Um estudo realizado pela KuCoin – que engloba dados sobre adoção de criptomoedas e tecnologias descentralizadas em todo o mercado brasileiro – mostra que a inflação no Brasil contribuí em grande parte para a transição dos investidores locais para as criptomoedas como reserva de valor e meio de pagamento.
O CEO Johnny Lyu está no comando da exchange, com sede em Seychelles, desde maio de 2020. Ele falou com o Be[in]Crypto sobre o levantamento e suas conclusões são otimistas.
- Segundo o relatório “Into the Cryptoverse”, divulgado pela KuCoin, 53% dos players de criptomoedas no Brasil veem os criptoativos como um armazenamento confiável de valor. Mas isso não seria uma contradição uma vez que os criptoativos são ativos voláteis e de risco?
Flutuações rápidas de preços são típicas para criptomoedas individuais. Ao diversificar um portfólio de investimentos e selecionar cuidadosamente as metas de investimento, os usuários podem obter movimentos mais suaves e previsíveis no valor de seus ativos digitais.
Além disso, algumas criptomoedas, como as stablecoins, não estão sujeitas a aumentos nas taxas de câmbio em relação às moedas fiduciárias. As transações de stablecoin também podem compensar os efeitos da inflação no longo prazo.
- Por que se proteger da inflação investindo em moedas digitais instáveis?
Ao deixar as economias em moedas fiduciárias em um vaso ou embaixo do colchão, os brasileiros podem enfrentar a depreciação de seus fundos. Isso está acontecendo com frequência em países em desenvolvimento com uma grande parcela da população não bancarizada e um alto nível de inflação.
O mercado de criptomoedas é de fato propenso a mudanças constantes. Ainda assim, o investimento cuidadoso com uma estratégia de hedge oferece uma grande chance de multiplicar as economias. Fazer um portfólio de diversas criptomoedas, como Bitcoin (BTC), stablecoins e tokens DeFi, pode ser uma boa escolha em comparação com a moeda fiduciária desvalorizando em um pote. No entanto, é recomendável aprender mais sobre o setor e fazer um autojulgamento. Se estiver além da cognição, as stablecoins também são uma boa opção para preservação de valor.
- Como você vê a questão da regulamentação no Brasil e de grandes economias, como os EUA, que já estão de olho nessa fatia desse mercado?
Com o projeto de lei de 27 de abril de 2022, o mercado de criptomoedas do Brasil está no caminho para aumentar a regulamentação. O crescimento da atenção do governo pode desempenhar papéis positivos e negativos. Um lado positivo disso serão os padrões mais altos de transações cripto em relação à sua segurança e estabilidade.
Por outro lado, a pressão regulatória no mercado de criptomoedas pode levar à diminuição do interesse dos investidores, reduzindo assim o número de transações e aumentando os custos de transação.
De qualquer forma, a reação do regulador confirma os resultados do estudo sobre o alto nível de demanda por criptomoedas pela população brasileira.
Com relação à regulamentação, gostaria de dizer que a tecnologia é inocente e irreversível, e que tanto o blockchain quanto as exchanges trouxeram avanços e inovações revolucionários para o mundo. Essas inovações permitiram o livre fluxo global de valor e melhoraram muitas coisas, como a criação de sistemas financeiros diversificados e maior transparência de informações, por exemplo.
A regulamentação pode garantir que essa tecnologia e inovação atinjam o próximo nível. O surgimento de qualquer nova tecnologia começa com um período de imaturidade. O objetivo da regulação não é suprimir novas tecnologias e sistemas, mas sim cultivar um ambiente favorável para um maior desenvolvimento.
Com diferenças nas estratégias de desenvolvimento econômico e maturidade dos sistemas financeiros, cada país tem suas próprias estratégias regulatórias para criptomoedas. Dito isso, a maioria dos países está trabalhando de perto e ativamente para encontrar soluções adequadas para integrar melhor os ativos digitais e a tecnologia blockchain nos sistemas financeiros existentes, para que possam mostrar seu valor por meio da regulamentação.
- Apesar de a regulação do mercado cripto buscar mais segurança para empresas do setor e as economias criarem ambientes mais favoráveis aos criptoativos, como você vê a questão da descentralização, já que os governos e bancos centrais são centralizadores e controladores das operações financeiras? Não seria uma contradição?
O equilíbrio da não interferência do governo e sua assistência nos processos de regulação podem levar a um próspero mercado de criptomoedas. A interação mutuamente benéfica entre reguladores e usuários promete democratizar as relações de troca e tranquilizar os usuários quanto à segurança das transações com moedas. Sejam ataques de hackers, fraudes ou tentativas de chantagem, os usuários têm proteção confiável. As criptomoedas permanecem descentralizadas e a ajuda do governo só fortalece sua posição no mercado, mostrando sua crescente adoção em todo o mundo.
- O que você falaria para o investidor brasileiro com base em seu levantamento?
A presença de 34,5 milhões de investidores ativos em criptomoedas no Brasil é por si só uma recomendação e um indicador incrível da importância dessa área econômica. Esta é uma comunidade enorme que está disposta a colaborar com empresas e outros investidores. Este é um nicho vasto e promissor, e faz sentido entrar nele agora, mesmo que seu negócio não tenha sido relacionado anteriormente à tecnologia blockchain.
- O que você acha de a Binance deter 30% do volume total de negociações do mercado spot? Isso não seria uma forma de centralizar e monopolizar parte do mercado?
A alta proporção do volume de transações não é um fenômeno de centralização e monopólio. Um monopólio é um mercado com ausência de concorrência, criando uma situação em que uma determinada pessoa ou empresa é o único fornecedor de uma determinada coisa. Agora, na indústria cripto, de fato, existem muitas exchanges que os usuários podem escolher. Por exemplo, a KuCoin, como uma exchange popular, está comprometida em fornecer tecnologia como garantia a todas as classes de investidores, oferecendo melhores serviços e mais opções de ativos. O estudo confirmou que nem sempre os usuários seguem a empresa com o maior volume de negociação à vista. 69% dos usuários brasileiros preferem comprar criptomoedas especificamente na KuCoin.
- Você acha que os preços das criptomoedas vão subir em breve? O Bitcoin pode chegar a US$ 100.000 até o final de 2022?
A pesquisa apresentada com referência ao Brasil como estudo de caso indica um forte nível de aceitação dos investidores de criptomoedas como uma classe de ativos separada e um importante meio de armazenamento de riqueza. Em um momento de inflação estrutural crescente e risco geopolítico elevado, os criptoativos podem ser um importante diversificador de risco e potencializador de rendimento em um portfólio de investimentos equilibrado. Se a demanda por esses ativos aumentar, faz sentido esperar que seus preços também subam.
A atual tendência de baixa pode mudar a qualquer momento. Períodos anteriores de crescimento do Bitcoin (BTC) mostraram sua capacidade de aumentar seu valor muitas vezes em um curto espaço de tempo. Portanto, o cenário de seu valor subindo para US$ 100.000 por moeda permanece bastante realista.
Lançada em setembro de 2017, a KuCoin é uma exchange global de criptomoedas e oferece mais de 600 ativos digitais, negociações à vista, de margem, fiduciária P2P, de futuros, staking e empréstimos para seus 10 milhões de usuários em 207 países e regiões ao redor do mundo.
De acordo com a CoinMarketCap, a KuCoin é atualmente uma das cinco principais exchanges de criptomoedas. A Forbes também nomeou a KuCoin como uma das melhores exchanges de criptomoedas de 2021. Em 2022, The Ascent nomeou a KuCoin como a melhor exchange e aplicativo de criptomoedas para entusiastas.
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