O criminoso especializado em golpes cripto, Johann Steynberg foi preso no Brasil após uma operação entre a Interpol, Polícia Federal e as forças de segurança e inteligência de Goiás.
O golpista Johann Steynberg, que estava na lista de procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), desde 2019, foi preso pelas equipes da Polícia Militar de Goiás, em Goiânia. Ele é investigado por cometer crimes contra o sistema financeiro internacional, falsificação de documentos, entre outros, envolvendo criptomoedas.
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“Não agimos só com bandido pé de chinelo. Bandido grã-fino não se cria no Estado de Goiás. Aqui ele cai também, tenha o status que tiver. Nossa tropa tem total liberdade para agir”, destaca o governador Ronaldo Caiado.
Esquema envolvia criptomoedas
De acordo com a troca de informações com a Interpol e a Polícia Federal, em 2019, o investigado fundou a empresa Trading International (MTI) com sede na África do Sul. A companhia com a fachada de trade prometia lucros aos clientes de até 10%, o que, segundo a investigação, é impraticável em qualquer sistema financeiro mundial.
A empresa tinha um esquema de pirâmide que utilizava criptomoedas, que, segundo alguns dados, pode ter gerado prejuízo bilionário a mais de 170 mil clientes em todo mundo , com mais de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão.
Quando os clientes começaram a relatar que a MTI havia bloqueado seus saldos, as autoridades iniciaram investigações após repetidas reclamações. Johann Steynberg desapareceu pouco depois disso.
Assim que começaram a realizar o levantamento de informações, perceberam que o diretor, que também é o fundador da empresa, havia sumido com mais de 22 mil BTC dos clientes da Trading International. Foi quando as investigações começaram e Johann Steynberg entrou no radar da Interpool.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, ressaltou a produtividade em alta das forças de segurança do estado. “A prisão de um criminoso procurado no mundo todo mostra a eficiência da polícia do Estado e o compromisso de combater incessantemente a criminalidade”, enaltece o chefe da pasta.
“Nossas forças de segurança têm mantido um combate eficiente e sem tréguas à criminalidade e um cuidado todo especial e proteção para nossa população de bem”, acrescenta.
Prisão
A polícia brasileira recebeu a informação de que Johann Steynberg estava no país após escapar da África do Sul em 2020 após o colapso da plataforma Mirror Trading International, que ele mesmo presidia.
De acordo com o tenente-coronel Raimundo Coelho Pinto Júnior, comandante do Giro, as equipes da especializada começaram a monitorar o indivíduo assim que receberam a informação de que um homem sul-africano, que havia aplicado diversos golpes contra sistema financeiro, estaria escondido em Goiânia.
“Nossos policiais começaram a fazer um levantamento criterioso do suspeito e depois de um trabalho intenso realizado durante aproximadamente um mês, foi possível identificar e abordar o sujeito”, explica.
No momento da abordagem, os PMs contam que o homem apresentou documentação falsa. “A Polícia Federal e a Interpol [unidade de Brasília] já estavam cientes do nosso levantamento. Assim que realizamos a abordagem, o sujeito foi apresentado à Superintendência da PF para o cumprimento do mandado de prisão internacional e autuação pelo crime de uso de documento falso”, acrescenta o tenente-coronel Júnior.
A polícia apreendeu várias identidades falsas, equipamentos eletrônicos, várias notas com informações úteis, cartões de crédito, laptops e outros bens valiosos com Johann Steynberg.
Claudio Oliveira, do grupo Bitcoin Banco, também foi preso há alguns meses após o desaparecimento de 7.000 Bitcoin de seus investidores em 2019.
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