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Selic atinge patamar histórico de 15% ao ano em dia de Super Quarta

3 Min.
Atualizado por Lucas Espindola

Resumo

  • Super Quarta agitada.
  • Banco Central surpreendeu o mercado ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, alcançando 15% ao ano, um nível histórico. Copom deverá manter os juros em 15% ao ano nas próximas reuniões.
  • O Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos (EUA) manteve hoje a taxa de juros estável no intervalo entre 4,25% e 4,50%.
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O Banco Central surpreendeu o mercado ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, alcançando 15% ao ano, um nível histórico. A decisão, por unanimidade, reflete uma tentativa de combater a inflação persistente, mas gera dúvidas sobre a continuidade do ciclo de aumento das taxas, mantendo o cenário de incertezas econômicas.

Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) disse que deverá manter os juros em 15% ao ano nas próximas reuniões, enquanto observa os efeitos do ciclo de alta da Selic sobre a economia. No entanto, não descartou mais altas, caso a inflação suba.

Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta, diz o texto.

Essa foi a sétima alta seguida dos juros básicos. Assim, a Selic está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. 

Super Quarta: Selic atinge patamar histórico enquanto EUA mantém estabilidade

Por outro lado, nos Estados Unidos (EUA), o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa básica de juros da maior economia do planeta, entre 4,25% e 4,50%.

Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, avalia que a elevação do Banco Central é coerente com o atual cenário inflacionário e o horizonte para reduções só deve se abrir a partir de 2026.  “A decisão foi técnica e crucial”, disse. Para ele, o cenário externo também pode influenciar diretamente os próximos passos do BC.

Se os Estados Unidos iniciarem um ciclo de afrouxamento monetário antes do previsto, isso pode antecipar uma mudança também por aqui. Mas, por enquanto, o tom da ata será o principal termômetro do mercado.

Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, disse que a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos foi amplamente projetado pelo mercado.

A grande expectativa era sobre as projeções dos membros do comitê, que são divulgadas trimestralmente. Para 2025, a projeção para taxa de juros manteve em queda de 0,50 p.p., com taxa final de 3,9%. Já para 2026 e 2027 houve um aumento na projeção para taxa de juros, que pode ser atribuída ao aumento nas expectativas de inflação, devido aos efeitos da “Guerra Comercial” e redução na expectativa para o PIB em 2025 e 2026, disse Paixão.

Em comunicado e na entrevista de Jerome Powell, o comitê ressaltou que a incerteza diminuiu, mas continua alta. A percepção é de que o FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Fed – equivalente ao Copom no Brasil) deve manter cautela, com a taxa de juros inalterada até que tenha clareza sobre os impactos econômicos do aumento nas tarifas para importação nos Estados Unidos, disse a analista da InvestSmart XP.

Para o Copom, “o ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”. 

Como ficam os investimentos?

 Sempre que os juros sobem, os títulos pós-fixados como, por exemplo, a renda fixa, atrelada ao CDI, passam a oferecer retornos mais atrativos quase de forma imediata, atraindo o investidor mais conservador, complementa CEO da iHUB Investimentos.

No entanto, ele aponta que o momento também exige visão estratégica para o médio e longo prazo.

Se o mercado começar a precificar cortes mais adiante, ativos como bolsa, crédito privado e títulos prefixados ou indexados à inflação (IPCA+) devem se valorizar. Mas é preciso estar atento à volatilidade e aos riscos associados a esses investimentos em um cenário ainda incerto.

Apesar da manutenção dos juros pelo FED já ser amplamente esperada, o comunicado surpreendeu ao reconhecer uma redução nas incertezas e ao retirar menções ao novo governo, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

As projeções indicam uma trajetória ambígua: embora mantenham a expectativa de dois cortes em 2025, apontam piora nos dados de inflação, desemprego e crescimento econômico, pontuou Shahini.

Ibovespa estável, dólar sobe levemente e juros futuros voláteis

O índice Ibovespa fechou quase estável, impactado pela queda nos preços do petróleo, mas com alta pontual nas ações dos setores industrial e metais. No mercado de câmbio, o dólar teve uma leve valorização frente ao real, alinhando-se à tendência global da moeda. Fechou o dia valendo R$ 5,50. Já os juros futuros, apresentaram variações discretas, refletindo a incerteza dos investidores sobre o futuro da Selic.

No exterior, os mercados mantiveram foco na condução da política monetária americana e nos desdobramentos da tensão geopolítica entre Israel e Irã, que seguem como fatores de risco para os preços do petróleo e o comportamento dos ativos de proteção, finalizou o especialista da Nomad.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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