A deputada Dania Gonzalez, de El Salvador, esteve na Bitconf 2022, onde se reuniu com empresários e representantes do setor público e trouxe a experiência do primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal, em junho de 2021. Recentemente, o presidente Nayib Bukele apresentou uma maquete do Bitcoin City, uma cidade planejada que terá o Bitcoin no centro da economia.
De olho no crescimento exponencial deste mercado no Brasil, o governo de El Salvador enviou a deputada para São Paulo, com o objetivo de estreitar mais os laços com o mercado cripto e financeiro brasileiro.
A congressista esteve presente na Bitconf 2022, uma das maiores conferências sobre Bitcoin e blockchain da América Latina, onde palestrou sobre criptoativos e o estado. Também esteve reunida com o CEO da SmartPay, Rocelo Lopes, um entusiasta do modelo utilizado pelo governo de El Salvador.
“Acredito que as empresas cripto e principalmente startups têm uma grande oportunidade em ter El Salvador como país sede da empresa. Além das taxas e impostos convidativos, o governo tem estimulado a inovação no mercado cripto e empresas ligadas a blockchain. Acredito que em breve teremos um unicórnio brasileiro no país”.
A deputada esteve com o político brasileiro Aureo Ribeiro para uma troca de experiências sobre a importância da regulamentação, já que, em El Salvador, 70% da população foi excluída do sistema financeiro tradicional e o deputado é um dos autores de um dos projetos de lei que trata da regulamentação do mercado cripto e que tramita no Brasil.
Segundo a deputada, o Bitcoin facilitou muito a vida dos desbancarizados, que hoje fazem compras e até day trade com a criptomoeda mais popular do planeta. Cerca de 90% da população, de sete milhões de salvadorenhos, já usam a carteira Chivo, a carteira oficial do governo salvadorenho.
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Além disso, Gonzalez explica que o Bitcoin representa uma oportunidade para o governo, e tem sido a maior política pública de inclusão financeira da história do país da América Central.
Adoção do Bitcoin é vista como marco histórico
Ela aproveitou a passagem pela capital paulista e foi conhecer a Dape Capital Consultoria, uma Family Office que atua com oferta privada, que busca a conscientização para a nova era da criptoeconomia e fomenta o âmbito educacional.
De acordo com a CEO da Dape Capital, Daniele Abdo Philippi, a empresa elegeu El Salvador como sua futura sede, em função do país ter leis amigáveis e incentivos à Comunidade Cripto.
Para a CEO, a internacionalização para El Salvador será um marco histórico para o grupo, que pretende expandir seu leque de produtos e serviços baseados em cripto, beneficiando ao máximo, também, toda a sociedade salvadorenha.
“Fronteiras serão rompidas, aprendizados serão aprimorados e contribuições serão geradas à um país que demonstrou ao mundo para o que veio e, com toda a coragem, desmistificou a barreira que existia frente aos ativos digitais. Sem sombra de dúvidas, El Salvador saiu na vanguarda e mostrou para o mundo uma nova visão sobre os criptoativos, instituindo novos projetos, como a Bitcoin City, e buscando a frequente evolução na economia através da descentralização, convertendo inúmeros benefícios ao país”, destaca.
“Temos um projeto educacional para ajudar as pessoas a entenderem mais sobre esse novo sistema econômico. A imprensa e as redes sociais nos ajudam muito. Fora isso, existem vários projetos sociais que estão sendo subsidiados com o Bitcoin”, afirma Gonzalez.
Ela ainda fala sobre a Cidade do Bitcoin, que já não é um sonho ou uma ideia. “A construção de um aeroporto já foi aprovada, e todo o planejamento técnico já se encontra em execução. Estamos preparando o país para receber empresas de todo o mundo que queiram trabalhar com o Bitcoin, para isso, temos um pacote de impostos e taxas bem convidativo”, ressalta.
O próximo passo da parceria entre Brasil e El Salvador será a organização de uma comitiva de empresários para visitar o país, para que possam entender de fato como o país pode ser um grande atrativo aos negócios.
Atualmente, a advogada Paula Gaspary, especialista em blockchain, comanda um HUB no Brasil que facilita os trâmites de abertura de empresas no país salvadorenho. Segundo ela, o movimento de El Salvador de aceitar o Bitcoin como moeda legal dentro de suas fronteiras foi saudado como um movimento positivo da indústria. Para ela, ter normas regulatórias bem definidas torna o país interessante para o segmento de negócios cripto.
“A abertura de empresa é facilitada e sem muitas burocracias. Uma empresa que tem sucesso no processo de internacionalização é elevada a um outro patamar, porém esse é um passo que precisa ser muito bem pensado e planejado”.
“Atuar em outro país significa se submeter a um novo conjunto de leis, adequar-se a uma nova cultura e conquistar um público bem diferente do habitual. Com o apoio do nosso escritório, com estratégia, planejamento, inteligência e cautela, a internacionalização de empresas pode se tornar um divisor de águas na trajetória das empresas do setor”, finaliza.
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