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Criptomoedas são usadas mais em países corruptos, aponta estudo do FMI

3 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Estudo do FMI aponta que criptomoedas são mais usadas em países com moedas instáveis.
  • Menor regulamentação pode explcar ligação entre corrupção e o maior uso de criptomoedas.
  • Entidade sugere aumentar o rigor da lei para evitar problemas.
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Um estudo realizado pelo Fundo Monetário do Internacional (FMI) revela que o uso de criptomoedas é maior em países com moedas instáveis e que tem governos corruptos.

O estudo também constatou que os países mais desenvolvidos e que possuem moedas estáveis estão menos inclinados a usarem criptomoedas. As informações são da Bloomberg.

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Segundo o estudo, o uso de criptomoedas é bem menor e a sua atração menos interessante aos usuários em locais em que o sistema financeiro tradicional é bem desenvolvido, sólido e apresenta uma moeda menos volátil.

A pesquisa usou as estatísticas baseadas no sistema da Statista, uma empresa alemã de banco de dados. Ela incluiu 55 nações, e entrevistou de 2.000 a 12.000 pessoas de cada uma delas. Os pesquisadores perguntaram às pessoas se elas usavam criptomoedas em 2020.

Os pesquisadores alertaram de que amostra usada é pequena e que o seu objetivo não é condenar o uso das criptomoedas, ressaltando que existem maus investidores em todos os campos, não só nos países menos desenvolvidos e que usam cripto.

Os pesquisadores do FMI explicaram que:

“Uma história de alta inflação pode tornar a moeda doméstica menos atraente como uma reserva de valor. A inflação passada é usada como proxy para a estabilidade da moeda, o que pode afetar a atratividade dos ativos cripto como uma reserva alternativa de valor.”

A ligação entre corruções e o maior uso de criptomoedas pode estar ligado ao fato de que nesses locais existem controles de capital menos rígidos e, portanto, são mais propensos a fraudes, golpes, lavagens de dinheiro e a financiar o terrorismos.

Para o FMI, há uma relação entre as pessoas investirem em tokens – que passam a ideia de ganho rápido, fácil – com governos com ética questionável.

O estudo indica que a melhor maneira de lidar com as criptomoedas não é evita-las, mas regulamentá-las.

Mercado de criptomoedas deve crescer até 2026

Existe uma expectativa de que o mercado de criptomoedas atinja US$ 4 trilhões até 2026. Muitas nações tem se preocupado com a regulamentação das criptomoedas, o que evitaria muitas fraudes e golpes.

Com o crescimento da adoção de moedas como Bitcoin e Ethereum, existe uma tensão entre os investidores sobre o seu uso de maneira criminosa. Algumas nações tem criado leis e regulamentações locais para minimizarem o problema, mas o setor carece de um normais gerais e firmes.

Os resultados dos estudos do FMI podem dar uma razão do motivo de as criptomoedas ainda não terem regulamentação mais rígida e que valha para todos os países. Segundo eles, as brechas dão aberturas para que os governos corruptos, onde essas moedas são mais usadas, possam seguir com as suas posturas fraudulentas, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo e antiéticas.

O estudo sugere que as criptomoedas podem estar sendo usadas para movimentar dinheiros frutos da corrupção, embora não tenha apontado objetivamente quais nações estariam fazendo isso.

Uma das razões que tornam as criptomoedas mais atrativas em países menos desenvolvimentos e com uma economia menos estável é a inflação, uma vez que ela afeta menos o Bitcoin.

Os países mais pobres também controlam mais a entrada de capital estrangeiro, o que abre a possibilidade de que criminosos usem criptomoedas para evitar impostos e as restrições.

El Salvador

O estudo também apontou as dificuldades dos países que adotaram o Bitcoin como moeda nacional, como El Salvador e, recentemente, Honduras.

El Salvador foi o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal. O país se interessou pelos ativos digitais por ver neles uma boa oportunidade para fazer novos investimentos.

Em 2021, El Salvador comprou 150 Bitcoins. O presidente do país, Nayeb Bukele, recebeu críticas da população na época.

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Priscila Gorzoni
Jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo, em ciências sociais pela USP, em direito pela Universidade Mackenzie, lato sensu em Fundamentos da arte e cultura pela Unesp-SP e mestre em história pela PUC SP. Iniciei minha carreira nas revistas passando por publicações como Bons Fluidos, Nova, Cláudia, Saúde. Mundo Estranho, Superinteressante e National Geographic Brasil. Publiquei alguns livros como O Guia do Autônomo, Os animais em guerra da editora Matrix, Os mortos-vivos da...
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