Apesar das preocupações de que criptomoedas sejam um instrumento para o crime, um relatório recém-publicado pelo Departamento do Tesouro dos EUA diz que moedas fiduciárias (FIAT) ainda são responsáveis pela maioria dos crimes financeiros vistos atualmente.
No início deste mês, a Avaliação Nacional de Risco de Lavagem de Dinheiro, por e através do Departamento do Tesouro dos EUA, divulgou relatórios trienais que entraram em discussões profundas sobre lavagem de dinheiro.
As conclusões do Tesouro mencionam em detalhes as moedas virtuais, observando que o número de usuários e a capitalização de mercado destes ativos aumentaram significativamente desde a avaliação de risco anterior em 2018.
No entanto, esses relatórios revelaram que as moedas fiduciárias e as redes tradicionais ainda representam mais fluxos criminosos do que as criptomoedas.
“O uso de ativos virtuais para lavagem de dinheiro permanece muito abaixo do das moedas fiduciárias e dos métodos mais tradicionais”, compartilhou o Tesouro dos EUA.
No entanto, o uso de criptomoedas como pagamento de drogas online, lavagem de fundos criminais e evasão de sanções aumentou. O recente relatório parece estar alinhado com um relatório de crimes da Chainalysis, que disse que mais fundos foram enviados para endereços de blockchain criminais em 2021 do que em qualquer outro ano.
Contraintuitivamente, a Chainalysis também descobriu que a participação de dinheiro ilegal em criptomoedas é de apenas 0,15% de todas as transações em 2021, caindo de 0,62% em 2020 e 3,37% em 2019.
Mais recentemente, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os governos ocidentais impuseram sanções rigorosas ao país comandado por Vladimir Putin. Isso logo fez surgir a preocupação com o potencial de indivíduos usando criptomoedas para evitar essas sanções.
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Transações P2P e criptomoedas de privacidade complicam as investigações
Fraudadores e lavadores de dinheiro estão cada vez mais envolvidos em transações peer-to-peer (P2P) para escapar das proteções AML/CFT, optando por gerenciar suas próprias carteiras de criptomoedas em vez de entregar suas chaves criptográficas (números importantes que permitem que as transações ocorram no blockchain) para exchanges.
O uso de moedas de privacidade como Monero (XMR) dificulta os esforços da aplicação da lei na tentativa de rastrear fluxos ilícitos, diz o relatório. Os criminosos também podem usar exchanges de criptomoedas que empregam misturadores para anonimizar a fonte dos fundos.
Ransomware aumentou na pandemia
A pandemia do covid-19 deu início a uma série de ataques de ransomware, em que as informações confidenciais das vítimas são criptografadas e só serão descriptografadas mediante o pagamento de um resgate.
O resgate é muitas vezes exigido em criptomoedas, especialmente Bitcoin (BTC). Os fundos são então encaminhados através de exchanges estrangeiras com poucas medidas anti-lavagem de dinheiro antes de serem sacados.
Os ataques de ransomware ganharam força em 2020, quando a Chainalysis relatou mais de US$ 406 milhões pagos a rastreadores de criptomoedas.
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