionários do Bradesco teria gerado confiança no negócio.
Ela afirma ter feito, entre maio de junho de 2018, depósitos de R$ 6 mil e de R$ 4 mil, além de transferência de R$ 2 mil para as contas dos funcionários do banco. Os valores seriam, em tese, para investir em Bitcoin.
SponsoredO trio, com ajuda de um intermediário, teria criado um grupo de investimento que funcionava basicamente por WhatsApp. No entanto, o grupo não teria dado comprovação de que o dinheiro teria sido usado para comprar Bitcoin. A cliente nunca recebeu, por exemplo, um endereço da criptomoeda.
Após algum tempo, o grupo sempre se esquivava de perguntas sobre os supostos rendimentos. Isso teria acontecido até que, em agosto de 2018, o suposto intermediador da negociação teria deixado de responder. Segundo a autora, o valor investido vale atualmente R$ 14.608,52.
Réu deve prestar contas de suposto investimento em Bitcoin
A suposta vítima não menciona nenhum contrato firmado entre as partes. No entanto, os acusados sequer chegaram a se defender das acusações de golpe na Justiça. A cliente pede, por ora, apenas que os acusados entreguem provas de cálculos do suposto investimento.
O magistrado Lincoln Antônio Andrade de Moura, da Comarca de Guarulhos do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgou procedente o pedido.
O réu Bruno Medeiros da Silva, dessa maneira, foi condenado a entregar os cálculos e a pagar R$ 1.599 de honorários advocatícios. O juiz também encaminhou o processo para a Comissão de Valores Mobiliários e solicitou abertura de investigação.
O BeInCrypto entrou em contato com o Bradesco e com a autora da ação para obter mais esclarecimentos, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.