Possível efeito da aceleração do ritmo de vacinação na Europa, dentre outros fatores, faz o dólar recuar e encostar em R$ 5,53 na manhã desta terça-feira (20).
O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (19), mostrou que a taxa de câmbio irá para R$ 5,40 até o final deste ano.
Especialistas acreditam que se a economia brasileira não fosse tão volátil, a moeda americana poderia ficar abaixo de R$ 5. Dessa maneira, de acordo com o relatório do Banco Central, o dólar pode cair no máximo para R$ 5,26 em 2022.
Para analistas do mercado financeiro, a oscilação do dólar no Brasil se relaciona, também, com o momento instável que o país vive, sobretudo no combate à pandemia e a elevação dos gastos públicos.
Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, acredita que o dólar não diminuirá enquanto o Brasil tiver um cenário político e fiscal conturbado.
A repercussão dos acontecimentos políticos no país, como as intervenções presidenciais em empresas estatais, a piora fiscal decorrente da pandemia, dentre outros pontos, corroboram para a desvalorização do real.
Inflação
Com a queda do dólar, o mercado prevê uma inflação maior para 2021. Estima-se que a taxa Selic seja de 5,25%. Até o mês passado, ela estava prevista em 5%.
Ainda de acordo com o Boletim, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá para 4,92%.
Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que terá seu mandato estendido até 2024, conforme decreto publicado nesta terça-feira (20), o BC está atento aos impactos do câmbio. Campos Neto espera uma elevação dos juros básicos.
Queda do Bitcoin: resposta ao recuo do dólar?
Após recente máxima histórica, o Bitcoin segue em movimento corretivo. Nesta madrugada, após vir de máxima acima de R$ 375 mil na última quarta-feira (14), a moeda digital chegou a R$ 306 mil, segundo dados do agregador Cointrader Monitor.
Não há consenso sobre a razão da queda do ativo. O movimento pode ter relação com o recuo do dólar, já que o preço no Brasil reflete a cotação do ativo no exterior.
No entanto, a moeda brasileira parece ter espaço para valorização por conta das perdas recentes. Dessa forma, mesmo com a expectativa de inflação, o Bitcoin pode não ter o preço impulsionado no par com o real, como vinha acontecendo até então.
Além disso, outros motivos para a queda do Bitcoin têm sido discutidos, como a realização de lucros depois da IPO da Coinbase, corretora americana de criptomoedas que passou a ser negociada na Bolsa de Nova York na semana passada.
No fechamento da matéria, a criptomoeda era cotada nas exchanges brasileiras, em média, por pouco mais de R$ 314 mil.
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