Para o Jefferies Financial Group, os credores da FTX podem reaver até 40% dos seus ativos, apesar da possibilidade dessa porcentagem ser bem menor.
Em entrevista ao The Block, o chefe global de situações especiais do banco de investimentos, Joseph Femenia, afirma que a falida empresa cripto possui cerca de US$ 2 bilhões a US$ 4 bilhões em ativos, enquanto seus passivos podem chegar a US$ 13 bilhões.
Dessa forma, a FTX teria uma taxa de recuperação de 20% a 40%. Para aqueles que possuem fundos depositados na plataforma da exchange, isso significa que recuperar pelo menos metade desses valores será uma tarefa praticamente impossível.
Femenia atenta para o fato das porcentagens de recuperação poderem ficar ainda menores, visto que haverá diversos custos com advogados e administradores envolvidos no processo de falência da exchange. Segundo o gestor do Jefferies Financial Group, o valor pode chegar até US$ 1 bilhão. Ele ainda observa que as projeções podem mudar caso novas informações relevantes sobre os obscuros balanços financeiros e negócios da exchange sejam conhecidos.
Mercado negocia os ativos da FTX
Em relação a FTX, tanto as investigações sobre as suas operações e antigos gestores, como o seu processo de falência, estão ainda em seus estágios iniciais. Dessa forma, tudo indica que os usuários ficarão um longo período de tempo sem reaver os seus ativos.
Ao invés de esperar este processo, que pode se estender por anos, muitos credores da empresa estão optando por negociar estes créditos por valores muito menores. Apesar de arcar com maiores prejuízos financeiros, estes usuários – em sua maioria fundos de hedge – conseguem fechar suas posições e seguir em frente com um menor impacto fiscal em seus balanços.
No outro lado da negociação estão empresas especializadas neste tipo de negociações, que têm paciência e recursos necessários para esperar o longo processo de devolução de ativos. Ao The Block, o fundador da 507 Capital disse que comprou diversos ativos presos na FTX, pagando entre 5 a 6 centavos de dólar para cada dólar do valor real. Outros grandes players do mercado como a Ripple e Justin Sun já manifestaram interesse pelos ativos.
Antes da sua derrocada, a própria FTX realizava esse tipo de negociação ao adquirir ativos de outras empresas cripto falidas. A companhia venceu a Binance num leilão pelos ativos da Voyager Digital. Agora, tudo indica que os ativos ficarão com a Binance visto que a FTX está impossibilitada de concretizar o acordo.
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Os mais prejudicados pelo desastre
As dimensões do crash da FTX ainda estão sendo mensuradas, mas o evento já é visto como um dos maiores cisnes negros da história da indústria cripto. A falência de uma das maiores exchanges do setor levou a derrocada de outras empresas, como a BlockFi. Até mesmo a Binance, maior companhia cripto da atualidade, tem sofrido com o contágio – apesar de relatórios mostrarem que a empresa possui um modelo de negócios distinto da FTX.
O castelo de cartas montado por Sam Bankman-Fried ainda estimulou as agências reguladoras ao redor do mundo a apertar o cerco ao mercado de criptomoedas. O evento também causou uma crise política em Singapura, prejudicando o primeiro-ministro do país.
No entanto, os usuários que detinham fundos na exchange seguem sendo os mais prejudicados. Estimativas apontam que existam mais de 1 milhão de credores da exchange, que em sua maioria estão impossibilitados de resgatar seus ativos. A FTX deve mais de US$ 3 bilhões somente para os seus 50 maiores credores.
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