O Bitcoin registrou uma forte valorização no último mês, alcançando um novo recorde histórico (ATH) de US$ 111.980. Esse avanço expressivo levantou dúvidas sobre a sustentabilidade do movimento ao entrar em junho.
Enquanto parte do mercado aposta em novas altas, outros investidores questionam se o preço deve esfriar ou se haverá uma postura mais cautelosa.
Expectativa para o Bitcoin é alta em junho
Atualmente, o sentimento em torno do Bitcoin é impulsionado por forte acumulação. O saldo nas exchanges caiu 66.975 BTC, o equivalente a mais de US$ 7,2 bilhões. Isso indica que investidores estão transferindo suas moedas para carteiras privadas.
Essa queda acentuada na oferta disponível nas exchanges sinaliza maior confiança no ativo e expectativa de novas valorizações.
A atual fase de acumulação é impulsionada, em parte, pelo FOMO (medo de ficar de fora), à medida que novos investidores entram no mercado. No entanto, ela também reflete uma convicção crescente no potencial de longo prazo do Bitcoin. Ainda assim, fatores além da acumulação ajudaram a impulsionar a recente alta de preços, segundo Juan Pellicer, vice-presidente de Pesquisa na Sentora, em entrevista à BeInCrypto.
“A disposição dos investidores em assumir riscos nesta primavera foi moldada por um conjunto restrito de forças macroeconômicas que caminham juntas para condições financeiras mais frouxas. A inflação está em queda, o afrouxamento monetário voltou ao debate, os rendimentos reais e o dólar estão recuando, a liquidez global cresce e os estímulos fiscais seguem ativos. Essas variáveis elevaram todos os ativos de risco, incluindo o Bitcoin, e explicam a forte correlação com o S&P 500 em maio”, observou Pellicer.
Além disso, dados on-chain indicam que o impulso macroeconômico do Bitcoin permanece sólido. O Preço Realizado e a Margem de Lucro/Prejuízo dos traders on-chain têm subido, sinalizando que muitos investidores — especialmente os que compraram entre um e três meses atrás — estão com lucros não realizados consideráveis. Esses dados ajudam a entender o comportamento atual do mercado, indicando que boa parte dos investidores mantém suas posições esperando novas altas.
Julio Moreno, chefe de Pesquisa da CryptoQuant, também falou ao BeInCrypto sobre os riscos de curto prazo associados a esses lucros crescentes entre investidores recentes.
“No curto prazo, pode haver realização de lucros, já que as margens de lucro não realizadas estão se aproximando de níveis superaquecidos, em torno de 40%. Veja o gráfico onde estimamos a margem de lucro on-chain dos traders de Bitcoin atingindo 31% nos últimos dias (área roxa)”, afirmou Moreno.
Preço do BTC mira um novo recorde em junho
O Bitcoin acumulou alta de 14% em maio, alcançando um novo recorde histórico de US$ 111.980. Atualmente cotado a US$ 108.258, o ativo testa a resistência em US$ 110 mil. Os próximos dias serão decisivos para saber se o Bitcoin conseguirá manter o ritmo de valorização.
Caso a acumulação por parte de investidores institucionais e de varejo continue em junho, o preço pode seguir em tendência de alta.
Além disso, a estratégia “vender em maio e ir embora” perdeu força no último ano. Apesar da tradição sazonal, os mercados de ações continuaram a subir, contrariando essa expectativa. A correlação do Bitcoin com o desempenho das bolsas, especialmente diante do cenário macroeconômico, sugere que o ativo pode manter seu impulso ao longo de junho.
Diante da resiliência demonstrada, é possível que o Bitcoin avance ainda mais, mesmo em meio às incertezas do mercado mais amplo.
O preço do Bitcoin pode, eventualmente, superar os US$ 110 mil, consolidando esse patamar como novo suporte antes de buscar um avanço rumo aos US$ 115 mil. No entanto, caso haja aumento na realização de lucros, o ativo pode passar por uma correção.
Embora uma queda acentuada seja pouco provável, o Bitcoin pode enfrentar um período de consolidação antes de retomar a trajetória de alta. Nesse cenário, os níveis de suporte em US$ 102.734 e US$ 106.265 funcionariam como zonas de proteção.
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