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Oscar in Chains: como o futuro do cinema depende de NFTs e Blockchain

6 mins
Atualizado por Chris Goldenbaum

Nos últimos dois anos, ouve-se muito falar no mundo do cinema sobre como Hollywood e produções independentes tem se utilizado das tecnologias de Web3, como NFTs e Blockchain para revolucionar o cinema

Nos dias de hoje, quando se chega a época do Oscar, a premiação mais popular do cinema, a pergunta que se faz é: qual será a grande piada da vez? A premiação está associada à um evento antiquado, chato, fora de moda. Para alguns especialistas, a premiação do Academy Awards simboliza o que virou a indústria do cinema – decadente, ameaçada por novas tecnologias de consumo de conteúdo.

No entanto, enquanto muitos produtores de filmes ainda estão presos no passado, outros estão ativamente dizendo ‘ação!’ para o futuro. Nos últimos três anos, as tecnologias de Web3 vem sido gradualmente implementadas no cinema. Notoriamente, o uso das NFTs e o uso de blockchain. Entenda algumas das formas que o uso de Web3 é aplicado no cinema:

Para financiamento

Estúdios e produtoras tem lançado e comercializado NFTs para arrecadar orçamento para os filmes. As NFTs de filmes oferecem algumas opções. Uma delas, é criar NFTs em cima de cenas do filme, ou de personagens, ou de frames e comercializá-las depois que o filme é lançado. No caso de franquias que possuem vários filmes com os mesmos personagens, as NFTs podem ser lançadas entre um filme e sua sequência. Foi o caso do filme Deadpool, que foi inovador nessa aposta, ainda em 2018.

Essa opção também tem se tornado mais comum para o financiamento de filmes independentes. Nesse caso, produtores , direotres e outros profissionais envolvidos na obra vendem NFTs relacionadas aos filmes ou à outros projetos dos autores. As NFTs são comercializadas antes do filme começar a ser produzido, algo similar a prática de crowdfunding. Quem compra as NFTs, geralmente, também ganha acesso a eventos, como a estreia do filme, além de merchandising do mesmo.

Um dos casos mais conhecidos é o da filha de Al Pacino, Julie Pacino, que financiou parte do seu filme independente ‘I Live Here Now’ através da venda de sua coleção de fotografias em NFT. Através da coleção, que é relacionada ao filme e carrega o mesmo nome, Pacino arrecadou quase $100mil. Julie Pacino é considerada uma referência para o movimento conhecido como ‘film3’ – que une o cinema com Web3.

Para crescimento

Mas qual o incentivo de se pagar um valor alto para ser dono de um frame de um filme? É aí que entra um dos principais usos das NFTs. Elas servem muito mais do que como meros bens colecionáveis. Em muitos projetos, elas são uma espécie de ingresso para que o proprietário da NFT tenha acesso à atividades relacionadas ao projeto. Um desses projetos é uma série de animação chamada “The Glue Factory”, que vendeu mais de 10mil NFTs, em Ethereum, a um equivalente a $300 cada.

Quem comprou, usava a NFT para ter acesso à um canal de Discord comandado pelo show runner da série. Nesse canal, o showrunner, Jon Barinholtz, distribuia “tarefas criativas” para os participantes, que ajudavam na criação dos roteiros. Obviamente, essa era uma oportunidade para os compradores da NFT terem um gostinho do que é fazer parte de uma sala de criação profissional, enquanto o projeto se financiava através dessa arrecadação.

Para descentralização

Recentemente, um caso tem se tornado notório e pode revolucionar a indústria do cinema para sempre. O filme ‘Antara’, será o primeiro filme inteiro lançado como NFT. ‘”O Antara Movie NFT é a primeira NFT que permite ao comprador ser proprietário digital dos direitos de um filme de hollywood. Isso permite aos proprietários das NFTs a participar dos rendimentos de vendas de ingresso e outroas fontes de renda do filme”, diz o site do filme.

Segundo informações dos produtores, o orçamento do filme é na faixa dos $50 milhões e o filme é uma mega produção, que conta a história de um escravo negro que lutou por sua liberdade e virou um cavaleiro e um dos principais poetas das Arábias. No entanto, os produtores não compartilham informações sobre quem irá dirigir o filme.

A visão de pessoas envolvidas no projeto promete, de fato, um futuro inovador ao cinema. Hoje, os filmes são investidos por uma produtora, distribuidora ou canal, que detém os direitos da obra, centralizando todos os rendimentos. No modelo via NFT, um filme financiado por um grupo de ‘acionistas’ detentores de NFTs segue a lógica de descentralização, dominante pela Web3. Esses acionistas do filme, poderão comercializar suas NFTs após o lançamento do mesmo, potencialmente dando certa continuidade à vida da obra. Afinal, haveria por exemplo um incentivo maior dos produtores do filme para aumentar o valor das NFTs, colocando o filme em plataformas de relevância, promovendo a carreira dos envolvidos na produção e fazendo produtos derivados.

Naturalmente, essa hipótese ainda é uma projeção. Antara sequer tem data de lançamento ainda. E a discussão sobre gerenciamento das operações do filme, assim como direitos autorais e créditos não estão transparentes.

Em 2022, outro filme foi lançado como NFT. Contato Zero, com Anthony Hopkins, vendeu 11 NFTs que davam acesso exclusivo ao filme através de uma janela de NFT. O filme arrecadou $93,435 com as NFTs. Valor irrisório para uma produção considerada de alto escalão.

Para aumentar lucros

Outra prática que tem se tornado muito comum é filmes já consagrados venderem NFTs, como já reportamos. Quentin Tarantino lançou uma coleção de “Secrets”, em que cada NFT revelava um segredo sobre Pulp Fiction, o seu clássico de 1994. Só a primeira peça já foi vendida por $1.1 milhão. Tarantino só esqueceu de avisar a Miramax, produtora do filme – o projeto rendeu um processo multimilionário da produtora, que detém os direitos do filme. O processo foi arquivado em Setembro de 2022, quando ambos entraram em um acordo, segundo a The Verge.

O filme ‘Matrix Ressurections’ vendeu colecionáveis digitais do filme a $50 por NFT. A procura foi tão grande que derrubou o site em que as NFTs estavam sendo comercializadas. Cem mil peças foram colocadas a venda, de acordo com a Variety.

Para proteção de Propriedade Intelectual e autoria

Os usos da tecnologia de blockchain em filmes não serve apenas um propósito financeiro. A distribuição de um filme é altamente complexa. Uma operação que envolve milhares de locais, em diferentes países, que usam diferentes versões e formatos do mesmo produto. Além disso, cada cinema em que um filme é exibido, dependendo da rede de cinemas, do local e do país, propõe uma divisão diferente sobre a venda de cada ingresso. Isso sem contar as políticas locais, como a regra da meia-entrada ou descontos para grupos específicos de pessoas.

Se essa complexidade torna a opração difícil para os grandes estúdios americanos, é ainda mais difícil para os filmes menores, independentes, que mesmo quandopodem contar com uma distribuidora, não recebem o mesmo potencial de investimento em distribuição que outros filmes com potencial comercial maior. A tecnologia blockchain, através de smart contracts, permite aos produtores terem maior controle dessas negociaçãoes.

Além disso, a tecnologia de blockchain literamente erradica os problemas relacionados à direitos autorais. Se uma pessoa escreve um roteiro e o transformou em NFT ou registrou via smart contract, não há como não se provar que a versão original pertencia à pessoa que registrou. Portanto, em um caso de plágio fica muito mais difícil de ocorrer.

O que esperar do futuro

Os resultados a longo prazo dessas apostas de se utilizar tecnologia de Web3, como NFT e Blockchain, no cinema, é ainda incerto. Como mencionado, a primeira grande produção de Hollywood como NFT e descentralizada está sendo produzida, mas ainda há pouca informação.

Ainda assim, o que pode indicar que o mercado está vendo esses projetos não como uma aposta, mas mais como os primeiros passos do cinema na Web3, são alguns investimentos que estão sendo feitos. Em 2021, a FOX anunciou $100 milhões em investimentos para projetos de NFT. Resta saber o quanto isso vai impactar a indústria e modernizá-la – tanto financeiramente quanto narrativamente.

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Chris Goldenbaum
Jornalista e produtor audiovisual, Chris cobre o Brasil para veículos estrangeiros. Já escreveu textos e produziu vídeos sobre os mais diversos tópicos, como Economia, Política, Eventos. Meio Ambiente, Esportes, entre outros. Atualmente, Chris atua como Team Leader do domínio brasileiro no BeIn Crypto, sendo responsável pelo conteúdo e desenvolvimento do mesmo.
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