O relatório O futuro das remessas na América Latina da Mastercard destaca as transformações significativas no mercado global de remessas digitais.
Impulsionadas também por adoção de tecnologias emergentes como criptomoedas, Web3 e exchanges, a América Latina lidera os chamados pagamentos internacionais.
América Latina lidera remessas digitais
Em 2023, as remessas digitais globais ultrapassaram 50% do market share, um marco histórico que indica a rápida adoção de soluções tecnológicas neste setor crucial para a economia de muitos países.
Conforme o whitepaper da Mastercard, remessas desempenham um papel fundamental no fortalecimento da inclusão financeira na região, impulsionando as economias e aliviando a pobreza – muitas vezes servindo como uma fonte essencial de renda para pessoas em comunidades de baixa e média rendas.
Na América Latina, as remessas cresceram mais rapidamente do que no mundo. Isso significa 10% ao ano desde 2014, em comparação com 4% de todo globo, destaca a Mastercard
A expectativa é que até 2026 as remessas digitais gerem mais de US$ 20 bilhões na região.
Futuro das remessas digitais: criptomoedas, web3 e exchanges
A tecnologia blockchain e as criptomoedas têm revolucionado o setor de remessas ao oferecer transações mais rápidas, seguras e baratas. Plataformas como Ripple, Stellar e Circle estão simplificando e acelerando as transferências internacionais, eliminando intermediários tradicionais.
A parceria entre MoneyGram e Stellar, por exemplo, permite que usuários enviem e recebam remessas em criptomoedas como a USDC, proporcionando uma alternativa viável e eficiente às moedas fiduciárias tradicionais, aponta o documento.
Além disso, exchanges de criptomoedas, como a Binance e o Mercado Bitcoin, têm ampliado seus serviços para incluir remessas internacionais, destaca o relatório.
A Binance, por exemplo, lançou a solução “Remessas em Criptomoedas”, que permite a transferência de valores em criptomoedas para contas bancárias em diversos países da América Latina.
Essas inovações não apenas reduzem os custos das transações, mas também aumentam a inclusão financeira, especialmente em regiões onde o acesso aos serviços bancários tradicionais é limitado.
Dados da Mastercard revelam:
- O corredor Estados Unidos-México é o maior canal de remessas do mundo, com um volume de 65 milhões de dólares em 2023.
- Na América do Sul, a inflação e a instabilidade política são motores dos fluxos migratórios e de remessas, que utilizam muitas vezes fintechs e blockchains para evitarem os problemas que surgem quando se utiliza o sistema tradicional.
- Em El Salvador, 2 em cada 10 famílias que recebem remessas vivem na pobreza.
- Na Guatemala, pelo menos 1 em cada 3 famílias considera as remessas sua principal fonte de rendimento.
- Em Honduras, os beneficiários de remessas representam cerca de 50% de todos os agregados familiares.
Web3 e Fintechs
O avanço da Web3 está criando oportunidades para o mercado de remessas ao integrar serviços financeiros descentralizados (DeFi) e contratos inteligentes.
Fintechs como a PaySend estão utilizando cartões Mastercard virtuais para permitir que destinatários desbancarizados recebam remessas digitais instantaneamente, sem a necessidade de uma conta bancária. Essa abordagem não só facilita o acesso aos fundos, mas também promove a inclusão financeira e digital.
A integração de soluções Web3 permite que as remessas sejam mais transparentes e rastreáveis, aumentando a confiança dos usuários.
Empresas como a Félix Pago utilizam chatbots e inteligência artificial (IA) para oferecer um serviço mais ágil e personalizado, facilitando o envio de remessas diretamente através de aplicativos de mensagens como o WhatsApp.
Exchanges Digitais e Pix
O mercado de exchanges digitais está crescendo rapidamente, com novos atores entrando no ecossistema de remessas. Plataformas de pagamentos em tempo real, como Pix no Brasil e SPEI no México, estão se tornando essenciais para as transações transfronteiriças.
Essas plataformas permitem que os usuários enviem e recebam dinheiro quase instantaneamente, aumentando a eficiência e reduzindo os custos das remessas.
Parcerias estratégicas entre varejistas e empresas de telecomunicações também estão desempenhando um papel crucial na expansão das remessas digitais. O Walmart, por exemplo, adquiriu a fintech Trafalgar para ampliar seus serviços de pagamento, crédito e remessas, oferecendo uma solução de “balcão único” que transforma rapidamente as remessas em consumo.
Futuro promissor
O futuro das remessas na América Latina é promissor, com a digitalização e as novas tecnologias impulsionando o crescimento e a eficiência do setor. A adoção de criptomoedas, Web3 e exchanges digitais está transformando a maneira como o dinheiro é enviado e recebido, proporcionando alternativas mais rápidas, baratas e seguras para milhões de pessoas.
À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, espera-se que as remessas digitais alcancem novos patamares, promovendo maior inclusão financeira e contribuindo significativamente para a economia global.
Barreiras e oportunidades na transformação digital das remessas
Apesar do impacto positivo das remessas na inclusão financeira e na redução da pobreza, vários obstáculos impedem a total digitalização do setor. Entre eles estão a falta de transparência, confiança e segurança nas transações, bem como experiências digitais deficientes e velocidade de transação lenta.
Além disso, a regulamentação inconsistente entre diferentes jurisdições globais cria barreiras adicionais, dificultando a adoção de soluções digitais de remessas.
Exclusão financeira e digital
A exclusão financeira continua sendo um problema crítico que afeta principalmente as comunidades carentes ou não bancarizadas.
Segundo o relatório global Mastercard Borderless Payment 2023, mais de um terço dos entrevistados afirmou que suas famílias têm opções limitadas para acessar o dinheiro enviado. Quase um quarto disse que seus familiares precisam viajar longas distâncias para acessar seus fundos.
Isso revela uma infraestrutura financeira e digital subdesenvolvida. Caracterizada acima de tudo pela falta de cobertura 4G, baixa penetração de smartphones. Além disso, a ausência de bancos e agentes de remessas em áreas rurais e remotas continua a ser um desafio significativo.
O relatório da Mastercard destaca a necessidade urgente de superar esses desafios para promover a digitalização completa das remessas na América Latina. Investimentos em infraestrutura digital e financeira, criação de regulamentações consistentes, são fundamentais para garantir que as remessas digitais possam alcançar todo o seu potencial.
Com a implementação dessas medidas, espera-se que a modalidade contribua principalmente para a inclusão financeira e o crescimento econômico, beneficiando milhões de pessoas em comunidades carentes e não bancarizadas.
O universo Mastercard incluí uma rede global de pagamentos em mais de 150 moedas em 180 países. Isso significa um impacto de 95% da população bancária global. São quase 10 bilhões de terminais em todo o planeta, incluindo contas bancárias, cartões, carteiras cripto e locais de pagamento em dinheiro.
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