Nesta semana, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 55,8 milhões a Atlas Quantum e um dos responsáveis. A empresa e um dos sócios foram penalizados por fraude com valores mobiliários. Após as multas anunciadas, um representante das vítimas e um advogado envolvido no caso, se manifestaram.
Advogado que atua contra Atlas Quantum critica demora das autoridades
A punição da CVM é um importante passo, mas as autoridades brasileiras precisam ser mais rápidas e efetivas no combate aos golpes financeiros no Brasil.
A afirmação é do advogado que representa, acima de tudo, parte das cerca de 200 mil vítimas da Atlas Quantum, Jorge Calazans.
Conforme o jurista, a demora na conclusão das investigações do caso permitiu que o principal envolvido (Marques do Santos), deixasse o país sem enfrentar as consequências legais imediatas.
“Esse movimento da CVM é importante, mas é imperioso ressaltar que o atraso nos processos investigativos e de responsabilização comprometeram gravemente a eficácia da justiça e ampliou os prejuízos já devastadores sofridos pelas vítimas. Vale lembrar que esse esquema de pirâmide movimentou cerca de R$ 7 bilhões”, afirma o advogado especialista em fraudes financeiras.
Calazans frisa principalmente que a resposta para esse crime e os demais casos que envolvem pirâmides no Brasil precisam de uma resposta mais rápida e efetiva.
“Represento legalmente os investidores prejudicados e gostaria de clamar aos órgãos de polícia e reguladores que agilizem suas ações de combate para este tipo de crime no país. É fundamental que a resposta seja rápida e efetiva, não apenas para proteger os direitos das vítimas, mas também para fortalecer a confiança pública em nossas instituições financeiras e jurídicas. A impunidade deve ser combatida com determinação, assegurando que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados”, conclui.
Vítima se manifesta
Um dos integrantes do grupo Valquíria, que representa, por exemplo, mais de 600 das vítimas da Atlas, Matheus Müller falou ao BeInCrypto sobre a decisão.
“Estamos há quatro anos aguardando atuação do órgão. Temos diversas caixas de documentos e provas contra a Atlas Quantum e estou à disposição das autoridades para auxiliar.”
Em 2018, o suposto esquema de pirâmide envolvia principalmente operações de compra e venda de Bitcoin em plataformas diferentes, mas empre com ganhos garantidos. Assim, a Atlas Quantum prometia lucros robustos por meio de robô de arbitragem.
Após cerca de um ano, em 2019, a CVM suspendeu a oferta dos produtos. À época a empresa recebeu uma multa diária de R$ 100 mil por dia, caso não cumprisse a determinação judicial.
Seja como for, até hoje nenhuma das vítimas foi ressarcida. Rodrigo Marques dos Santos e seu sócio, Fabrício Spiazzi Sanfelice Cutis também nunca se manifestaram.
Vítimas filmam suposta casa de CEO na Espanha
A suposta casa que o fundador e presidente da Atlas Quantum, Marques dos Santos, estaria vivendo foi gravada na cidade espanhola Calella.
A residência fica na região de Catalunha, Barcelona. Uma das vítimas da empresa registrou o vídeo. Em seguida, o BeInCrypto o publicou com exclusividade.
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