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Como a ameaça dos EUA de bloquear bancos da China pode afetar a proibição de criptomoedas?

2 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • Os EUA consideram sancionar os bancos chineses para cortar o acesso financeiro global.
  • A China pode suavizar a proibição das criptomoedas em resposta às possíveis sanções bancárias dos EUA.
  • As sanções poderiam empurrar a China para as criptomoedas, de forma semelhante à Venezuela e à Rússia.
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Em meio às crescentes tensões geopolíticas, o governo dos EUA está considerando a possibilidade de impor sanções a alguns bancos da China.

De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, essas medidas visam desconectar esses bancos do sistema financeiro global. O país diz estar preocupado que esses bancos facilitem o comércio militar que patrocina a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Bancos chineses auxiliaram comércio na Rússia?

A China afirma que não forneceu armas para a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia. Entretanto, os EUA argumentam que a exportação de itens de uso duplo, como chips e maquinário, fortaleceu as forças armadas da Rússia. O país vê essas sanções como uma possível “opção de escalada” se os esforços diplomáticos não forem bem-sucedidos.

Historicamente, países isolados da rede financeira mundial usam criptomoedas como alternativa. A empresa estatal de petróleo da Venezuela PDVSA, por exemplo, passou a usar o Tether (USDT) para evitar as novas sanções dos EUA. Em suma, essa medida quer proteger suas receitas de petróleo das restrições bancárias internacionais.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Além disso, a Rússia usa criptomoedas para evitar as sanções ocidentais. Suspeita-se que as empresas do país usam o USDT para adquirir materiais militares. Essa estratégia facilita as transações que os sistemas financeiros convencionais rastreiam com menos facilidade.

O aumento do uso de criptomoedas nesses contextos destaca seu uso por países para contornar sanções econômicas.

China pode voltar a usar criptomoedas após ação dos EUA?

Esses fatores alimentam uma especulação sobre uma eventual resposta da China caso ocorra um isolamento semelhante. O país é rigoroso na regulamentação das criptomoedas, devido a supostas preocupações com a instabilidade financeira e saídas de capital não autorizadas.

“Estude a realocação do capital chinês de ações e imóveis para o ouro. Um fenômeno semelhante ocorre com o Bitcoin na China, mas não em todo o seu potencial devido ao acesso restrito. Vamos abrir essa represa”, disse o capitalista de risco Andrew Kang.

A possibilidade de os bancos chineses serem excluídos do sistema financeiro global poderia levar a uma reavaliação dessa postura. Por exemplo, ela poderia incentivar uma abordagem regulatória mais favorável às criptomoedas.

Essa mudança se alinharia a uma tendência mundial de integrar criptomoedas aos sistemas econômicos, especialmente em contextos em que os países não podem acessar as vias financeiras tradicionais.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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