As exchanges Binance e Mercado Bitcoin possuem carteiras que podem ter até R$ 4,5 milhões em criptomoedas pertecentes à Trader Group, empresa acusada de operar uma pirâmide financeira no Brasil.
Este seria, segundo a Justiça do Espírito Santo, o valor em Bitcoin que pode estar presente em carteiras da Trader Group sob a posse das corretoras de criptomoedas. A ligação das carteiras com a empresa acusada de golpe foram comprovadas mediante perícia.
Uma ação movida por vítimas do suposto esquema obtiveram na Justiça do Espírito Santo uma decisão favorável após demonstrarem que as corretoras detêm carteiras ligadas às empresas TraderGroup Administração de Ativos Virtuais Eireli e TGEX Tecnologia LTDA, além do sócio Wesley Binz Oliveira. Os autores pedem o ressarcimento de R$ 4.538.730,70 investidos no negócio.
Em decisão proferida na última segunda-feira (12) e publicada hoje (14), o juíz Carlos Magno Ferreira, da 2ª Vara Cível de Serra (ES), pede que Mercado Bitcoin e Binance “informem os valores correspondentes aos bitcoins presentes nas carteiras virtuais, bem como realizem o arresto destes em conformidade com a presente decisão, ao menos do valor principal depositado pela parte autora no importe de R$ 4.538.730,70 (quatro milhões e quinhentos e trinta e oito mil e setecentos e trinta reais e setenta centavos).”
Contatadas pela reportagem, as exchanges não confirmaram a quantidade exata de criptomoedas da Trader Group que possuem.
Em nota, a Binance informou que “ainda não foi intimada sobre a decisão judicial em questão, mas, se o for, manterá sua postura colaborativa com as autoridades brasileiras. Essa prática sinérgica vem sendo adotada pela companhia em várias jurisdições, ajudando a prender quadrilhas e recuperar dinheiro oriundo de golpes.”
Já o Mercado Bitcoin disse que, “ao receber o ofício da ação, responderá e cumprirá os prazos determinados.”
Trader Group
A Trader Group prometia um rendimento de 20% por mês por meio do trade diário de criptomoedas. Porém, como acontece na maioria dos episódios onde há promessas irreais de rendimentos, os investidores nunca viram o retorno de volta.
Em maio de 2019, a Trader Group foi investigada pela primeira vez pela Polícia Federal na Operação Madoff. Conforme a denúncia, a empresa operava um sistema de pirâmide financeira para aplicar golpes com criptomoedas.
Na ocasião, a PF fez a apreensão de criptomoedas em posse da empresa, além de carros e imóveis. A operação apreendeu R$ 8 milhões da Trader Group, incluindo 27 unidades de Bitcoin (BTC). A quantia, coincidentemente, vale hoje os mesmos R$ 4,5 milhões pedidos pelas vítimas no Espírito Santo.
Segundo a PF, essa foi a primeira vez que a justiça brasileira autorizou pela vez a apreensão de criptomoedas em carteiras, sejam físicas ou digitais, após diversos pedidos em ações de ressarcimento ingressadas por ex-clientes.
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