O halving do Bitcoin (BTC) é um evento importante para a indústria de criptomoedas. A cada quatro anos, ele reduz a recompensa que os mineradores recebem a cada bloco minerado pela metade. Isso altera a forma como o setor opera.
Agora, cinco meses após o halving do Bitcoin, o BeInCrypto conversou com especialistas brasileiros para saber quais foram as consequências da mudança.
Halving do Bitcoin altera indústria de mineração
Em sua infância, a mineração de Bitcoin costumava recompensar o minerador com 50 BTC por bloco minerado. Após 4 anos, com o primeiro halving do Bitcoin, o valor caiu para 25 BTC.
Esse ciclo continua até hoje. O último halving do Bitcoin ocorreu no dia 19 de abril de 2024, quando as recompensas caíram de 6,25 BTC para 3,125 BTC.
Cada vez que o halving do Bticoin ocorre, o incentivo das grandes mineradoras de continuar suas operações cai. Por isso empresas como a CoreWeave e a Core Scientific optaram por destinar parte de seu poder computacional para processamento de Inteligência Artificial.
Com isso, a expectativa era de que o poder computacional destinado à mineração caísse, mas não foi isso o que aconteceu.
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Dados da Blockchain.com apontam que a capacidade total dos mineradores era de 650.294.628,644 TH/s. Embora esse valor tenha sofrido alterações, ele continuou crescendo, atingindo um pico de 693.835.050,523 TH/s na segunda-feira (26).
Isso significa que o mercado cripto continua acreditando na força do Bitcoin.
Halving atingiu as expectativas?
Outra consequência do halving do Bitcoin é que ele faz com que a quantidade de BTC que cai no mercado diminua. Isso faz com que a criptomoeda mãe se torne menos inflacionária.
Mas o preço do Bitcoin depois desse ciclo ainda não atingiu as expectativas, explica o business developer da Transfero, Gabriel Lacerda.
“O halving ainda não atingiu a expectativa de valores tão elevados porque ainda existe a pressão da taxa de juros norte-americana. Quanto mais alta, menos o mercado está disposto a correr riscos, afastando novas entradas em ativos como o Bitcoin”, disse ele ao BeInCrypto.
Por outro lado, o diretor regional para as Américas da Coinbase, Fábio Plein, adiciona que há outros fatores que tornaram esse ciclo do halving do Bitcoin diferente dos anteriores.
“A aprovação de ETFs spot de Bitcoin em janeiro impulsionou o desempenho do setor cripto no primeiro semestre do ano e foi um dos maiores catalisadores para a máxima histórica atingida pelo Bitcoin no mesmo período”, lembra.
Plein acrescenta que há outros fatores influenciando a movimentação de preço. Ele cita, por exemplo, as eleições presidenciais dos EUA e o corte da taxa de juros naquele país.
“Diferentes fatores tiveram efeitos distintos em seu desempenho, o que torna difícil mensurar o impacto do halving de forma isolada. É possível que haja outro ciclo de alta para o Bitcoin em breve, mas as razões para esse movimento estarão apenas parcialmente relacionadas ao halving, dada a variedade de catalisadores atuando ao mesmo tempo no período”, completa.
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