Relatórios recentes afirmam que o CEO da Tether, Paolo Ardoino, está em negociações com a Big Four para finalmente realizar uma auditoria de uma empresa terceirizada. No entanto, alguns membros da comunidade estão céticos, citando a falta de compromissos mais firmes.
Essa auditoria deve exigida para as próximas regulamentações de stablecoins e pode ser um requisito absoluto para futuras cooperações com o governo dos Estados Unidos (EUA). Big Four é um termo usado que se refere as maiores quatro empresas de auditoria do mundo. Deloitte, EY, PwC e KPMG.
Tether passará finalmente por uma auditoria?
A Tether, a emissora da maior stablecoin do mundo, USDT, pode buscar uma integração mais próxima com o governo norte-americano. Em um discurso esta semana, o presidente Trump mencionou sua visão sobre o papel das stablecoins na promoção da dominância do dólar.
Para alcançar essa parceria, no entanto, a empresa precisará concordar com uma auditoria de terceiros.
De acordo com um novo relatório da Reuters, a Tether está em negociações com uma das Big Four de auditoria para tornar isso realidade. O texto não especificou qual das empresas, PwC, EY, Deloitte e KPMG, está envolvida ou qual progresso foi feito.
É nossa prioridade máxima. Agora estamos em um cenário onde isso é realmente viável. Se o presidente dos EUA diz que isso é uma prioridade para o país, as Big Four terão que ouvir, afirmou Ardoino.
No entanto, a notícia foi recebida com ceticismo por parte da comunidade. Apesar dos relatórios internos regulares, um novo CFO e anos de promessas, a empresa nunca se submeteu a uma auditoria de terceiros. Isso criou uma certa desconfiança em alguns setores.
Alguns especularam que a Tether pode tentar garantir uma auditoria apenas das reservas, mas as Big Four provavelmente só aceitarão uma contabilidade completa. O comentário de Ardoino sobre a “prioridade máxima” de Trump parece revelador nesse sentido.
Por que as Big Four precisariam de um incentivo como esse para uma auditoria comum? A Tether lucrou US$ 13 bilhões no ano passado. E certamente pode pagar pelos serviços.
Regulação de stablecoins pode atrasar acordo
Uma auditoria de terceiros é crucial para a Tether devido às próximas regulamentações de stablecoins nos EUA. Segundo a proposta da Lei GENIUS, emissores de stablecoins precisarão se submeter a auditorias independentes e manter grande parte das reservas em ativos como títulos do Tesouro.
Portanto, as emissoras de stablecoins não poderão operar no mercado norte-americano sem uma auditoria de seus ativos de reserva baseados em títulos do Tesouro.
Ontem, a empresa revelou que comprou US$ 33 bilhões em títulos do Tesouro no ano passado. No entanto, Ardoino afirmou que 99% deles são mantidos pela Cantor Fitzgerald, uma empresa com laços de longa data com a Tether.
O CEO da empresa era Howard Lutnick até janeiro deste ano, quando deixou o cargo para se tornar Secretário de Comércio dos EUA. Esses laços políticos geraram algumas críticas.
A Tether tem uma reputação questionável, para dizer o mínimo. Deveria ser proibida de comprar títulos do Tesouro até que passe por uma série de auditorias profundas pelos reguladores norte-americanos — e essa auditoria deve retroceder até sua criação. Estamos correndo um risco enorme e desnecessário ao permitir que essa empresa entre em nosso sistema financeiro, afirmou Jason Calcanis em um post.
Em outras palavras, os céticos ainda não estão convencidos de que a emissora de stablecoins passará por uma auditoria pública em larga escala. Graças a esses laços políticos e aos títulos do Tesouro, a Tether está bem posicionada para estabelecer uma parceria séria com os EUA.
No entanto, a menos que passe por uma auditoria, conforme exigido pelas futuras regulamentações, a presença da empresa no mercado norte-americano pode estar em risco.
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