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Volume financeiro com lavagem de dinheiro em criptomoedas recua 30%, diz Chainalysis

3 mins
Atualizado por Thiago Barboza

Caiu o volume de dinheiro em criptomoedas lavado por criminosos cibernéticos. Hackers lavaram mais de US$ 22 bilhões em criptomoedas no ano passado. O valor representa uma queda de 30% quando comparado com o recorde de US$ 31,5 bilhões em 2022.  As informações estão em mais um capítulo do Crypto Crime Report de 2024, divulgado nesta quinta-feira (15) pela Chainalysis.

Uma fração desse declínio pode ser associada a uma diminuição geral no número de transações cripto, abrangendo tanto aquelas consideradas legítimas quanto as ilícitas. Contudo, a redução, na prática de lavagem de dinheiro, foi ainda maior, registrando uma queda de 29,5%, em comparação com a diminuição de 14,9% no volume total de transações, segundo as informações.

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CEX são destino de 62% de todos os fundos que saem de carteiras ilícitas

As exchanges centralizadas (CEX) permanecem como o principal canal para a conversão de criptomoedas em moedas fiduciárias tradicionais (off-ramping), representando 62% de todos os fundos provenientes de carteiras ilícitas.

“A boa notícia é que as exchanges centralizadas permitem congelar e apreender ativos associados a atividades ilícitas. Graças ao aumento dos investimentos em compliance, incluindo a implementação de medidas rigorosas de KYC (Know your client, ou conheça o seu cliente) e AML (Anti Money Laundering, ou anti-lavagem de dinheiro), as exchanges e as agências de aplicação da lei podem impedir que criminosos saquem seus ganhos”, disse a Diretora de Pesquisa da Chainalysis, Kim Grauer.

A prática de lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas geralmente se concentra em um conjunto relativamente pequeno de exchanges. No ano passado, a esmagadora maioria (72%) dos fundos ilícitos lavados foi direcionada para apenas cinco serviços de conversão em moedas fiduciárias (off ramping), em comparação com 69% no ano anterior.

Volume financeiro com lavagem de dinheiro em criptomoedas recua 30%, diz Chainalysis

Outra estratégia adotada para tentar camuflar o caminho do dinheiro, que vem sendo usada pelos hackers, é espalhar os fundos em vários endereços de depósito (semelhantes a contas bancárias em sistemas financeiros tradicionais).

Em 2023, 1.425 endereços receberam mais de US$ 1 milhão em criptomoedas de forma ilícita, totalizando US$ 6,7 bilhões até dezembro, o que representa 46% de todo o valor ilícito recebido pelas exchanges no ano, apontam os pesquisadores que rastreiam os fundos por meio de blockchains da Chainalysis.

“Esta também pode ser uma estratégia para diminuir o impacto do congelamento de qualquer endereço por atividades suspeitas”, explicou Grauer. “Como resultado, o combate ao criptocrime e à lavagem de dinheiro pode exigir maior diligência e compreensão das atividades em blockchain do que no passado, dada a difusão dos depósitos”, disse a Diretora de Pesquisa.

Apesar das exchanges centralizadas ainda liderarem na lavagem de fundos de criptomoedas, a ascensão da popularidade dos protocolos DeFi tem atraído criminosos mais experientes. Nos últimos cinco anos, tem-se observado um aumento constante no fluxo de fundos ilícitos para os protocolos DeFi, que agora representam 13% do volume total de lavagem de dinheiro no mundo.

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Qual mixer tornou-se o preferido dos criminosos após as sanções ao Tornado Cash e encerramento do Sinbad?

Pequenos grupos de gangues criminosas organizadas, como o Grupo Lazarus da Coreia do Norte, utilizam as pontes entre as blockchains para desviar criptomoedas. Essas pontes permitem que os usuários movam fundos de uma blockchain para outra e, no ano passado, o uso desses protocolos para fins de lavagem de dinheiro mais que dobrou, exemplifica o relatório.

Novo mixer: YoMix assume o lugar de Sinbad

No geral, 2023 assistiu a um declínio nos fundos enviados a misturadores a partir de endereços ilícitos, de US$ 1 bi em 2022 para pouco mais de US$ 500 milhões em 2023. 


Após sanções e o encerramento do misturador Sinbad em novembro passado, os hackers se aperfeiçoaram também. No caso do Lazarus, eles se adaptaram também após penalidades contra o Tornado Cash.

Com Sinbad fora de cena, o mixer baseado em Bitcoin YoMix atuou como um substituto. “Podemos ver um exemplo disso no gráfico do Reactor abaixo, que mostra uma carteira associada à atividade de hacking norte-coreana recebendo fundos do YoMix, embora já tivesse recebido fundos do Sinbad.”.

No geral, o YoMix teve um enorme crescimento em 2023, com as entradas crescendo mais de cinco vezes ao longo do ano.

No total, essas ferramentas receberam US$ 743,8 milhões em criptomoedas provenientes de endereços ilícitos em 2023, aproximadamente 138% acima dos US$ 312,2 milhões de 2022.

“As mudanças nas estratégias de lavagem de dinheiro que observamos, como no Grupo Lazarus, servem como um lembrete importante de que a maioria dos atores ilícitos sofisticados estão sempre adaptando suas estratégias. As equipes de aplicação da lei e compliance podem ser mais eficazes estudando esses novos métodos e familiarizando-se com os padrões nas blockchains”, concluiu Grauer.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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