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Universidade precisa participar do metaverso, diz pesquisador

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

A Unirio lança, nesta quinta-feira (29), dois novos espaços imersivos no metaverso. Chamados de Meta Hub Empreende e Meta BugLab, eles vão permitir que pessoas acessem os espaços através da plataforma Spatial.

A iniciativa é coordenada pelo projeto Empreende Unirio. O evento, que começa às 17h, na Urca, no Rio de Janeiro, também conta com uma palestra da coordenadora do projeto, Mariza Costa Almeida, e do CEO da Metamundi, Byron Mendes, que apoiou a criação dos espaços.

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O evento ocorre em formato híbrido e vai abordar temas como inovação, realidade virtual e oportunidades de novos negócios.

O BugLab é um programa de extensão da Unirio que promove o diálogo e colaboração entre alunos, pesquisadores, artistas, produtores e público. O Meta BugLab, portanto, é a extensão dessa ideia para o metaverso.

Já o Meta Hub Empreende é um espaço imersivo de conexões entre laboratórios, empreendiemtos e parceiros, que conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

O coordenador do BugLab e professor de mídias criativas no curso de Engenharia de Produção da Unirio, André Paz, conversou com o BeInCrypto sobre o metaverso e explica como vai funcionar o evento.

Nós vamos fazer uma exposição com óculos de realidade virtual e essa ambientação toda. Eu trabalho com a parte de curadoria, que inclui, por exemplo, como será o ambiente e a preparação das pessoas para usar esse equipamento.

Nossa ideia é que qualquer pessoa possa colocar óculos VR e imergir para outro lugar e poder experimentar obras. Mas não é bem assim, portanto é preciso criar uma ambientação, que inclui computadores, celulares e facilitadores. Nós teremos mediadores ensinando as pessoas e apresentando nossos dois espaços imersivos no metaverso.

As pessoas vão aprender como entrar, como navegar, como interagir e ter uma experiência intensa que não está normalmente disponível. Em seguida, nós faremos uma mesa que explica o processo criativo por trás de tudo.

É importante destacar que não basta as pessoas irem até o metaverso. O metaverso tem que ir até as pessoas. Ou seja, nós precisamos dessas ações de divulgação, exposição e debate. Mais que isso, precisamos adequar a tecnologia a esses ambientes imersivo para a inclusão de grupos que ainda não frequentam o metaverso.

A ideia de que o metaverso abriga experiências interativas e imersivas está muito ligada com o espaço cripto, arte, games e programadores. Eles foram a vanguarda, mas é preciso expandir e trazer outras pessoas para adequar essas soluções para outros grupos.

Nós trabalhamos com a estética do realismo mágico, que é uma tradição latino-americana. Nós temos um aspecto de realismo que atende ao público mais amplo, que nunca participou de uma plataforma imersiva. Se ele entra no metaverso e se depara com algo familiar, ele se identifica, portanto não está entrando em um universo completamente diferente.

Esse público vê um prédio parecido com o real e, ao mesmo tempo, vai ver uma série de experiências e provocações da mágica que o metaverso permite.

  • Qual é o grande atrativo do metaverso hoje?

Eu vejo o metaverso como um conceito, como algo a ser buscado, construído e realizado. E,nesse momento, as tecnologias que nós temos disponíveis são realidade virtual, aumentada e plataformas de ambiente imersivo e colaborativo.

No meu laboratório, nós experimentamos com pesquisa e criação de ferramentas. Nós criamos o Meta BugLab e o Meta Hub com o intuito de experimentação. Ambos são resultados de um processo de colaboração criativa com a possibilidade de catalisar conexões e encontros.

Nesse caso concreto, essas ferramentas permitem ampliar a colaboração. No caso do Meta Hub Empreende, as empresas vão ser incubadas no segundo semestre.

A pesquisa e criação prática nesses dois espaços experimenta as possibilidades dentro do que já temos hoje no metaverso. Isso tem a ver com a minha perspectiva, que é de pesquisa e criação.

O metaverso, portanto, é uma utopia que precisa ser construída e a universidade precisa participar dessa construção.

E há duas formas de a universidade participar dessa construção. Primeiramente, há a vertente de produção de conhecimento crítico e de estudos. Em seguida há a perspectiva de experimentação e criação, que é a área em que eu atuo.

Eu faço processos criativos e de coordenação que vão, na prática, experimentar as possibilidades e os limites do metaverso.

  • A Meta foi uma das empresas que iniciou a popularização do metaverso, mas, anos depois, a iniciativa parece não ter vingado. Como você enxerga esse movimento?

O metaverso une tecnologias como, por exemplo, realidade aumentada, virtual, NFT, ambientes compartilhados, em 3D. Elas já existem há décadas, mas estão emergindo para a sociedade como um todo nos últimos anos, o que inspirou o conceito do metaverso.

Só que no meio do caminho ocorreu uma pandemia que empurrou todo mundo para o mundo virtual, o que impulsou ainda mais a discussão sobre o metaverso, uma vez que nós precisamos encontrar soluções para fazer as coisas.

Em 2021, quando o Facebook virou Meta, isso fez surgir um hype em torno do metaverso. Agora, por outro lado, o hype está na inteligência artificial generativa. Quando há hype, as expectativas aumentam e todo mundo começa a falar do assunto.

Há muitas expectativas positivas, muitas negativas e uma disputa narrativa se instaura sobre o que vai ser o futuro. O mercado, por sua vez, entra em uma corrida desesperada para ver quem vai chegar em primeiro lugar.

Isso faz parte do processo de comunicação contemporânea e da emergência das tecnologias. Mas, e quando o hype passar? Aí o que sobra é a consolidação das soluções concretas e que deram certo.

Ou seja, é importante esperar o hype passar para ver o que vai se consolidar. E é por isso que a universidade pode participar do processo, tanto na vertente mais crítica quanto experimental.

A Meta, por sua vez, estava em uma bifurcação. Ela é uma grande corporação que estava com a imagem abalada. Eles tentaram alguma coisa diferente que não dá para saber onde vai acabar. O importante é ser cauteloso, porque ainda é muito cedo para dizer que a estratégia deles não funcionou completamente.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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