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Mais de 60 países têm projetos de CBDC

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Atualizado por Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Exuma lançou o Sand Dóllar em outubro de 2020 e se tornou o primeiro a ter uma moeda digital em circulação, após algumas tentativas fracassadas em outras nações.
  • Projeto Hamilton dos EUA do FED em parceria com MIT explora o uso de tecnologias novas para construir e testar uma plataforma de moeda digital hipotética.
  • Mais de 60 países tem projetos de uma moeda digital.
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As CBDCs representam uma nova forma de dinheiro que, ao contrário das criptomoedas, são emitidas pelas autoridades monetárias de países e funcionam como uma versão digital da moeda em papel.

As moedas digitais de bancos centrais (CBDC) podem ajudar a automatizar as políticas monetárias, o que seria especialmente importante em caso de crises, como a recente pandemia, proporcionando aos estados a possibilidade de apoiar a economia de forma mais rápida e eficiente. A rastreabilidade eficiente permitiria às nações restringir atividades criminosas, evasão fiscal e tráfico de drogas.

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Mais de 60 países trabalham em moeda digitais

A maior economia do mundo, os Estados Unidos vivem dilemas diferentes com republicados e democratas discutindo o tema, incluindo stablecoins e regulamentação para o setor . O fato é que além de um dólar digital, os criptoativos tem ganhado cada vez a atenção das autoridades e políticos norte-americanos.

O Federal Reserve destacou em agosto de 2020 a importância da pesquisa e experimentação realizadas para melhorar sua compreensão das oportunidades e riscos associados às moedas digitais do banco central. As iniciativas complementam um amplo conjunto de projetos de inovação relacionados a pagamentos atualmente em andamento no Sistema da Reserva Federal.

“Dado o papel importante do dólar, é essencial que o Federal Reserve permaneça na fronteira da pesquisa e do desenvolvimento de políticas em relação às moedas digitais do banco central”, disse o governador do Conselho do Federal Reserve, Lael Brainard. “Como outros bancos centrais, continuamos avaliando as oportunidades e desafios, bem como os casos de uso de uma moeda digital, como um complemento ao dinheiro e outras opções de pagamento.”

O Federal Reserve e a Iniciativa de Moeda Digital do Massachusetts Institute of Technology anunciaram uma exploração conjunta do uso de tecnologias novas e existentes para construir e testar uma plataforma de moeda digital hipotética, batizado de Projeto Hamilton.

Em agosto de 2020, o BC americano publicou algumas descobertas de seu teste “FooWire”, que foi desenvolvido usando o software blockchain Hyperledger Fabric. De acordo com os pesquisadores do Fed, esse teste “destacou o potencial do DLT para determinados usos de pagamento, a rapidez com que um sistema poderia ser implementado, a simplicidade potencial dos contratos inteligentes e a gama de funcionalidades oferecidas por tais plataformas.

A China, a segunda maior potência econômica do globo – qualquer transação com criptomoedas no território asiático está em fase de testes do Yuan digital, já usado por 140 milhões de usuários segundo o Banco Popular da China. O montante já movimentado desde o ano passado já chega a quase US$ 10 bi (US$ 9,7)

Na Europa, se o Banco Central Europeu – BCE  conseguir manter seu roteiro atual, há grandes chances de que o desenvolvimento e a distribuição do euro digital sejam concluídos em 2024.

Embora os detalhes ainda não tenham saído totalmente do domínio público, o euro digital provavelmente será projetado como meio de pagamento, em vez de um ativo de reserva de valor, como o Bitcoin.

Um relatório do Banco de Compensações Internacionais  (BIS) afirma que mais de 80% dos bancos centrais já estão pesquisando o CBDC.

O surgimento das primeiras CBDCs

O primeiro produto associado à uma moeda digital que se tem notícia no mundo, segundo o CDBC tracker, é o sistema de cartão inteligente Avant criado pelo Banco da Finlândia na década de 1990 (1993) e pode ser considerado o primeiro CBDC do mundo que entrou em produção. 

Os cartões Avant foram baseados em tecnologia de cartão inteligente semelhante à usada hoje em dia nos cartões de débito e crédito. Embora o sistema tenha sido iniciado, desenvolvido e, nos primeiros anos, operado pelo banco central, ele acabou sendo dividido e vendido a bancos comerciais. 

Uma vez que os cartões de débito se tornaram menos caros e foram atualizados para usar a tecnologia de cartão inteligente, o Avant se tornou obsoleto e foi encerrado em 2006.

Em 2014, o Equador emitiu uma moeda digital (chamado dinheiro eletrônico, ou DE). Amplamente desconfiado pelos cidadãos, o DE representava menos de 0,003% da moeda em circulação em 2016 e foi abolido pelo Nacional Assembleia em dezembro de 2017.

Finalmente, o Sand Dollar, emitido pelas Bahamas, se tornou, em outubro de 2020, a primeira CBDC em circulação do mundo, depois de um piloto bem-sucedido em 2019 no conglomerado insular de Exuma, hoje circula em outras ilhas.

Na Nigéria, o E-Naira foi lançado em outubro deste ano (2020) com objetivo de aumentar a eficiência nos pagamentos transfronteiriços, aumentar a inclusão financeira, facilitar as remessas e reduzir a informalidade. A primeira nação africana a ter a própria CBDC se junta às Bahamas e ao Banco Central do Caribe por estar entre os primeiros governos do mundo a lançar moedas digitais.

Provas de Conceito

Segundo o monitoramento do CBDC tracker, um projeto de código aberto que visa fornecer um recurso de informação abrangente para iniciativas mundiais de CBDC, hoje dez países estão testando ou prestes a implementar a prova de conceito de seus CBDCs, entre eles o Brasil, que tem expectativa de lançar o projeto piloto do Real Digital no final de 2022. 

 O Reserve Bank da Austrália (RBA) está explorando ativamente o uso de um eAUD (moeda digital) no atacado com o projeto Atom. O Banco australiano realizou uma prova de conceito para simular um sistema de liquidação no atacado envolvendo bancos comerciais no país. E está empenhado em continuar esta pesquisa ao longo para verificar a viabilidade de um dólar australiano digital, ainda sem uma data para lançar a moeda digital da Austrália.

Na Coreia do Sul , os objetivos incluem sistemas de pagamentos mais eficientes e avançados e maior inclusão financeira.  O programa em “ambiente virtual”, será composto por duas etapas. A primeira fase, com foco na pesquisa e teste do papel básico das moedas digitais do banco central, está programada para ser concluída em dezembro, seguida pela segunda fase centrada em conceitos mais detalhados, como a proteção da privacidade, programada para terminar em junho de 2022.

O Japão se tornou a última grande economia a começar a explorar a viabilidade de uma moeda digital do banco central (CBDC). O Banco do Japão (BoJ) está conduzindo uma pesquisa sobre o iene digital com o objetivo de acompanhar a vizinha China. Um fórum de moeda digital local também está trabalhando em “alguma forma de moeda digital” para o setor privado do Japão para complementar os esforços do banco central.

A Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) e o Banco da Tailândia (BOT) – concordaram em prosseguir com o trabalho conjunto de pesquisa em áreas relevantes, incluindo a exploração de casos de negócios e conexões com outras plataformas, envolvendo a participação de bancos e outros partes relevantes em testes de transferência de fundos transfronteiriços.

Turquia, Suécia, Tailândia , Ucrânia e Jamaica também aparecem na lista de países que fazem provas de conceitos de seus CDBCs.

Cinco nações cancelaram seus projetos de suas moedas digitais, por diferentes motivos que vão desde carência de atualização de novas tecnologias até a falta de confiança dos cidadãos, caso do Equador que aboliu o “dinero electronico” em dezembro de 2017.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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