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XP nega acusação de esquema Ponzi; ações desabam

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Atualizado por Luís De Magalhães

EM RESUMO

  • A XP negou nesta quarta-feira as acusações de fazer parte de um esquema Ponzi.
  • Preço da ação despencou em Wall Street.
  • Segundo o Instituto Empresa, que está monitorando o caso, o fato de a XP ter o capital aberto nos EUA é bastante favorável aos investidores brasileiros.
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A XP negou nesta quarta-feira, as acusações de fazer parte de um esquema Ponzi. Segundo com comunicado “as informações são falsas, incorretas e imprecisas”. Ainda segundo a companhia, a Grizzly Research, sofrerá consequências legais.

A XP tomou conhecimento de informações falsas, incorretas e imprecisas divulgadas recentemente pela Grizzly Research e reforça seu comprometimento com a ética, a transparência, a conformidade regulatória, a governança e o cumprimento da lei. Serão tomadas todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly Research, disse por meio de comunicado.

Ações da XP despencam após acusação de pirâmide

As ações da XP Inc. despencaram na Nasdaq após acusações de um esquema Ponzi, envolvendo a venda de Certificados de Operações Estruturadas (COEs) pelo fundo GLADIUS. Conforme o relatório da Grizzly, o fundo Gladius obteve um retorno de 2.419% nos últimos cinco anos, com baixa volatilidade.

A Grizzly Research, que fez as denúncias, alega que a XP apresenta lucros falsos aos investidores ao vender COEs como produtos de alta rentabilidade, mas que, na realidade, dependem de novos investidores para pagar os lucros prometidos.

A XP negou as acusações, mas o impacto foi significativo no mercado, com as ações caindo para US$ 14,06.

Legitimidade do fundo GLADIUS é questionada

Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, que monitora o caso de perto, destacou que a denúncia feita nos Estados Unidos (EUA) traz uma proteção adicional para os investidores brasileiros. Isso porque os órgãos reguladores americanos têm normas mais rigorosas. Além disso, o sistema de ação coletiva nos EUA oferece uma forma mais eficiente de reparação para os investidores prejudicados.

No mercado local, o Instituto Empresa já recolheu muitas queixas de brasileiros que adquiriram COEs, ou foram prejudicados por outras operações da XP como alavancagens e procedimentos como “zerar” o patrimônio de Investidores. “São muitas denúncias de práticas lesivas aos investidores, que vem em linha com o que o documento da Grizzly Research apontou”, ressalta Silva.

O relatório inclui comentários de ex-funcionários da XP e insiders que descrevem o fundo como insustentável e o comparam a “um esquema Ponzi, tipo Madoff”. Eles alertam que a XP pode enfrentar responsabilidades significativas se as vendas de COE cessarem. A Grizzly Research também destacou que outros fundos brasileiros no mesmo setor produzem apenas retornos médios, lançando mais suspeitas sobre os retornos extraordinários relatados pela GLADIUS.

Sem os fundos GLADIUS e COLISEU, a XP Inc. não seria lucrativa, menciona o documento da Grizzly. O que levanta sérias dúvidas sobre a sustentabilidade das operações. A ausência de grandes provedores de liquidez no mercado brasileiro, como, por exemplo, a Citadel, também reforça as suspeitas sobre a legitimidade do fundo GLADIUS.

Retornos suspeitosamente altos

Desde 2019, o Gladius obteve retorno de 93,3% em média ao ano. O fundo de hedge de maior sucesso a longo prazo de todos os tempos, o Renaissance Technologies, administrado quantitativamente, obteve apenas 39,1% de retorno em média ao ano.

Dada a notória dificuldade dos fundos em fornecer alfa sem risco adicional, podemos assumir com segurança que os retornos da Gladius têm outra fonte além da negociação.

O gráfico a seguir mostra uma comparação dos fundos RLP da XP com fundos concorrentes que a Grizzly identificou como seus maiores fundos RLP.

fonte: Grizzly Research
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Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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