Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Federal deflagrou a Operação Sibila, em São Paulo, para desarticular uma organização criminosa que usava criptoativos para lavar dinheiro e enviar recursos ao exterior.
O caso soma-se a outros recentes, como a Operação Luxus, que revelou esquema de pirâmide com prejuízo de R$ 50 milhões, e a Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva contra lavagem bilionária no setor de combustíveis.
Operação Sibila é desdobramento da Colossus de 2024
SponsoredSegundo a PF, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão. Além de bloqueio de bens e valores em São Paulo. A investigação aponta que o grupo usava, por exemplo, empresas de fachada e laranjas para mascarar operações e movimentar grandes somas por meio de criptomoedas.
A ação é um desdobramento da Operação Colossus, de janeiro de 2024. À época a PF prendeu o líder de uma rede criminosa que havia movimentado mais de R$ 50 bilhões em criptoativos entre 2020 e 2024.
Operações recentes: Luxos e Carbono Oculto
- Operação Luxus (junho/2025) – Investigou fraude em Ponta Grossa (PR) com promessa de ganhos fáceis em criptomoedas. O golpe atingiu mais de 400 investidores e causou prejuízo estimado em R$ 50 milhões. Apenas uma parte do dinheiro era aplicada em cripto, o restante servia para alimentar uma pirâmide e financiar luxo dos envolvidos.
- Operação Carbono Oculto (agosto/2025) – Considerada a maior operação conjunta contra o crime organizado, revelou um esquema ligado ao PCC que lavou cerca de R$ 52 bilhões no setor de combustíveis. O dinheiro passava por fintechs e fundos de investimento, com atuação em 10 estados e mais de 1 mil postos de combustíveis.
PF aponta necessidade de mais regulamentação
A sequência de operações mostra que o uso de criptomoedas para crimes financeiros segue em alta no Brasil. A PF reforça que a tecnologia, quando mal utilizada, é ferramenta poderosa, principalmente, para ocultação de valores e evasão de divisas. Ao mesmo tempo, as investigações apontam para a necessidade de regulação mais rígida e mecanismos de rastreabilidade, capazes de separar inovações legítimas do uso criminoso.