Hackers alegam terem roubado processos provenientes de duas bases de dados do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1).
Mais um Tribunal brasileiro pode ter sido atacado por hackers nesta sexta-feira (27). O alvo dessa vez é o Tribunal Regional da Primeira Região (TRF-1), que recebe demandas federais de 13 estados e do Distrito Federal.
Hackers que se dizem responsáveis pela ofensiva divulgaram nomes de arquivos que fariam parte de quatro bases de dados do TRF-1. O material é utilizado como prova de que os servidores teriam sido invadidos. O Tribunal detém 47 bases de dados no total.
Segundo apurado pelo Estadão, os hackers estariam comemorando o ataque em fóruns da deep web. Uma das imagens que comprovariam a invasão mostra uma das supostas bases de dados roubadas com uma imagem diabólica. A ideia seria, portanto, mostrar uma suposta vulnerabilidade nos sistemas do Tribunal Federal.
O TRF-1 confirmou o ataque ao Estadão. No entanto, ainda não se sabe se arquivos foram de fato interceptados. Em nota ao jornal, a assessoria de imprensa explica que “a equipe do tribunal está avaliando agora, mas a princípio houve somente uma divulgação de material que já era de domínio público”.
Segundo o Estadão, o Tribunal também afirmou que os sistemas da instituição não chegaram a sair do ar. No entanto, um Procurador da República desmentiu a informação em um Tweet no final da manhã.
Ainda não se sabe se os invasores fizeram pedido de resgate dos dados interceptados. Até o momento, não se tem notícia sobre possível criptografia de arquivos com uso de ransomware.
Ataques hackers a TRF-1 e TSE estão relacionados?
Caso a alegação do TRF-1 seja confirmada, a tática do grupo relembra a suposta invasão dos servidores do Tribunal Superior Eleitoral há cerca de 15 dias. Nas vésperas do primeiro turno das Eleições 2020, os sistemas do TSE apresentaram lentidão devido a uma suposta ofensiva cibernética.
Um especialista em segurança explicou, mais tarde, que os supostos dados roubados do TSE já teriam sido vazados meses ou até anos antes. Analistas que trabalham no caso dizem que o ataque foi coordenado com influenciadores digitais ligados ao presidente Jair Bolsonaro. O objetivo seria questionar a segurança do TSE e, assim, desacreditar o resultado das eleições municipais.
Por outro lado, essas não foram as únicas instituições de Estado alvos de ataques hackers recentemente. Nesta semana, o grupo hacker português CyberTeam assumiu autoria de 61 ataques a diferentes sites e sistemas brasileiros em 2020. Entre eles estaria o do TSE, que teria sido invadido por um jovem de 19 anos.
O grupo também teria sido responsável pela derrubada dos sistemas do Ministério da Saúde, atacado na mesma época que o STJ. Além disso, câmaras estaduais, prefeituras, um departamento de trânsito e escritórios de advocacia teriam sido alvos. Esses ataques não teriam relação com o vazamento de senhas do Ministério que veio à tona na última quinta-feira (26).
A investigação do Ministério Público liga a ação dos hackers do TSE a um movimento coordenado com bolsonaristas no país. Por ora, no entanto, o MP não diz se o ataque ao TRF-1 entra no rol de ataques considerados na mesma apuração.
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