Os mercados estão testemunhando altas extraordinárias tanto em ativos de risco quanto em ativos de refúgio. A S&P 500, ouro, prata e Bitcoin (BTC) estão todos em tendência de alta.
Especialistas argumentam que a economia parece estar indo bem, mas essa prosperidade é enganosa. Não é impulsionada por produtividade ou inovação, mas por uma perda de confiança nas moedas fiduciárias, especialmente no dólar americano.
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Em um detalhado fio no X (antigo Twitter), The Kobeissi Letter destacou um momento financeiro expressivo — onde tudo está subindo ao mesmo tempo, desde ativos de risco como ações até refúgios tradicionais como ouro e Bitcoin.
O BeInCrypto relatou ontem que o Bitcoin ultrapassou US$ 125 mil em meio ao seu rali Uptober. A moeda valorizou 10,6% na última semana, marcando um forte início para o quarto trimestre. Ao mesmo tempo, a prata e o ouro também ganharam expressivamente. O valor da prata aumentou mais de 60% em 2025.
“O ouro atingiu 40 recordes em 2025 e agora vale impressionantes US$ 26,3 trilhões. Isso é mais de 10 vezes o valor do Bitcoin. Ouro, prata e Bitcoin estão agora entre os 10 maiores ativos do mundo”, dizia o post.
Historicamente, ativos de refúgio tendem a ter melhor desempenho quando investidores buscam proteção contra mercados de ações em queda ou instabilidade econômica. No entanto, este ciclo está desafiando esse padrão. Ativos de risco e refúgios estão agora subindo juntos, sugerindo uma mudança mais profunda no comportamento dos investidores globais.
O S&P 500 saltou mais de 39% em seis meses, adicionando trilhões em valor de mercado. Enquanto isso, o Nasdaq 100 ganhou por seis meses consecutivos — uma sequência rara vista apenas seis vezes desde 1986.
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O post apontou que a correlação entre ouro e o S&P 500 atingiu um recorde de 0,91 em 2024.
“Isso significa que ouro e o S&P 500 estavam se movendo em conjunto 91% do tempo”, revelou a análise.
Isso levanta uma questão crítica: os mercados estão genuinamente fortes ou há algo mais por trás do rali mais amplo?
Sponsored SponsoredComo a queda do dólar está criando um falso boom
Analistas de mercado argumentam que isso não reflete uma expansão econômica real, mas sim uma confiança enfraquecida no dólar americano. Este ano tem sido bastante difícil para o dólar. De acordo com The Kobeissi Letter, o dólar está caminhando para seu pior desempenho anual desde 1973.
Para contexto histórico, em 1973, o dólar experimentou uma queda acentuada, uma das mais dramáticas na história moderna, devido ao colapso do sistema de Bretton Woods e ao fim do padrão ouro.
Até agora, este ano, o dólar caiu 10%. Além disso, desde 2020, o dólar também perdeu cerca de 40% de seu poder de compra.
Além disso, as coisas podem piorar para a moeda. De acordo com a CME FedWatch Tool, os mercados estão precificando uma probabilidade de 95,7% de que o Fed corte as taxas novamente em sua reunião de outubro, após uma recente redução em setembro. Tal flexibilização pode acelerar a tendência de queda do dólar.
Sponsored“O Fed está cortando taxas com uma inflação anualizada de 4,0% desde 2020. E, o Fed está cortando taxas com uma inflação do PCE Core de mais de 2,9% pela primeira vez desde os anos 1990. O que realmente está acontecendo aqui é que os ativos estão precificando uma nova era de política monetária. Quando ativos de refúgio, ativos de risco, imóveis e inflação estão todos subindo juntos, é uma mudança macroeconômica. O Fed não tem controle sobre os rendimentos de longo prazo”, destacou The Kobeissi Letter.
O comentarista de mercado Shanaka Anslem Perera descreveu o fenômeno como uma ‘ilusão de prosperidade’, com os preços dos ativos subindo devido aos investidores se afastando das moedas fiduciárias.
“O Fed está cortando taxas em meio à inflação, imprimindo credibilidade enquanto chama isso de política. Quando ouro, Bitcoin, ações e imóveis sobem juntos, não é um mercado em alta… é um pânico monetário em câmera lenta”, explicou Perera.
Ele enfatizou que o aumento simultâneo em todas as classes de ativos sugere que a riqueza não está sendo criada, mas o poder de compra do dólar está colapsando. Nesta visão, o denominador — a própria moeda — está morrendo.
“Isso não é um boom. É o fim de um sistema precificado em papel e movido por ilusão”, comentou Perera.
Assim, à medida que os mercados disparam e o dólar enfraquece, o rali reflete mais do que otimismo. Em vez de sinalizar força econômica, sublinha uma mudança no que os investidores confiam. Os mercados não estão celebrando o crescimento — estão se preparando para a mudança.