O Banco Central revelou que a implementação do Real Digital deve levar até três anos.
Representantes do Banco Central afirmaram que o desenvolvimento do Real Digital, a CBDC brasileira, deve demorar até três anos. A declaração foi feita nesta terça-feira (26) em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
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O analista Fábio Araújo, do Banco Central, disse que a instituição tem consultado representantes da sociedade sobre a criação de uma moeda digital do banco central (CBDC, “Central Bank Digital Currency”, na sigla em inglês). Nesse caso, o Real Digital seria uma nova forma de representação da moeda nacional emitida pela autoridade monetária do País.
O objetivo é estimular o uso de novas tecnologias, como a internet das coisas, e novos negócios:
“Hoje as transferências eletrônicas levam segundos, antes demoravam e eram usadas para comprar carro, não para comprar pão”, avaliou Araújo, ao citar avanços como o atual sistema de pagamentos instantâneo (Pix).
O analista do Banco Central destacou que a criação do Real Digital deverá seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as normas do Brasil e do exterior que tratam do combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Além disso, medidas contra eventuais ataques cibernéticos serão necessárias.
A questão da interoperabilidade e integração com sistemas de outros países também está na pauta, já que cada nação tem um sistema de regulamentação.
CBDC ajuda no combate a fraudes
O diretor-geral da R3 Brasil, Keiji Sakai, ressaltou a importância da moeda digital no combate a fraudes e crimes. “Com ela, poderá haver bloqueio imediato de recursos em caso de ilegalidades”, disse.
A empresa atua em vários países com a tecnologia blockchain, que permite o registro de transações com criptoativos.
Já o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getúlio Vargas, Eduardo Diniz, elogiou a cautela do Banco Central, que prevê a eventual adoção do Real Digital só daqui a dois ou três anos.
“Poderá ser antes ou depois, é preciso ver como essa possibilidade evoluirá no mundo.”
Diniz também ressaltou que o Real Digital é uma evolução do uso das novas tecnologias, mantendo o nível de privacidade e criando ainda mais mecanismos de proteção e segurança, além de uma maior democratização sobre os sistemas de pagamentos.
O debate foi sugerido pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Ele afirma que vários governos que já adotaram moedas virtuais emitidas recentemente por seus bancos centrais, como a China, que anunciou a criação do yuan digital em abril, e a Suécia, que já faz os primeiros testes com a moeda e deve implementá-la em 2026.
No Brasil, em maio de 2021, o Banco Central lançou as diretrizes para o desenvolvimento do real em formato digital – o Real Digital. “Como se vê, é um tema relativamente recente e que ainda carece de muitas discussões e definições, que certamente envolve questões legais , afirmou Aureo.
Recentemente, falando em um evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, disse estar confiante sobre a futura moeda, afirmando que alguns projetos pilotos já devem ser lançados em 2022.
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