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Real caminha para ocupar o topo das posições globais de pior moeda do mundo

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Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Dólar pode chegar a R$ 6,40 até o final de 2021.
  • Mercado demonstra falta de convicção em melhora da moeda brasileira.
  • Com pandemia fora de controle, volatilidade do real continua elevada.
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Se as previsões da BTG Pactual se concretizarem, o dólar chegará a R$ 6,40 no fim deste ano e o risco-país do Brasil poderá disparar.

Após movimentos do dólar em março devido à deterioração “substancial” do cenário doméstico e da situação favorável à economia norte-americana, o BTG Pactual aumentou as suas previsões para o dólar ao fim deste ano e de 2022. Além disso, chamou a atenção para o fato de que a cotação poderia encerrar o ano em R$ 6,40, em um cenário com maior gasto público e forte alta do risco-país.

Essa taxa de R$ 6,40 despontaria em um cenário em que o custo fiscal adicional para arcar gastos de combate à pandemia ficasse entre R$ 200 bilhões e R$ 300 bilhões. Isso poderia alterar o CDS de cinco anos para 550 pontos-base.

Em março, com a PEC Emergencial, foram liberados recursos em torno de R$ 44 bilhões para o custeio do auxílio emergencial deste ano. Nesta quinta-feira, o CDS do Brasil era de 221 pontos-base.  

No entanto, no cenário-base do BTG, o dólar encerra o ano em R$5,40, valor acima dos R$5,20 previstos antes.

Impactos da pandemia

A piora da pandemia, a elevação dos riscos fiscais e a evidência de uma maior intervenção na economia, devido à troca da presidência da Petrobras, foram alguns dos fatores que geraram uma piora no cenário e incentivaram a revisão dos números.

Em nota, o banco afirmou: “O principal risco negativo para o nosso cenário de câmbio é uma sinalização de deterioração adicional das contas públicas do país”.

Além disso, o BTG elencou como fatores de piora na situação possível decretação de estado de calamidade e/ou de abertura indiscriminada de créditos extraordinários para financiar gastos ou programas similares aos do ano passado. Segundo os analistas, isso “aumentaria o risco país e depreciaria a moeda doméstica”.

Embora as projeções recentes apontem um cenário pior, elas ainda preveem uma queda, até o fim do ano, do dólar, tendo em vista que, nesta quinta-feira, a moeda estava em torno de R$ 5,60.

A previsão de queda é justificada pelo banco a partir do controle da pandemia no país. Conforme o BTG, que administra o primeiro fundo de DeFi do Brasil, isso ajudaria a baixar o risco-país. Ademais, é previsto o aumento da Selic para 5,00% (hoje a taxa é 2,75%) e de preços mais altos de commodities no mercado estrangeiro.

No entanto, vale ressaltar que os profissionais recordaram que a volatilidade do real está muito alta (aproximadamente 25% no primeiro trimestre de 2021, ante aproximadamente 12% de 2011 a 2019) em decorrência do cenário doméstico desfavorável e da elevada incerteza.

Ainda de acordo com o banco:

Por conta do receio, o câmbio sobe, a inflação sobe, aí é necessário subir juros, o que tira perspectiva de crescimento da economia e desestimula os investimentos de longo prazo. É um ciclo vicioso que se retroalimenta, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Real só perde para moedas de Sudão, Líbia e Venezuela

pix real

A previsão subiu a R$ 5,60, de R$ 5,00, para 2022. De acordo com o banco, “O cenário doméstico para 2022 também se alterou de forma substancial com a expectativa de uma eleição presidencial que talvez seja mais polarizada, o que amplificou o cenário de maior risco fiscal no próximo ano”.

Com o dólar saltando 7,8%, o real caminha para voltar a ter a posição de pior desempenho entre as principais moedas globais.

No ranking de março deste ano de desempenho das principais moedas do mundo realizada pela Austin Rating, o real ficou na quarta pior posição, perdendo apenas para a desvalorização de moedas do Sudão, Líbia e Venezuela. Pesquisas apontam, ainda, que a inflação no Brasil deve piorar.

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Késia Rodrigues
Graduada em Letras, Mestre em Estudos Literários, entusiasta de tecnologia e leitora assídua de conteúdos sobre fintechs, criptomoedas e blockchain. Tem experiência em projetos digitais nos segmentos de mercado financeiro e finanças pessoais. No Portal BeInCrypto, atua na produção e tradução de notícias para o site.
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