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RailGun: Elogiado por Vitalik Buterin, usado por hackers norte-coreanos

3 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • O grupo norte-coreano Lazarus usa o Railgun para lavar criptomoedas roubadas, de acordo com o relatório da Elliptic.
  • Esse relatório veio depois que Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, apoiou e usou publicamente o Railgun.
  • O dilema da Railgun destaca a necessidade de equilíbrio entre privacidade e segurança no espaço das criptomoedas.
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A Railgun, uma ferramenta de criptomoeda voltada para a privacidade, está no centro das atenções após os elogios do cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, bem como o uso por hackers norte-coreanos.

Um novo documento da empresa de inteligência de blockchain Elliptic revela o uso do Railgun pelo Lazarus Group. O coletivo de hackers norte-coreanos, patrocinado pelo Estado, usa o Railgun para lavar fundos roubados.

O Railgun é uma faca de dois gumes?

Conforme o relatório da Eliptic, o Lazarus Group passou a usar o Railgun após o Tesouro dos Estados Unidos impor sanções contra a Tornado Cash. Essa mudança foi uma resposta ao fato de a ferramenta preferida de lavagem de dinheiro ter entrado na mira das autoridades visada.

Isso porque o grupo norte-coreano usou o Tornado Cash para ofuscar o roubo de mais de US$ 100 milhões da Harmony Horizon Bridge em junho de 2022.

FBI confirma informação

Agora, o FBI confirmou que o Lazarus Group usou o Railgun para lavar mais de US$ 60 milhões em Ethereum provenientes desse mesmo roubo.

Proporção do uso de serviços de ofuscação pelos hackers norte-coreanos.
Proporção do uso de serviços de ofuscação pelos hackers norte-coreanos. Fonte: Elliptic

Batalha sobre privacidade vs segurança

A exploração da Railgun pelo Lazarus Group, vista como uma alternativa importante à Tornado Cash, destaca a batalha contínua entre a privacidade individual e a prevenção de atividades criminosas no setor de criptomoedas.

Por outro lado, esse incidente acrescenta um ponto de dados convincente ao debate mais amplo sobre a regulamentação da blockchain, protocolos de anonimato e os riscos que eles representam para o sistema financeiro.

Além disso, a investigação da Elliptic rastreou o movimento dos fundos roubados da Horizon Bridge. Apesar das tentativas de ocultar sua origem, a forte dependência dos hackers do Railgun tornou suas tentativas de mixar dados menos eficazes. A Elliptic explica isso usando uma analogia perspicaz:

“Imagine que você jogasse cinco centavos em um pote cheio de 100 centavos, seria extremamente difícil para alguém determinar quais centavos eram seus. Entretanto, se você jogasse 70 moedas em uma jarra com apenas 30 outras moedas, haveria uma chance maior de associar essas 70 moedas específicas a você. Os misturadores funcionam de maneira semelhante: quando o conjunto de anonimato – ou o volume de outros fundos no misturador é baixo – torna o misturador menos eficaz para ocultar transferências de fundos desproporcionalmente grandes.”

Vitalik transfere 100 ETH para Railgun

Recentemente, a Railgun chamou a atenção após Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, relatar ter usado a plataforma. Ontem, ele transferiu de fato 100 ETH (aproximadamente US$ 325.000) para a Railgun.

A transação segue um padrão de transferências menores para a Railgun nos últimos seis meses. Desse modo, a ação de Buterin demonstra sua interação contínua com a plataforma.

“A privacidade é normal. A Railgun usa o protocolo de pools de privacidade, o que torna muito mais difícil para os malfeitores entrarem no pool sem comprometer a privacidade dos usuários”, afirmou Buterin.

O endosso de Buterin ao Railgun ocorre em um momento em que as ferramentas de privacidade enfrentam um maior escrutínio dos órgãos reguladores em todo o mundo.

Vale lembrar que na semana passada, o vice-secretário do Tesouro dos EUA destacou o possível uso indevido de tecnologias de aumento de privacidade por parte de agentes malignos. Em resposta, as principais exchanges, como Binance e OKX, começaram a excluir esses ativos, alinhando-se com estruturas regulatórias mais rígidas.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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