Preocupações ambientais mencionadas por Elon Musk e a recusa de Bitcoin como pagamento na Tesla ontem (12) impulsionam discussões sobre o mercado de créditos de carbono.
O preço do carbono já vem acumulando uma alta nos últimos tempos. Considerando os últimos três anos, o acúmulo já soma 260%, confirmando as boas expectativas de analistas no longo prazo.
Um dos motivos para a constante alta é a consolidação do chamado “investimento verde” e o crescente interesse por investimentos ESG, sigla que busca identificar quem segue boas práticas no que diz respeito a questões ambientais, sociais e de governança.
Uma corrida das empresas no promissor mercado de compensação de poluição tem sido, assim, estimulada, na qual o crédito de carbono se destaca. A Alemanha, por exemplo, já encaminha lei para neutralidade de carbono.
Boom do carbono à vista?
A fala do CEO da Tesla em relação à necessidade de se pensar os criptoativos de uma forma mais sustentável já começou a repercutir no mercado.
Para Musk:
“A criptomoeda é uma boa ideia em muitos níveis e acreditamos que ela tem um futuro promissor, mas isso não pode ter um grande custo para o meio ambiente”.
Vale lembrar que a prática de mineração de Bitcoin exige um alto consumo de energia elétrica e, por isso, levanta questões que envolvem tanto o lixo eletrônico quanto a emissão de carbono.
Em resposta ao tuíte do bilionário, o fundador da Moss.earth, Luis Felipe Adaime, apresenta como solução o token MCO2, uma criptomoeda ambiental voltada para a comercialização de créditos de carbono e que promove a preservação de florestas.
“A Moss tem a solução. Compreu dois MCO2 token por cada Bitcoin a um custo de 0,05% por ano, e seu BTC está compensado. Ligue para nós”, disse o executivo brasileiro.
Mercado de créditos de carbono: blochchain ecológico em foco
Além dos tokens ambientais, destaca-se, também, as criptomoedas que têm por base uma mineração “verde”, como é o caso da Chia, que busca romper com o modelo de mineração de Bitcoin, que, como se sabe, demanda computadores potentes com turbinadas placas de vídeo.
Tanto moedas, como a Chia, quanto tokens ambientais, como o MCO2, buscam, de certo modo, solucionar os problemas ambientais supostamente causados pelo Bitcoin.
Com toda essa movimentação, investir em crédito de carbono pode significar um aumento expressivo de rentabilidade para a carteira de investidores. Vale lembrar que desde abril deste ano, está disponível no mercado brasileiro um ETF de crédito de carbono.
Emissões sustentáveis globais devem bater recorde no ano
A emissão de títulos atrelados à sustentabilidade tem disparado no mundo e acredita-se que o mercado de voltado para questões ambientais, sociais e de governança corporativa nas análises de investimento chegue também a abarcar novos tipos de produtos financeiros, que podem envolver igualdade de gênero e água.
Os padrões de investimento verde, segundo recente análise disponibilizada pelo Itaú, estão envolvendo parcerias entre a China e a União Europeia. Conforme o relatório:
“A China está trabalhando com a UE para pressionar por uma maior convergência das taxonomias de finanças e investimentos verdes. Yi disse que o aprofundamento da cooperação internacional em finanças verdes, incluindo a discussão de detalhes sobre a adoção e incorporação de uma taxonomia verde reconhecida mundialmente, será discutido na próxima cúpula do G20, que está programada para ser realizada em Roma em outubro”.
Dessa forma, é possível esperar que esse mercado cresça cada vez mais nos próximos anos.
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