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Ouro ou Bitcoin: qual é o futuro da mineração?

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Traduzido Thiago Barboza

EM RESUMO

  • A mineração de ouro, historicamente um símbolo de riqueza, continua degradando o meio ambiente.
  • A mineração de Bitcoin, um processo que consome muita energia, está se inclinando para a energia renovável para aumentar a eficiência.
  • Tanto a mineração de ouro quanto a de Bitcoin enfrentam desafios regulatórios e de mercado.
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O Bitcoin está desafiando o antigo fascínio do ouro. Como esses dois titãs do valor disputam o domínio, o futuro da mineração de ambos os ativos está em uma encruzilhada.

O ouro, com sua longa história, simboliza a riqueza tradicional. O Bitcoin, por outro lado, representa a vanguarda da inovação digital.

Ouro vs. Bitcoin: qual é o melhor agora?

A mineração de ouro tem resistido ao teste do tempo. Durante séculos, ela tem sido um símbolo de riqueza e estabilidade. O processo de extração de ouro da terra é trabalhoso e oneroso para o meio ambiente. No entanto, ele continua sendo a pedra fundamental da economia global.

A natureza tangível e o significado histórico do ouro fazem dele uma reserva confiável de valor, especialmente durante a incerteza econômica.

Em contraste, a mineração de Bitcoin representa a vanguarda da inovação digital. Ela envolve a resolução de problemas matemáticos para validar transações na blockchain, um livro-razão descentralizado. Esse processo, conhecido como Prova de trabalho (PoW), requer um poder computacional significativo e, consequentemente, grandes quantidades de energia.

Desempenho do preço do ouro em relação ao preço do Bitcoin.
Desempenho do preço do ouro em relação ao Bitcoin. Fonte: Bloomberg

Rob Chang, CEO da Gryphon Digital Mining, falou à BeInCrypto sobre a abordagem estratégica dos mineradores de Bitcoin. Ele enfatizou que a mineração de Bitcoin pode estabilizar as redes locais e apoiar projetos de energia renovável, oferecendo um benefício exclusivo que a mineração tradicional de ouro não tem.

“Os mineradores buscam energia de baixo custo, geralmente em áreas com baixa demanda ou onde pode não haver demanda suficiente para sustentar uma rede estável. A presença de um minerador de Bitcoin que usa quantidades consistentes de energia é benéfica para regiões onde a área local pode não ter a demanda necessária para justificar uma rede estável”, disse Chang.

Consequência ambientais e sustentabilidade

Tanto a mineração de ouro quanto a de Bitcoin têm pegadas ambientais significativas. Porém, a mineração de ouro geralmente leva ao desmatamento, à poluição da água e à destruição do habitat. Assim, os esforços para mitigar esses efeitos incluem regulamentações mais rígidas e o desenvolvimento de práticas mais sustentáveis.

Entretanto, a natureza física inerente da extração de ouro apresenta desafios ambientais contínuos.

A mineração de Bitcoin, por outro lado, é criticada por seu alto consumo de energia. Embora a pegada de carbono do Bitcoin tenha sido analisada minuciosamente, o setor está se voltando cada vez mais para fontes de energia renováveis.

Chang observou que a natureza competitiva da mineração de Bitcoin impulsiona a eficiência e a inovação, o que pode levar a práticas mais sustentáveis ao longo do tempo.

“A dificuldade da mineração de Bitcoin é um resultado inevitável do sucesso do Bitcoin e é algo que os mineradores devem esperar e, de fato, aceitar, já que isso só ocorrerá se o Bitcoin continuar a ter sucesso. Isso incentiva os mineradores a serem o mais eficientes possível e a inovar para manter o custo mais baixo possível”, acrescentou Chang.

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Dificuldade de mineração de Bitcoin
Dificuldade de mineração de Bitcoin. Fonte: Glassnode

Mercado de mineração competitivo para ambos os ativos

A viabilidade econômica das operações de mineração é crucial para ambos os setores. Em suma, o valor do ouro é influenciado pela estabilidade geopolítica, pelas flutuações da moeda e pela demanda do mercado. Apesar de sua estabilidade, a lucratividade da mineração de ouro pode ser afetada pela flutuação do grau do minério e pelo aumento dos custos de produção.

A dinâmica de mercado do Bitcoin é ainda mais volátil. Além disso, seu valor está sujeito ao sentimento do mercado, às mudanças regulatórias e aos avanços tecnológicos.

Chang explicou que os preços da energia são a variável de custo mais crítica para os mineradores de Bitcoin. Portanto, o gerenciamento eficiente da energia pode ser decisivo para uma operação de mineração.

“A melhor medida disso é o índice de eficiência do Bitcoin, que mede a quantidade de Bitcoin gerada por exahash implantado. Uma boa maneira de pensar sobre isso é que o Bitcoin está para o petróleo assim como o hashrate está para as torres de petróleo. Quanto mais exahashes ou plataformas de petróleo uma empresa tiver, mais Bitcoin ou petróleo ela deverá gerar”, disse Chang ao BeInCrypto.

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Eficiência energética da mineração de Bitcoin
Eficiência energética da mineração de Bitcoin. Fonte: Universidade de Cambridge

A importância da descentralização

Além disso, a concorrência de hardware no nível da mineradora ASIC é bem-vinda e boa para o setor. Historicamente, alguns poucos participantes dominantes controlavam o mercado de máquinas de mineração, reduzindo a lucratividade ao reprecificar o equipamento com base nos preços do Bitcoin em tempo real. Isso dificultou a concorrência entre os mineradores, pois a maioria é forçada a fazer grandes pagamentos antecipados para adquirir máquinas.

A centralização do poder de mineração é uma possível preocupação para a rede Bitcoin. Embora não seja um problema atualmente, a vigilância é necessária para evitar que agentes mal-intencionados obtenham controle sobre o hashrate global. Assim, a descentralização é fundamental para garantir uma blockchain segura.

As regulamentações também desempenham um papel crucial no futuro da mineração. Ambientes políticos ruins podem acabar com as operações de mineração. Chang destacou que a maioria das leis que afetam a mineração de Bitcoin está relacionada ao seu uso de energia.

Portanto, se uma mineradora for neutra em carbono, ela poderá evitar regulamentações que visem operações que emitem carbono.

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Distribuição da taxa de hash do Bitcoin
Distribuição da taxa de hash do Bitcoin. Fonte: Blockchain.com

Olhando para o futuro, o ouro continuará sendo um ativo de refúgio seguro, mas seu impacto ambiental pode levar a regulamentações mais rígidas e a tecnologias de mineração mais ecológicas. Com seu potencial para apoiar a energia renovável e estabilizar as redes, o Bitcoin pode abrir caminho para um futuro mais sustentável na mineração de ativos digitais.

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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