O lançamento de ETFs de Ethereum à vista nos EUA e o aumento do interesse em criptomoedas por candidatos à presidência do país foram assuntos que movimentaram os índices do setor em julho.
Mas, como exatamente essas novidades vão influenciar a indústria no futuro? O BeInCrypto conversou com o country manager da Coinbase no Brasil, Fábio Plein, sobre esses assuntos.
Aprovação de ETFs de Ethereum nos EUA deixa mercado otimista, diz executivo da Coinbase
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) aprovou os ETFs de Ethereum (ETH) à vista no dia 23 de maio. Entretanto, os produtos só começaram a operar dois meses depois, no dia 23 de julho.
Os pedidos pertenciam a empresas como a BlackRock e Fidelity. Muitas delas já estavam no espaço de ETFs de criptomoedas, após a aprovação de pedidos semelhantes de Bitcoin em janeiro de 2024.
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“A aprovação reforça o nós do setor dizemos há anos: o Ethereum não é um título”, afirma Plein. A Coinbase, aliás, será a custodiante das criptomoedas de 8 dos 9 ETFs.
O lançamento dos ETFs deixou a comunidade de criptomoedas e o setor em geral com esperanças. Eles acreditam que o órgão regulador possa se abrir para a possibilidade de produtos semelhantes com outras moedas. E, para especialistas, a grande aposta é em futuros ETFs de Solana (SOL).
Mais que isso, a aprovação da SEC sinaliza uma abertura maior de uma das maiores economias do mundo ao setor cripto. “A provação dá acesso a uma classe de ativos a uma série de veículos tradicionais aprovados e regulados, com os quais os usuários já estão familiarizados. Por ser uma forma eficiente de investimento, faz com que novas pessoas possam ter acesso ao mercado cripto”, reforça o country manager da Coinbase.
O otimismo da indústria, entretanto, não se traduziu em atração de fundos para os ETFs de Ethereum à vista semelhante à que ocorreu no lançamento dos produtos de Bitcoin, em janeiro.
Na quinta-feira (1), por exemplo, os 9 ETFs de Ethereum receberam, juntos, fluxos positivos de US$ 26 milhões. Esse foi o terceiro dia desde o lançamento que os produtos receberam entradas.
Ainda assim, o lançamento dos ETFs de Bitcoin foi igualmente turbulento, com poucos registros de fluxo positivo durante o mesmo período, conforme dados da Coinglass.
Eleições nos EUA e criptomoedas
Outro tema que movimenta a comunidade de criptomoedas em todo o mundo é a eleição presidencial dos EUA. O tema é espinhoso, visto que o país tem – e teve – um órgão regulador que não vê o setor com bons olhos.
Historicamente, nos últimos anos, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) acionou diversas empresas do país – seja judicialmente ou enviando avisos de Wells – devido ao que considera negociações de títulos não negociáveis.
O embate mais famoso, até agora, é o caso Ripple vs. SEC, mas ele não é o único. O cerne desse debate é se a definição de título mobiliário inclui criptomoedas.
Entretanto, com o passar do tempo, a SEC parece estar mais aberta ao diálogo, especialmente após a aprovação dos ETFs de Ethereum.
O assunto chegou ao debate presidencial após a aderência do candidato à reeleição Donald Trump ao projeto do Bitcoin. Trump estuda permitir que os EUA comprem e possuam Bitcoin se eleito, além de dar mais liberdade a empresas e investidores.
Os democratas, por outro lado, chegaram tarde ao debate. A vice-presidente e candidata Kamala Harris quer se aproximar do setor e negocia encontros com personalidades do mercado. Só que seu partido já tem a fama de inimigo das criptomoedas, especialmente devido a ações de políticos como, por exemplo, a senadora Cynthia Lummis.
“O que nós vimos é que uma parte cada vez maior da agenda eleitoral envolve criptomoedas”, afirma o executivo da Coinbase. “Isso nos mostra como a tecnologia evoluiu e, hoje, é importante até para a competitividade de um país”, reforça.
O executivo vê esse pleito como o mais importante para a indústria e capaz de definir seu futuro. E isso ocorre porque, conforme estimativas da Triple A, há mais de 52 milhões de eleitores nos EUA que são investidores de criptomoedas.
“Ser a favor de cripto é uma boa estratégia política. Isso mostra o caminho que a indústria seguiu até aqui e como ela amadureceu ao ponto de influenciar as eleições americanas”, finaliza Plein.
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