A recente onda de queda do valor do dólar frente ao real fez com que o investimento em stablecoins pareadas na moeda estrangeira se tornasse mais uma vez atrativo.
O dólar era negociado a um valor entre R$ 5,30 e R$ 5,50 durante o mês de maio, mas fechou a R$ 5,05 nesta semana em antecipação à divulgação de dados dos Estados Unidos. É a primeira vez que a moeda americana cai a este nível desde dezembro de 2020.
O real teve o segundo pior desempenho em 2020 frente às outras moedas do mundo, com queda de 29% em relação ao dólar. O recorde de valor da moeda brasileira ocorreu em março, quando ela foi cotada em R$ 5,88.
Stablecoins
A queda do valor da moeda americana faz com que se torne mais atrativo o investimento em stablecoins, criptomoedas pareadas a moedas fiduciárias que funcionam como dinheiro tokenizado. A maioria delas tem preço espelhado no dólar.
Um exemplo é o Thether USD (USDT), que oferece uma forma de manter o valor do dinheiro em formato de criptomoeda e sem a preocupação com a volatilidade dos mercados.
O DAI é outra stablecoin pareada no dólar. Criada pela MakerDao desde 2016, a criptomoeda opera em plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) e pode ser um refúgio para investidores que queiram transformar seu patrimônio em dólar.
Uma das vantagens da stablecoin é a capacidade de usá-la em projetos DeFi, como staking, pools de liquidez e yield farming, opções que possuem rendimentos anuais superiores aos normalmente conseguidos em bancos e à taxa Selic.
Há ainda a USDC, cuja desenvolvedora recebeu o maior aporte da indústria cripto recentemente, além das stablecoins atreladas a exchanges como o BUSD, da Binance.
Hora de dolarizar
Segundo o CEO da Coinext e economista José Artur Ribeiro, a aquisição de stabecoins é a opção mais prática para expor o patrimônio à moeda americana. Para ele:
“O dólar está no menor patamar dos últimos meses, o que, na nossa visão, representa um excelente ponto de entrada para os investidores que ainda não têm patrimônio atrelado à moeda mais forte do mundo”
Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin – A moeda na era digital”, concorda com esta posição. Em um post no Twitter, ele escreveu “abre-se uma janela interessante para dolarização de patrimônio”, sugerindo que o preço do dólar poderá subir ano que vem em meio ao clima de eleições presidenciais.
O último relatório Focus do Banco Central, que reflete a opinião de agentes de mercado brasileiros, mostra que a expectativa não é nada boa para o real para os próximos anos.
Mesmo com a queda recente, os números mostram que o sentimento dos analistas é de que o dólar não caia para menos de R$ 5 pelo menos até o final de 2024.
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