John Reed Stark definiu o relatório que atesta que as reservas financeiras da Binance são verdadeiras como um “red flag” – expressão que pode ser definida como algo que gera um alerta.
Start fez parte da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) por 18 anos, sendo o responsável pela criação do Office of Internet Enforcement da autarquia. Atualmente, ele leciona na Duke School of Law e chefia sua própria empresa de segurança cibernética, além de tecer críticas a algumas empresas da indústria cripto.
Após dizer que a Tether, empresa responsável pela maior stablecoin do mercado, é um “castelo de cartas” e opera “um esquema Ponzi”, ele voltou a sua atenção para a Binance. Na sua visão, a prova de reservas da maior exchange do mundo possui diversas falhas.
Segundo Stark, o relatório feito pela empresa de auditoria Mazars, que supostamente comprova que a exchange possui as reservas que declara ter, “não aborda a eficácia dos controles financeiros internos” nem “expressa uma opinião ou conclusão de garantia”.
Binance deu um tiro no pé
Em entrevista ao Decrypt, Stark diz que o relatório feito pela Mazars falha em “atestar os números” de que a exchange teria uma taxa de garantia acima dos 100% em relação ao saldo líquido dos mais de 575 mil unidades de Bitcoin (BTC) de seus clientes.
O ex-membro da SEC questiona a escolha da Mazars, visto que empresas do porte da Binance geralmente escolhem uma das quatro grandes empresas de auditoria do mundo – EY, PwC, Deloitte e KPMG. Dessa forma, a companhia liderada por Changpeng Zhao teria dado um “tiro no pé ao chamar esses documentos de auditoria”.
Stark não é o único a colocar dúvidas sobre as reservas da exchange. O fundador da Kraken, Jesse Powell, disse anteriormente que o relatório possui uma “ignorância ou deturpação intencional” visto que “a declaração de ativos é inútil sem passivos”.
O movimento se assemelha ao feito pelo próprio CEO da Binance, que recentemente contestou as reservas da Coinbase.
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Exchanges correm para provar suas reservas
A falência da FTX abalou a confiança do mercado nas exchanges centralizadas, com muitos investidores preferindo alocar seus ativos cripto em DEX ou em carteiras frias. Ao provarem suas reservas, as CEX pretendem aumentar a confiança de seus respectivos clientes, evitando que novas ondas de saques em massa ocorram.
Porém, muitas empresas do setor têm enfrentado dificuldade em realizar métodos de verificação que sejam totalmente seguros e transparentes para as suas comunidades.
Além da auditoria da Mazars, a Binance introduziu um método de verificação chamado “Merkle Tree”, que pode ser definido como uma ferramenta cripto que permite que grandes quantidades de dados sejam agrupados em um único hash.
Dessa forma, os usuários podem verificar essas informações em blockchain. A exchange ainda conta com o auxílio do cofundador do Ethereum (ETH) Vitalik Buterin para trazer ainda mais transparência para as suas reservas.
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