Hoje (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, assinou uma nova ordem executiva que modifica o escopo das tarifas recíprocas aplicadas a produtos agrícolas estrangeiros. A decisão retira itens como café, carne bovina, frutas tropicais, bananas, chá e especiarias da lista de produtos sujeitos às tarifas, abrindo espaço para maior competitividade de países exportadores, incluindo o Brasil.
A medida representa mais um ajuste na política comercial iniciada em abril de 2025, quando a Casa Branca declarou um estado de emergência econômica devido ao déficit comercial persistente e à falta de reciprocidade em acordos bilaterais.
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A ordem executiva assinada altera novamente o escopo das tarifas recíprocas criadas no início do ano. Produtos agrícolas considerados essenciais, ou que os Estados Unidos não produzem em volume suficiente para abastecer o mercado interno, passaram a ser excluídos do mecanismo tarifário.
Com a mudança, café, carne bovina, bananas, frutas tropicais, chá e especiarias foram transferidos para um anexo específico da regulamentação que isenta tais itens das tarifas. Ao mesmo tempo, eles deixam de fazer parte da lista de produtos sujeitos a ajustes tarifários para países parceiros.
A exclusão dessas categorias entra em vigor imediatamente, permitindo que importadores americanos retomem compras desses produtos sem acréscimos tributários definidos pela política de reciprocidade.
Impacto para o agronegócio brasileiro
A retirada de tarifas sobre café e carne, dois dos principais itens da pauta exportadora do Brasil, cria uma oportunidade para recuperar espaço no mercado dos Estados Unidos. Esses produtos são parte relevante da demanda americana, especialmente no segmento de cafés premium e cortes de carne de alto padrão.
Exportadores brasileiros avaliam que a decisão reduz pressões de custo e melhora a previsibilidade comercial após meses de incerteza gerados pela política tarifária anterior. No setor, a percepção é de que o alívio abre nova janela de negócios justamente no momento em que compradores americanos buscam recompor estoques.
SponsoredA inclusão de frutas tropicais e bananas entre os itens liberados também beneficia produtores brasileiros, que vinham enfrentando dificuldades diante das taxações anunciadas no primeiro semestre.
Reação do setor e expectativas para as negociações
Representantes da cadeia agrícola receberam a medida com otimismo e enxergam no anúncio um gesto de reaproximação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Nos debates internos do setor, eles interpretam a retirada das tarifas como um recuo parcial da política protecionista adotada no início do governo, o que reforça a expectativa de novas flexibilizações.
Produtores afirmam, porém, que o cenário exige acompanhamento constante, já que a política de tarifas recíprocas ainda vale para outros itens e pode voltar a mudar conforme decisões estratégicas da Casa Branca.
Perspectivas para o comércio bilateral
A decisão de excluir produtos agrícolas do regime tarifário reacende discussões sobre acordos comerciais e integração de cadeias produtivas. Analistas consideram que a medida cria espaço para negociações mais amplas entre os dois países e pode influenciar outros setores sensíveis.
Embora desafios permaneçam nas relações bilaterais, a flexibilização anunciada hoje representa um sinal de aquecimento no diálogo comercial e sugere que Washington busca redesenhar sua política de tarifas sem prejudicar mercados essenciais para a economia doméstica.
O agronegócio brasileiro, por sua vez, vê na mudança uma oportunidade concreta de ampliar vendas e recuperar terreno perdido ao longo do ano.