Os mercados globais encerraram a semana passada em forte alta. O movimento foi impulsionado pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos e pelo desempenho positivo das big techs. Em paralelo, o mercado de criptomoedas também reagiu, com o Bitcoin superando US$ 116 mil e o Ethereum acima de US$ 4.500. O índice de altcoins atingiu seu maior nível desde julho.
Os dados são do relatório do time de Research da Binance.
Inflação em xeque
A inflação voltou a desafiar o Federal Reserve (FED). O Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 0,1% em agosto, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,4%. Essa divergência pressiona as margens das empresas, mostra resiliência no setor de serviços e sugere riscos inflacionários futuros. O cenário torna mais complexa a decisão de política monetária do Fed.
SponsoredExpectativas sobre o Fed e BCE
O mercado já precifica um corte de 25 pontos-base na reunião do FOMC de 16 e 17 de setembro. Há, porém, apostas residuais em um ajuste de 50 pontos-base, reforçadas por dados fracos de emprego e pressões políticas. Na Europa, o BCE manteve suas taxas, com foco no combate à inflação e na redução das incertezas comerciais.
Ouro e Bitcoin em foco
O ouro renovou máximas históricas, acumulando alta de 2,76% na semana. Dados históricos indicam que o metal tende a liderar o Bitcoin em cerca de 10 semanas, criando ciclos alternados de valorização. O avanço atual reacende a dúvida: será que esse impulso vai se transferir para o mercado cripto em breve?
Outros destaques de mercado
- Ações: o S&P 500 subiu 2,03% e marcou novo recorde; o NYFANG+ avançou 3,29%.
- Câmbio: o dólar recuou diante de déficits fiscais e comerciais nos EUA.
- Commodities: o petróleo caiu 2,01% com perspectivas de demanda mais fraca.
- Títulos: rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram levemente, reforçando apostas de corte de juros.
- Volatilidade: recuou fortemente após dados em linha com o esperado, contrastando com a instabilidade da semana anterior.
Perspectiva
De acordo com o relatório da Binance Research, a próxima reunião do Fed será decisiva para os mercados. A tendência dovish de Powell, sinalizada em Jackson Hole, pode reforçar cortes adicionais até o fim do ano. Porém, o risco de recessão não pode ser descartado, já que emprego fraco e consumo pressionado podem limitar o ciclo de crescimento.