A prefeitura de Curitiba utilizou o metaverso para conscientizar a população mais jovem sobre a importância da preservação ambiental.
Eleita a cidade mais sustentável da América Latina, a capital paranaense não deixou o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) passar em branco. Durante todo o mês, diversas iniciativas e eventos foram criados para promover a sustentabilidade.
Uma delas foi a inserção da Família Folhas, conhecida ação de marketing que a prefeitura usa para ensinar adultos e crianças a cuidar do meio ambiente, no metaverso. Isso foi possível graças as parcerias firmadas com o Grupo Gpac e o Lab de Tecnologia metaKosmos, especializado na construção de experiências 3D e de realidades estendidas imersivas.
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Tecnologia e sustentabilidade podem andar juntas
Além de ser a cidade mais sustentável do país, Curitiba foi classificada pelo Tech Report 2020 como o município brasileiro com maior produtividade e eficiência em termos tecnológicos. Com isso em mente, a atual gestão pretende mostrar que é possível evoluir no uso da tecnologia sem danificar o meio ambiente.
De acordo com Cinthia Genguini, secretária de comunicação social da cidade, o metaverso pode ser útil especialmente como ferramenta de ensino sobre a importância da preservação ambiental:
“Ao ensinar conceitos de reciclagem, conservação da água e energia renovável, busca transformar crianças e adultos em agentes de mudança para um futuro mais sustentável, esse é o objetivo da Família Folhas no Metaverso”.
Já Lucas Pacheco, Head Digital do Grupo Gpac, destacou que a tecnologia é útil em fazer as gerações mais jovens a absorver conteúdo. “De um lado é imersivo e tecnológico, do outro, tem entretenimento e informação, e isso é ser atual hoje em dia”, observou.
Metaverso irá atingir o mainstream?
O metaverso é visto como uma das tecnologias que irá moldar o futuro da humanidade. Segundo um estudo feito pela McKinsey & Company, esta indústria pode movimentar cerca de US$ 5 trilhões até o final desta década.
No entanto, ainda há incertezas, com muitos acreditando que a tecnologia será apenas uma moda passageira. Essa tese se tornou ainda mais forte este ano, com o boom da IA. Atualmente, a própria Meta parece mais interessada em buscar alternativas com a inteligência artificial.
Pensando nisso, o BeInCrypto entrou em contato com Ian Borges, co-fundador e CEO da metaKosmos. Entusiasta da Web3, o empresário acredita que o metaverso estará sim presente no futuro da humanidade. Na sua visão, a sociedade já tem dado passos em direção a isso:
“O brasileiro passa em média 13 horas por dia conectado, 8 horas dormindo e 3 horas interagindo. Que tipo de identidade estamos dando mais valor, a virtual ou a física? Estamos num provável momento de singularidade, de adoção cada vez mais massiva. Já passamos diversas horas do dia em metaversos 2D, como redes sociais e plataformas de vídeochamda”.
Para Ian, essa adoção massiva do metaverso ocorrerá nos próximos 5 anos, principalmente com a evolução dos aparelhos de realidade virtual, aumentada e mista se tornando cada vez mais acessíveis, potentes e bonitos, ao ponto de utilizarmos no dia a dia como simples óculos de grau. Atualmente, estamos diante “de uma grande evolução da espécie humana. Do homo sapiens para o homo avataris.”
Neste cenário, ele enfatiza que as marcas e instituições precisam entender como atuar neste segmento – algo que é o foco da sua empresa. Atualmente, os setores que parecem mais abertos a este segmento são os da moda e o de jogos, como destacado pelo co-fundador da metaKosmos.
Sobre a situação atual, Ian observa que é comum que novas tecnologias passem por “ondas de hype”. Usando a própria IA como parâmetro, ele comenta que a inteligência artificial já passou por momentos de euforia e pessimismo nos últimos anos.
Por fim, ele se diz orgulhoso de ter feito parte da iniciativa da prefeitura de Curitiba voltada para o metaverso, destacando que a cidade possui uma “essência muito forte voltada para a inovação”.
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