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Energia ociosa pode trazer receita para o Brasil com mineração de Bitcoin

2 Min.
Atualizado por Aline Fernandes

Com aquecimento global cada vez mais acelerado, empresas, governos e sociedade precisam repensar soluções para usos de matrizes energéticas. A Artur Inc. e a Genial investimentos publicaram um estudo sobre monetizar energia, reutilizar o excedente e impulsionar uma demanda por matrizes renováveis para minerar Bitcoin e outras criptomoedas.

Segundo o levantamento, se o Brasil tivesse usado a energia ociosa e excedente que o país produziu em 2023, teria R$ 165 milhões a mais na conta.

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Com um potencial gigante para gerar energia limpa com parques eólicos e solar, o território brasileiro pode minerar Bitcoin, com energia mais verde

“A mineração de bitcoin cumpre bem o papel de ser uma segunda fonte de demanda pela energia, tornando diversos projetos de geração economicamente viáveis. As implicações da existência de uma indústria que consome a energia ociosa para o mercado de energia são profundas e provavelmente mudarão alguns paradigmas da indústria”, diz o cofundador da Arthur Inc, Rudá Pellini.

 Quando o Brasil planejou sua rede de energia, as projeções sobre o crescimento econômico e, consequentemente, sobre a demanda energética, foram otimistas. No entanto, o crescimento real ficou aquém das expectativas, segundo Pellini.

“Como resultado, atualmente, nosso sistema de geração produz uma quantidade de energia que supera o que nosso mercado realmente demanda. Isso indica não apenas uma infraestrutura superdimensionada, mas também que a economia não cresceu no ritmo esperado. O aproveitamento pleno do potencial energético do Brasil está atrelado à existência de uma demanda confiável”, complementa o Head de Research da Arthur Inc, Caio Leta.

Os mineradores também não têm interesse em competir com consumidores e ainda pagar caro por isso. Com a necessidade de novas fontes para minerar, alternativas mais limpas e baratas, as energias solar e eólica são fortes candidatas para atividade dos mineiros cripto.

 “A forma de dar uso à energia ociosa e, portanto, monetizá-la, é executando algum processo industrial de transformação da matéria-prima (energia) em produto (commodity), e o bitcoin pode ser entendido como uma commodity”, afirma o líder de energia da Genial Investimentos,Sergio Romani.
 

Receita poderia chegar a R$ 300 milhões

Os dados da energy tech e da plataforma de investimentos estimam uma receita de quase R$ 300 milhões em 2026 no Brasil em geração distribuída (GD).

O cálculo foi beaseado nas projeções da ONS (Operador Nacional no Sistema Elétrico) do crescimento de minigeradores alimentados por energia solar na GD, com capacidade a partir de 500 kW.

Caso essas atividades estivessem sendo realizadas em 2023, a receita aproximada poderia ter chegado na casa dos R$ 165 milhões.

“Isso significa que agora existe um incentivo para as geradoras de energia passarem a minerar bitcoin com sua energia ociosa, monetizando-a e diminuindo o desperdício energético. Ou seja, em todos os momentos em que a rede elétrica não está próxima do seu pico de demanda, vale a pena para as geradoras minerar bitcoin em vez de desperdiçar essa energia”, destaca Romani.

Tendência global

O estudo mostra uma tendência global. Na Argentina, por exemplo , a  blockchain brasileira Hathor remunera mais mineiros que comprovem uso de energia verde.

Nos Estados Unidos, gigantes do setor como Exxon Mobil, Shell e Duke Energy, já usam o excesso de energia para minerar Bitcoin, assim como a Tepco,  maior companhia de Energia do Japão

Com objetivo audacioso, até 2045 a Arthur Inc quer transformar 80% da energia ociosa do mundo em operações produtivas de High Performance Computing (HPC).

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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