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Fundador da Dogecoin revela carteira e diz apoiar comunidade

4 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Fundador da Dogecoin revelou no Twitter o quanto possui da criptomoeda.
  • Billy Markus afirma que não faz parte da equipe de desenvolvimento da DOGE.
  • Criptomoeda meme teve um salto de popularidade em 2021.
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O fundador da Dogecoin, Billy Markus, afirmou no Twitter que possui exatamente 220.000 DOGE, o equivalente a cerca de R$ 239.000 na cotação atual.

A declaração ocorre pouco após a DOGE anunciar o primeiro roadmap da criptomoeda desde sua criação, em 2013. Markus, que criou a Dogecoin como uma brincadeira, revelou o tamanho de sua carteira como forma de afastar críticas de que estaria manipulando ou atrapalhando o desenvolvimento da moeda.

A mensagem completa de Markus, que é desenvolvedor de software, diz: “Mais um lembrete: eu não falo pela Dogecoin. Eu não estou no projeto. Eu sou membro da comunidade. Eu tenho cerca de 220.000 DOGE. Eu vou defender aqueles que acredito estão fazendo o espaço melhor, e vou desencorajar aqueles que acho que não estão. E eu vou falar sobre o que eu quiser”.

Markus, que se apresenta no Twitter como Shibetoshi Nakamoto (uma referência bem humorada ao pai do Bitcoin, Satoshi Nakamoto), foi o primeiro criador de uma moeda meme e inaugurou, com anos de antecedência, a onda de criação de moedas baseadas em cachorro, das quais a Shiba Inu e a Baby Doge são as mais conhecidas.

Aposta de Elon Musk impulsionou adoção da DOGE

O crescimento da Dogecoin em 2021 se deu por um fator importante: a crença de Elon Musk de que a criptomoeda tem valor. O presidente da Tesla já afirmou várias vezes, em sua conta no Twitter, que a DOGE é, inclusive, mehor que o Bitcoin.

A Dogecoin foi criada em 2013 por Markus e pelo desenvolvedor Jackson Palmer, que, na época, trabalhava na Adobe. Na época, o Bitcoin havia acabado de surgir e a revolução tecnológica e econômica que a criptomoeda prometia ainda estava contida a um círculo pequeno, porém crescente, de pessoas.

Markus contou a história da DOGE em uma entrevista ao Business Insider dada logo após uma das primeiras falas de Elon Musk que impulsionaram o preço da moeda, ainda em abril. Ele conta que muitas novas criptomoedas surgiram naquela época, todas elas sendo uma cópia do protocolo do Bitcoin e sem apresentar qualquer novidade.

A expectativa delas, segundo Markus, era se aproveitar da revolução do Bitcoin e valorizar, gerando uma grana fácil para seu criador. O desenvolvedor, observando esse contexto, criou a Dogecoin como uma paródia daquele cenário, uma criptomoeda que, assim como as outras, era uma cópia do Bitcoin, porém não se levava a sério.

A DOGE sobreviveu a muitos invernos que congelou suas concorrentes. E o segredo foi justamente sua irreverência. A Dogecoin, ao contrário do Bitcoin, não tem um limite máximo de moedas, algo que impede a supervalorização do preço e, ao mesmo tempo, contém a volatilidade de seu valor.

A Dogecoin era uma ilha de estabilidade em uma época em que não existiam stablecoins ou as facilidades oferecidas pelas exchanges atuais. Alguém que precisasse se esconder da volatilidade do mercado em períodos mais imprevisíveis não podia converter seus ativos em USDT, BUSD ou DAI, uma vez que eles não existiam, ou sacar em moeda fiduciária, um processo muito lento naqueles dias.

Foi essa estabilidade que chamou a atenção de Elon Musk e várias outras pessoas, que ressaltam que a estabilidade relativa da DOGE é um ativo que a torna um meio de pagamento melhor que o Bitcoin. A maior criptomoeda do mundo, vale lembrar, foi saldada por Musk como uma forma alternativa de pagamento para produtos da Tesla e, semanas depois, renegada pelo CEO com o argumento de que seria “muito poluente”.

Criptomoeda aposta no futuro

O amor de Musk pela Dogecoin, entretanto, permanece inabalado. A criptomoeda anunciou, no Natal de 2021, o primeiro roadmap de sua história para o ano seguinte, certamente incentivada por Musk.

Os planos da Dogecoin são ambiciosos para um projeto que jamais havia se importado com inovação. Até o fim de 2022, a criptomoeda meme tem oito objetivos, que vão desde reformular seu sie oficial até a criação de staking de DOGE e suporte a tokens não fungíveis (NFT) na rede – algo que já foi testado, ainda que a blockchain não tenha integração com contratos inteligentes. Este recurso foi considerado por Markus como um dos mais importantes para a rede.

A declaração de Markus parece indicar que o desenvolvedor aposta no projeto de sua criptomoeda meme e não pretende enriquecer com a manipulação de mercado. Dados do CoinMarketCap indicam que os dez maiores HODLers de Dogecoin possuem 42,5% da oferta da criptomoeda, e os supostos 220.000 de Markus não são suficientes para colocá-lo na lista das 20 maiores carteiras.

A crítica é similar à recebida por Elon Musk, que é acusado de usar sua influência no Twitter para manipular o preço da DOGE em proveito próprio.

Essas especulações, entretanto, fizeram com que a Dogecoin ficasse mais conhecida e tivesse um ótimo ano, independente de seu preço. Em 2021, a criptomoeda meme passou a ser aceita como forma de pagamento em várias empresas, como o Burger King. A própria Tesla pretende integrar a criptomoeda em breve.

Dogecoin valorizou em 2021

Segundo o CoinMarketCap, a Dogecoin é a 12ª maior criptomoeda do mundo, com capitalização de mercado de US$ 24.076.594.768,55. Negociada a US$ 0,19 no momento em que este artigo era escrito, a DOGE desvalorizou 1,2% nas últimas 24 horas.

A criptomoeda atingiu sua máxima histórica no dia 8 de maio de 2021, quando foi negociada a US$ 0,7376, um valor 75% superior ao atual. Entretanto, o mesmo preço é 212.216,51% maior que a mínima de US$0.00008547 registrada no dia 7 de maio de 2015.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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