Jéssica Lima, nasceu no centro oeste do Brasil, em Goiás, mas foi criada no Ceará. A jovem de apenas 25 anos, que se considera uma cearense, hoje vive de Bitcoin. Ela opera como P2P e conversou com o BeInCrypto Brasil.
Mas o que faz um P2P?
O significado da sigla em inglês P2P – peer-to-peer – significa “ponto a ponto” ou “pessoa para pessoa”. Ou seja, na prática, é uma rede descentralizada e distribuída que permite a troca de recursos e informações entre os usuários. Tudo sem um intermediador centralizado, como, por exemplo, os bancos.
Mas o dono do dinheiro precisa entender como operar ferramentas descentralizadas em diferentes blockchains e ter conhecimento técnico para operar e trocar fundos com outros envolvidos na rede. Isso porque não há intervenção de intermediários no processo.
Investidores do mercado tradicional entram em cripto
E aí que entra o conhecimento de Jéssica Lima, que usa a ferramenta e opera para seus clientes. Aliás, ela revelou que 95% dos seus clientes são homens.
Meus clientes são, em geral, investidores do mercado tradicional, como agrônomos e dentistas, que buscam algo que o mercado tradicional não oferece: alta volatilidade. Eles estão interessados nas oportunidades únicas que o mercado cripto traz, com potencial de ganhos rápidos em um ambiente de negociação dinâmica, explica a investidora e trader.
Lima, que saiu do Ceará com 14 anos em 2013, contou que entrou no mercado cripto em 2016.
Inicialmente trabalhando para outra pessoa na mesma profissão que exerço hoje. Logo em seguida, mergulhei no mercado P2P e, com dedicação, tornei-me uma referência na área, construindo um nome sólido no setor de intermediação de criptomoedas.
Salário em Bitcoin desde 2016
Ela revelou que o interesse pelo mercado cripto surgiu quando percebeu que era possível guardar dinheiro sem depender de bancos.
Em 2016, eu recebia meu salário em Bitcoin, ganhando 0,12 BTC por semana, quando a cotação era de aproximadamente R$ 1.600, o que representava cerca de R$ 200 por semana. Essa experiência foi extraordinária, pois parecia finalmente oferecer uma solução para várias críticas que eu já tinha desde a escola sobre o sistema financeiro tradicional
Vale lembrar que entre as vantagens do P2P estão a redução das taxas dos intermediários, maior a privacidade e mais controle sobre os ativos digitais.
Do sertão cearense para o universo Bitcoin
Sobre o primeiro contato com o Bitcoin em pleno sertão cearense, Jéssica diz que conheceu a tecnologia entre 2010 e 2011, após pedir a avó um celular de presente. E ganhou.
Logo depois, tive o primeiro computador do sítio onde morava, o que era uma novidade para a região. Eu costumava receber amigas para assistir a séries, filmes e subir músicas no 4shared em troca de centavos que meu primo me pagava, o que considero meu primeiro emprego. Naquela época, o acesso à internet era limitado e eu era uma das poucas pessoas com computador e acesso a tecnologias no local.
Golpe de 8 BTCs e história de sucesso
A trajetória de Jéssica Lima não foi fácil, aliás a jovem passou por um período de aridez, como no sertão nordestino. Ela sofreu um golpe na primeira transação que fez com criptomoedas.
Eu perdi 8 bitcoins do meu sócio, o que na época representava R$ 23 mil. O golpista fazia parte da comunidade Bitcoin Brasil, e com a ajuda de outros membros conseguimos rastreá-lo e reaver as bitcoins depois de alguns dias. Eu tinha apenas 17 anos, e a experiência foi angustiante, mas também me deu visibilidade e respeito na comunidade, ajudando a construir minha reputação no mercado.
Após muito suor e trabalho, Lima dá um conselho para quem quer entrar em cripto.
Principalmente cuidado em quem você confia. Principalmente o seu dinheiro.
Existem pessoas demais no mercado que se aproveitam da sua falta de conhecimento. Seja indicando criptos para vender cursos, ou outras formas de passar a perna. É bem chato, mas acontece com frequência, já aconteceu comigo, inclusive, alerta Lima.
Ou seja, a velha frase de Satoshi Nakamoto continua sempre atual. Faça sua própria pesquisa!
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