Hoje, 13 de julho de 2023, conforme comunicado oficial à imprensa, o Google lança o Bard, seu assistente de inteligência artificial em mais de 40 países, incluindo o Brasil.
O lançamento generalizado ocorre alguns meses após o lançamento inicial em países de língua inglesa, ocorrido no dia 6 de fevereiro de 2023. De lá até o hoje, a ferramenta passou por inúmeras correções e adaptações para fazer frente aos seus rivais: o ChatGPT e o Bing Chat (integração do ChatGPT ao mecanismo de busca da Microsoft, o Bing).
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Mas o adiamento do lançamento geral não se deu apenas para atender o desejo dos usuários por novas funcionalidades. Havia um certo temor da companhia frente a uma crescente campanha por regulações de algoritmos de IA. O bloco europeu já demonstrou seu descontentamento com relação à Inteligência Artificial para a proteção da privacidade dos usuários, propriedade intelectual e desinformação.
Vale lembrar que o Google recentemente fez campanha aberta contra a “PL das fake news”, que visa criar medidas contra empresas que não colaborem com medidas contra a desinformação.
Novas funcionalidades
Neste novo lançamento, o Google integrou duas novas funcionalidades ao Bard:
Respostas em áudio. É possível ouvir as respostas em áudio. Segundo a companhia, o recurso visa auxiliar as pessoas a ouvir a pronúncia correta de palavras, ouvir poemas ou até roteiros. Para acessar o recurso, basta fazer uma busca no prompt e clicar no ícone de som.
Em nosso teste, o áudio é ótimo. É feito por uma voz masculina em tom audível, sem pausas que impeçam a compreensão.
Para ouvir o texto em outro idioma, é preciso pedir para que o Bard faça a tradução do texto e depois solicitar o áudio clicando no botão.
Modificação de tom e estilo das respostas. Segundo a companhia, é possível alterar o estilo das respostas (simples, longa, curta, profissional ou casual). Porém, o recurso somente está disponível em inglês.
No momento, é possível apenas alterar o tipo da resposta, sem muitas configurações adicionais.
O Bard e suas limitações
Conforme nossos testes preliminares para a localização brasileira, o Bard, até o momento, não exibe links para as fontes das informações. Ele também é pouco interativo, ou seja, ainda não oferece exibição de imagens, tabelas e outros elementos informativos complementares diretamente no chat. Nos EUA, ele já está integrado à busca fornecendo informações complementares. No Bing Chat, isso já ocorre em todos os países.
A ausência de fontes é um limitador de tráfego para os websites, pois, apesar de serem citados, a falta de elementos visuais que configurem e estabeleçam links entre páginas resulta em um fenômeno conhecido como “zero clique”. Assim, websites podem ter parte de seu conteúdo exposto ou parafraseado, mas são desestimulados de serem acessados uma vez que o usuário já obteve a resposta pretendida.
Como testar o Bard?
Para testar o chatbot de IA do Google, basta acessar a página da ferramenta, ler atentamente os termos e condições e iniciar o uso.
A privacidade e segurança do Bard
Como mencionado acima, checamos os Termos e Condições da ferramenta. Alguns pontos que chamaram a nossa atenção foram:
- O Bard armazena as atividades dos usuários por 18 meses na Conta Google, por padrão. Há a possibilidade de alteração dessa configuração para um período entre 3 ou 36 meses em sua conta Google;
- O bot consegue coletar, assim como outros produtos Google, informações sobre sua localização (área do dispositivo, IP, endereços de residência e trabalho — normalmente configurados no Google Maps);
- Outro ponto relevante a ser considerado é a possibilidade de leitura das conversas dos usuários por revisores humanos, semelhante ao processo de melhoria da qualidade da busca do Google. Porém, a empresa se propõe a “desvincular suas conversas no Bard de sua conta Google antes que os revisores as vejam ou realizem suas anotações”.
Assim, de maneira semelhante ao que acontece no ChatGPT ou BingChat é altamente recomendável que os usuários não incluam informações pessoais ou específicas que possam identificá-los a partir das conversas.
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