Confiável

Remessas digitais disparam na América Latina, diz Mastercard

4 Min.
Atualizado por Júlia V. Kurtz

Resumo

  • Novo relatório da Mastercard revela as tendências e oportunidades para digitalização de remessas na América Latina e no Caribe.
  • As remessas globais na América Latina cresceram a uma taxa mais alta, 10% ao ano, desde 2014, em comparação com 4% em todo o mundo.
  • O corredor EUA-México é o maior canal de remessas do mundo, com um volume de 65 bilhões de dólares em 2023.
  • promo

O relatório O futuro das remessas na América Latina da Mastercard destaca as transformações significativas no mercado global de remessas digitais.

Impulsionadas também por adoção de tecnologias emergentes como criptomoedas, Web3 e exchanges, a América Latina lidera os chamados pagamentos internacionais.

América Latina lidera remessas digitais

Em 2023, as remessas digitais globais ultrapassaram 50% do market share, um marco histórico que indica a rápida adoção de soluções tecnológicas neste setor crucial para a economia de muitos países.

Conforme o whitepaper da Mastercard, remessas desempenham um papel fundamental no fortalecimento da inclusão financeira na região, impulsionando as economias e aliviando a pobreza – muitas vezes servindo como uma fonte essencial de renda para pessoas em comunidades de baixa e média rendas.

Na América Latina, as remessas cresceram mais rapidamente do que no mundo. Isso significa 10% ao ano desde 2014, em comparação com 4% de todo globo, destaca a Mastercard

A expectativa é que até 2026 as remessas digitais gerem mais de US$ 20 bilhões na região.

Futuro das remessas digitais: criptomoedas, web3 e exchanges

A tecnologia blockchain e as criptomoedas têm revolucionado o setor de remessas ao oferecer transações mais rápidas, seguras e baratas. Plataformas como Ripple, Stellar e Circle estão simplificando e acelerando as transferências internacionais, eliminando intermediários tradicionais.

A parceria entre MoneyGram e Stellar, por exemplo, permite que usuários enviem e recebam remessas em criptomoedas como a USDC, proporcionando uma alternativa viável e eficiente às moedas fiduciárias tradicionais, aponta o documento.

Além disso, exchanges de criptomoedas, como a Binance e o Mercado Bitcoin, têm ampliado seus serviços para incluir remessas internacionais, destaca o relatório.

A Binance, por exemplo, lançou a solução “Remessas em Criptomoedas”, que permite a transferência de valores em criptomoedas para contas bancárias em diversos países da América Latina.

Essas inovações não apenas reduzem os custos das transações, mas também aumentam a inclusão financeira, especialmente em regiões onde o acesso aos serviços bancários tradicionais é limitado.

Dados da Mastercard revelam:

  • O corredor Estados Unidos-México é o maior canal de remessas do mundo, com um volume de 65 milhões de dólares em 2023.
  • Na América do Sul, a inflação e a instabilidade política são motores dos fluxos migratórios e de remessas, que utilizam muitas vezes fintechs e blockchains para evitarem os problemas que surgem quando se utiliza o sistema tradicional.
  • Em El Salvador, 2 em cada 10 famílias que recebem remessas vivem na pobreza.
  • Na Guatemala, pelo menos 1 em cada 3 famílias considera as remessas sua principal fonte de rendimento.
  • Em Honduras, os beneficiários de remessas representam cerca de 50% de todos os agregados familiares.

Web3 e Fintechs

O avanço da Web3 está criando oportunidades para o mercado de remessas ao integrar serviços financeiros descentralizados (DeFi) e contratos inteligentes.

Fintechs como a PaySend estão utilizando cartões Mastercard virtuais para permitir que destinatários desbancarizados recebam remessas digitais instantaneamente, sem a necessidade de uma conta bancária. Essa abordagem não só facilita o acesso aos fundos, mas também promove a inclusão financeira e digital.

A integração de soluções Web3 permite que as remessas sejam mais transparentes e rastreáveis, aumentando a confiança dos usuários.

Empresas como a Félix Pago utilizam chatbots e inteligência artificial (IA) para oferecer um serviço mais ágil e personalizado, facilitando o envio de remessas diretamente através de aplicativos de mensagens como o WhatsApp.

Exchanges Digitais e Pix

O mercado de exchanges digitais está crescendo rapidamente, com novos atores entrando no ecossistema de remessas. Plataformas de pagamentos em tempo real, como Pix no Brasil e SPEI no México, estão se tornando essenciais para as transações transfronteiriças.

Essas plataformas permitem que os usuários enviem e recebam dinheiro quase instantaneamente, aumentando a eficiência e reduzindo os custos das remessas.

Parcerias estratégicas entre varejistas e empresas de telecomunicações também estão desempenhando um papel crucial na expansão das remessas digitais. O Walmart, por exemplo, adquiriu a fintech Trafalgar para ampliar seus serviços de pagamento, crédito e remessas, oferecendo uma solução de “balcão único” que transforma rapidamente as remessas em consumo.

Futuro promissor

O futuro das remessas na América Latina é promissor, com a digitalização e as novas tecnologias impulsionando o crescimento e a eficiência do setor. A adoção de criptomoedas, Web3 e exchanges digitais está transformando a maneira como o dinheiro é enviado e recebido, proporcionando alternativas mais rápidas, baratas e seguras para milhões de pessoas.

À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, espera-se que as remessas digitais alcancem novos patamares, promovendo maior inclusão financeira e contribuindo significativamente para a economia global.

Barreiras e oportunidades na transformação digital das remessas

Apesar do impacto positivo das remessas na inclusão financeira e na redução da pobreza, vários obstáculos impedem a total digitalização do setor. Entre eles estão a falta de transparência, confiança e segurança nas transações, bem como experiências digitais deficientes e velocidade de transação lenta.

Além disso, a regulamentação inconsistente entre diferentes jurisdições globais cria barreiras adicionais, dificultando a adoção de soluções digitais de remessas.

Exclusão financeira e digital

A exclusão financeira continua sendo um problema crítico que afeta principalmente as comunidades carentes ou não bancarizadas.

Segundo o relatório global Mastercard Borderless Payment 2023, mais de um terço dos entrevistados afirmou que suas famílias têm opções limitadas para acessar o dinheiro enviado.  Quase um quarto disse que seus familiares precisam viajar longas distâncias para acessar seus fundos.

Isso revela uma infraestrutura financeira e digital subdesenvolvida. Caracterizada acima de tudo pela falta de cobertura 4G, baixa penetração de smartphones. Além disso, a ausência de bancos e agentes de remessas em áreas rurais e remotas continua a ser um desafio significativo.

O relatório da Mastercard destaca a necessidade urgente de superar esses desafios para promover a digitalização completa das remessas na América Latina. Investimentos em infraestrutura digital e financeira, criação de regulamentações consistentes, são fundamentais para garantir que as remessas digitais possam alcançar todo o seu potencial.

Com a implementação dessas medidas, espera-se que a modalidade contribua principalmente para a inclusão financeira e o crescimento econômico, beneficiando milhões de pessoas em comunidades carentes e não bancarizadas.

O universo Mastercard incluí uma rede global de pagamentos em mais de 150 moedas em 180 países. Isso significa um impacto de 95% da população bancária global. São quase 10 bilhões de terminais em todo o planeta, incluindo contas bancárias, cartões, carteiras cripto e locais de pagamento em dinheiro.

Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas
Melhores plataformas de criptomoedas

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

Aline-Soares-BIC.jpg
Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
LER BIO COMPLETA
Patrocionado
Patrocionado