Em entrevista ao Squawk Box da CNBC, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence se mostrou preocupado com a situação dívida de seu país.
O republicano é figura carimbada do cenário político estadunisende. Antes de atuar como braço-direito de Donald Trump na Casa Branca, Pence foi governador do estado de Indiana entre 2013 a 2017.
Agora fora do governo, o político aproveitou o espaço cedido pela CNBC na última quarta-feira (22) para criticar o atual governo Biden. Segundo ele, a inflação que os EUA enfrentam – que no ano passado atingiu o nível mais alto dos últimos 40 anos – se deve aos gastos “desnecessários” do Partido Democrata.
“Estamos olhando para uma crise de dívida neste país nos próximos 25 anos, impulsionada por direitos e ninguém em Washington DC quer falar sobre isso”, observou Pence.
EUA e seus problemas
De fato, a divida nacional dos Estados Unidos tem gerado cada vez mais preocupação. Atualmente, ela está em cerca de US$ 32 trilhões, montante 34% maior do que o PIB do país. A este respeito, a última vez que a dívida havia igualado o PIB tinha sido logo depois da Segunda Guerra Mundial.
O endividamento se intensificou ainda mais nos últimos anos, devido a pandemia causada pelo Covid-19. Visando sustentar a economia e prestar auxílio a população local, o Federal Reserve intensificou sua política de impressão de moeda, precisando agora aumentar os juros para conter a inflação.
Além disso, o país precisa lidar com outros problemas externos. Apesar de ainda ser a maior economia do mundo, os EUA se vêm cada vez mais ameaçados pela China e Rússia. Ambas as potências buscam maneiras de se desvincular do poderio do dólar no cenário econômico global, especialmente após o início da guerra na Ucrânia.
Caso nenhuma medida seja tomada, Pence prevê que a dívida nacional chegue em US$ 150 trilhões nos próximos 30 anos. Se isso se concretizar, a terra do Tio Sam pode mergulhar em uma grande depressão, com o governo precisando “dobrar os impostos sobre a folha de pagamento ou cortar benefícios para pessoas que realmente precisam”.
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Bitcoin é a solução?
Os temores de uma possível crise financeira e fiscal seguem na mente de grandes players do mercado, mesmo com os EUA apresentando uma melhora econômica nos últimos meses. Para alguns, o Bitcoin (BTC) poderia atuar como um ativo de reserva de valor neste cenários.
Entre os defensores desta tese está a senadora Cynthia Lummis, eleita pelo estado do Wyoming. A republicana tem sido uma constante crítica da gestão monetária e fiscal do seu país há anos, culpando não apenas os democratas, mas também o seu próprio partido.
Em 2021, ela classificou o mercado cripto como um bote salva-vidas caso a situação piore ainda mais. “Graças a Deus pelo Bitcoin e outras moedas digitais que transcendem a irresponsabilidade dos governos – inclusive o nosso”.
De fato, o BTC tem crescido em adoção em países que enfrentam grandes crises econômicas e fiscais, sendo a Argentina um exemplo. Resta saber se a criptomoeda terá forças para sobreviver a um crash estadunidense.
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