Uma empresa que investiu na Ripple abriu um processo contra a empresa americana pedindo devolução de dinheiro.
A Tetragon, gestora britânica que liderou uma rodada de investimento de US$ 200 milhões na Ripple em 2019, quer devolver as ações que adquiriu como parte do negócio. Os investidores entraram com a ação na noite de segunda-feira (4), mas o caso só veio à tona na última terça-feira (5) em publicação da Bloomberg.
Segundo a firma de investimento, ela estaria exercendo um direito contratual que a permite devolver as ações adquiridas. A cláusula permitiria devolução caso autoridades dos EUA considerem a XRP um valor mobiliário.
Em ação com pedido de liminar ingressada junto à Justiça de Delaware, nos EUA, a Tetragon solicita que a Ripple compre de volta as ações. Além disso, a empresa pede que a Ripple não possa se desfazer de ativos líquidos. A petição pode resultar, portanto, na suspensão da venda de XRP, ao menos até que a Ripple efetue a eventual recompra de ações.
Ripple confirma cláusula, mas vai brigar na Justiça
Em nota divulgada na noite de terça-feira (5), a Ripple confirmou a existência da cláusula acionada pela Tetragon. O contrato firmado entre as partes em 2019, portanto, prevê a possibilidade de devolução das ações adquiridas pelos investidores.
A dona da XRP, no entanto, diz que o pedido não tem fundamento. O argumento é que, como o processo da SEC ainda está em andamento, a XRP, na prática, ainda não é um valor mobiliário.
No contrato de investimento da Série C da Ripple, há uma cláusula que se XRP for considerado um título em uma base de avanço, então a Tetragon tem a opção de ter Ripple resgatar seu patrimônio Ripple. Como não houve essa determinação, a ação não tem mérito. Estamos desapontados que a Tetragon esteja tentando tirar vantagem injustamente da falta de clareza regulatória aqui nos EUA. Os tribunais fornecerão essa clareza e estamos muito confiantes em nossa posição.
XRP desvalorizou 65% em 15 dias
A XRP passou por forte recuo desde que a a Ripple revelou que a SEC processaria a empresa. Após atingir US$ 0,63 em 17 de dezembro, a criptomoeda caiu 65% para US$ 0,22 cerca de 15 dias depois.
Segundo o órgão regulador americano equivalente à CVM, a XRP seria um valor mobiliário. A Ripple, dessa maneira, seria acusada de comercializar o ativo ilegalmente por vários anos. Segundo a SEC, os CEOs da empresa teriam embolsado o equivalente a R$ 3 bilhões nas operações supostamente fraudulentas.
Desde então, diversas exchanges suspenderam a comercialização da XRP. Já a Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos EUA, é alvo de um processo da SEC por lucros obtidos de trades do ativo. Já investidores individuais da moeda brigam na Justiça e até pediram à Casa Branca para que interceda a favor da XRP.
Além disso, na terça-feira (5), a Grayscale anunciou o fim do fundo de XRP. Após despejar os ativos no mercado, a empresa destinou os valores para aumentar sua posição em Bitcoin, Ethereum, Litecoin e Bitcoin Cash.
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