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Políticas ESG impulsionam o mercado de crédito de carbono tokenizado

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Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • ESG se torna critério de investimento.
  • Criação de tokens ambientais é estimulada.
  • Mercado de crédito de carbono avança.
  • promo

Crescimento da aplicação das políticas ESG por empresas pode impulsionar o mercado de carbono e transformar o Brasil em uma grande potência de economia verde.

O conceito de ESG tem sido usado para se referir às práticas e aos investimentos com parâmetros de sustentabilidade.

A sigla, que pode ser traduzida para o português como “ambiental, social e governança”, representa uma mudança de paradigma ao privilegiar um modelo de desenvolvimento sustentável que tenha por foco a proteção ambiental, a responsabilidade com a sociedade e a transparência nas decisões.

O acrônimo inglês (Environmental, Social and Governance) surgiu do Pacto Global da ONU que visa alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

ESG como critério de investimento

Para além das questões que envolvem o meio ambiente e as causas sociais, a sigla tem se tornado um critério para investimentos. O comprometimento com fatores sociais, ambientes e boas práticas de governança tem sido usado por investidores como índice para medir, por exemplo, o balanço de uma empresa.

Uma pesquisa do The Boston Consulting Group (BCG) revelou que as companhias que adotam essas práticas têm uma maior lucratividade, o que, a longo prazo, pode resultar, inclusive, em um aumento de seu valor de mercado.

“O interesse por essas pautas é crescente porque o mundo demanda isso, e a gente está acompanhando”, afirma Daniel Coquieri, fundador da BitcoinTrade e empreendedor do mercado de tokenização.

Investimento verde

No mercado financeiro, investir em uma empresa que tenha adotado viver o conceito de ESG é, na prática, investir diretamente no futuro dos negócios, fomentando um capitalismo consciente.

Para o diretor da FAMA Investimentos, Fábio Alperowitch, “o ESG se fortaleceu na medida em que passou a ser um fator de análise do investidor para que ele aumente as chances de ter retorno sobre o seu investimento”.

O crescente interesse por investimentos ESG também estimula a corrida das empresas no promissor mercado de compensação de poluição.

A neutralização da emissão de CO2 pode ser feita por meio da compra de crédito de carbono que corresponde, na prática, a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida por meio da utilização de uma energia limpa.

Os créditos têm sido comprados por empresas comprometidas com o ESG, como o Nubank, e com o foco de neutralizar a emissão de carbono. Nesse sentido, o Brasil pode ser um dos grandes beneficiadores desse mercado.

Isso porque o país abriga uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Com 82,9% de suas fontes de energia sustentáveis, o Brasil poderia liderar a economia verde, tendo, nesse mercado, uma grande oportunidade financeira.

Tokenização ambiental: a corrida pelo mercado de carbono

É nesse contexto que surgem os tokens ambientais e outras iniciativas envolvendo criptomoedas.

“Do ponto de vista de tokenização, como é uma área muito nova, o investidor tem que buscar entender realmente o que está por trás daquele token, daquele projeto ambiental que foi tokenizado. No Brasil o mais relevante é o da Moss”, opina Coquieri.

O token MCO2 da Moss uma espécie de criptomoeda ambiental, destinada ao mercado de crédito de carbono. A exchange britânica Archax, por exemplo, usa o ativo para compensar emissão de carbono. Segundo a Moss, o projeto já foi responsável por 869.858 toneladas de CO2 compensados.

Esses projetos – potencializados pelas recentes promessas de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, de redução das emissões de carbono dos EUA – ao tratarem dos problemas climáticos do mundo afetam diretamente o mercado de agronegócio e pode beneficiar o Brasil.

Alguns projetos pretendem até mesmo utilizar a mineração de Bitcoin, apontada por grande emissora de carbono, para conter a emissão de carbono no meio ambiente.

Destaca-se, ainda, que as recentes discussões do Fórum Econômico Mundial apontam para a blockchain e outras tecnologias como o futuro da agropecuária.

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Késia Rodrigues
Graduada em Letras, Mestre em Estudos Literários, entusiasta de tecnologia e leitora assídua de conteúdos sobre fintechs, criptomoedas e blockchain. Tem experiência em projetos digitais nos segmentos de mercado financeiro e finanças pessoais. No Portal BeInCrypto, atua na produção e tradução de notícias para o site.
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