Brasileiros estão entre os atingidos por um novo vazamento global que expôs mais de 3,2 bilhões de senhas de e-mails na deep web.
Depois de já ter CPF, conta de celular e até mesmo cartão de crédito vazados na internet, agora é a vez do cidadão brasileiro se preocupar com sua senha de e-mail.
São mais de 10 milhões de senhas públicas em um fórum da deep web de e-mails brasileiros. Esses dados fazem parte de um megavazamento global que compila dados de 3,2 bilhões de e-mails, conforme noticiou nesta sexta-feira (5) o Estadão.
A empresa de cibersegurança Syhunt investigou o vazamento e comprovou a veracidade das informações ao consultar 100 GB de dados divulgados por hackers.
Para identificar se os brasileiros estavam entre as vítimas do ataque, a Syhunt checou apenas os e-mails que terminavam com o domínio “.br”.
O domínio “.com” usado por usuários de plataformas populares como Gmail, não fizeram parte da análise. Ou seja, o vazamento pode ter afetado muito mais brasileiros do que foi possível verificar.
Não aconteceu nenhum ataque hacker específico que gerou este exposição de dados. Conforme a investigação, o vazamento é um “compilado” de informações obtidas em diferentes violações.
Diferente dos vazamentos normais, os dados em questão não estão à venda por criptomoedas, como o bitcoin. Pior ainda, estão todos gratuitos e ao alcance de qualquer pessoa na deep web.
Setor público exposto
De acordo com a investigação, entidades importantes do setor público como Supremo Tribunal Federal, Câmara dos Deputados, Receita Federal, além de Petrobrás, Caixa e BNDES, estão entre os mais atingidos.
Ao todo, foram expostas 68.535 senhas de e-mails no domínio “gov.br”, usado pela administração pública. Em segundo lugar está “jus.br”, com 4.589 senhas vazadas.
De acordo com o fundador da Syhunt, Felipe Daragon, as senhas ‘gov.br’ não significam que os sistemas da administração pública sofreram invasão.
“Esses endereços e senhas, em sua grande maioria, parecem ter sido utilizados em serviços na internet que foram comprometidos”.
Além disso, senhas dos domínios “presidencia.gov.br”, “stf.jus.br”, “senado.gov.br”, “camara.leg.br”, “camara.gov.br” e “senado.gov.br” também estão no pacote.
Entre as senhas vazadas, está até mesmo o login do e-mail usado por Jair Bolsonaro no seu mandato de deputado federal.
E agora?
Os investigadores da empresa de cybersegurança Syhunt recomendam que as pessoas troquem com frequência as senhas usadas em seus e-mails.
Felipe Daragon afirma que mesmo que os dados expostos não sejam os mesmos atualmente, “eles dão uma boa perspectiva sobre como o usuário se comporta em relação às suas senhas”.
De acordo com o especialista, o certo é não usar a mesma senha em diferentes plataformas. Além disso, o usuário deve evitar repetir os padrões de senhas antigas que hackers poderão identificar.
“Considerando que um histórico de senhas referente a milhões de pessoas agora esteja nas mãos dos hackers, novas senhas precisam ser aleatórias, imprevisíveis, não utilizando nenhum padrão ou elemento de senhas anteriores.”
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